sábado, 23 de julho de 2011

Proibido morrer em véspera de procissão, em Porto Salvo

Será que Salazar tinha razão ao tornar-se o ditador mais «famoso» cá do rectângulo, e estava apenas e só a seguir a tradição de pequenos ditadores cá do burgo? parece que vou ter que me render ás evidências, de facto somos um Pais dividido por «quintas e quintinhas» cada qual com o seu ditador, isto acontece em todas as actividades, seja numa fábrica, num super-mercado, nos hospitais na tropa ou em qualquer serviço publico temos que apanhar sempre um ditadorzito pela frente, talvez tenha que ser assim, caso contrário nada funcionava, será? os ditadores vieram para ficar?

Este intróito vem a propósito duma classe de ditadores que não nomeei anteriormente, mas que têm bastante peso na sociedade, refiro-me aos padres, pois é, não gosto de meter a foice em seara alheia mas não aguento quando me chega a mostarda ao nariz, já falei em Padres com letra grande e pequena hoje é com a última, por razões que explico de seguida.
Morreu aqui em Porto Salvo um vizinho, Pessoa estimada, nascido e criado aqui, era invisual, mas isso não impediu de ter uma vida bastante activa, sendo propriétário de um estabelecimento onde se juntava muita Gente alguma até vinda de longe para apreciar a sua água-pé em especial pelo São Martinho, com a idade passou a casa aos Filhos, e agora resta uma papelaria onde outrora se apanharam algumas pielas, com oitenta e sete anos  e doente, finou-se ontem, que descanse em paz.

Os Filhos trataram das burocracias que não estão dispensadas nem para a última morada, entre estas o velório que seria como era lógico na casa mortuária da Igreja da Terra, era, porque o sr. padre não autorizou, com a desculpa que no próximo Domingo vai haver uma procissão, e a casa mortuária está ocupada com os apetrechos para esse evento, e assim sendo vai o Morto despachado para quem o quiser receber, se por lá não houver alguma procissão, caso contrário procurasse outro dia para morrer.
Acrescento que o Sr. Francisco (assim se chamava o falecido) foi parar á Capela de Leião tendo o seu funeral sido realizado hoje de manhã, o que aparentemente não chocava com a procissão que se realizará amanhã, e pelas conversas por aqui, isto não é caso virgem com este padre, depois queixam-se que o «rebanho está a ficar sem ovelhas».

Os mais antigos sabem as rivalidades que existiam entre povoações, eu lembro bem de correr á pedrada os colegas de escola das Terras próximas, e eles não corriam comigo pela simples razão de eu não me deslocar ás suas Terras, senão era pedrada que até fervia, isto acontecia em todo o lado, ora estes padres bem podiam poupar os Familiares destas questões, e que é uma Pessoa morrer na sua Terra e ser recambiada para outra, onde ainda está enraizada a rivalidade doutos tempos, e já agora a pergunta que se impõe: ó sr. padre a Igreja e casa mortuária são suas? ou da Vila de Porto Salvo? é só para eu saber quando bater a cançoleta a quem me hei-de dirigir para pedir permissão para acampar na nossa/sua, casa mortuária, estou convencido que se o «Tio Chico» soubesse o que lhe ia acontecer, guardava a morte para outro dia . Amem




4 comentários:

António Querido disse...

Amigo Virgílio, os padres que tinham peso eram do tempo do seu amiguinho Cerejeira= Salazar, agora os padres não dão ordens a ninguém, se os paroquianos baterem o pé, eles batem asas com o rabo entre as pernas pregar para outra Freguesia, eu tamb. Escrevo padres com letra minúscula porque não sou amigo nem alinho com o comportamento de alguns, Eu pensava que qualquer ser humano, poderia em vida escolher o sítio eterno para o seu corpo, mesmo os que pertençam a outras religiões, o espaço denominado cemitério é construído com o dinheiro de todos os habitantes dessas Freguesias, logo assiste-lhes o direito de escolha, com padre ou sem padre!
Um Abraço para todos os vivos, não esquecendo os nossos ente-queridos.

Tintinaine disse...

Para tudo na vida se requer um planeamento cuidadoso. Só que neste caso a "malvada" não respeita os planos de ninguém e aparece quando lhe dá na veneta.
A questão de o Sr.Abade estar mais preocupado com a procissão do que com o encomendar a alma do seu paroquiano ao Criador é que não ficou muito bem nesta história. E é como dizes, qualquer dia não têm mais rebanho para cuidar e acaba-se-lhe o emprego.

Anónimo disse...

O querido deve ser um erejo que não perceb patabina ou faz por ignorar tudo o que envolve o pode eclesiástico.
Como tudo na vida é como o sal na Comida e quando é demais faz mal.
Amigo Querido a Igreja e os seus representantes tem um poder quase absoluto não justificado, mesmo que sejamos um apís altamente católico.
O Passo a quem pertence e administra todos os bens pertences à Igreja tem um poder superior ao do Estado.
Infelizmente os nossos governantes continuam de Côcoras perante o podereclessiástico. Estes tocam os instrumentos a seu belo prazer.
A Capela mortuária é da Igreja e como tal o Padre o seu responsável. Mas é como fala o Virgilio em todos os sectores há Gente boa, muito boa, excelente reles e inqualificável.
Este é mais uma ovelha tresloucada que presta um mau serviço ao serviço religioso.

António Querido disse...

Não é habito meu responder a anonimatos, principalmente quando se trata duma questão tão delicada e complexa como é a religião, mas se me permite Amigo anónimo, só pretendo prestar um pequeno esclarecimento: fui educado seguindo a religião católica, fui baptizado, fiz o crisma e ia à missa todos os domingos, fui crescendo e comecei a ter alguns conhecimentos do papel da igreija no tempo da inquisição, comecei-me a afastar de praticante mas não completamente, quando no meu 1º comentário me refiro a alguns, são precisamente aqueles que prestam um mau serviço religioso, não acredito que haja uma religião correta mas respeito-as a todas, ignorar tudo o que envolve o poder eclesiástico talvez, quanto ao poder do Vaticano, sou leigo nesta matéria, só sei que têm grandes negócios espalhados pelo Mundo!