terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FELIZ ANO NOVO

Final do ano, altura apropriada para fazer o meu balanço deste que chega ao fim, e que poderei salientar? Só coisas más? Talvez não, embora internamente essa seja a generalidade das opiniões já no plano externo aconteceu pelo menos uma coisa de grande significado, e que me apraz registar, refiro-me á nomeação do Papa Francisco, de facto para mim que há muito não frequento a Igreja, portanto talvez veja o fenómeno mais desapaixonadamente que os praticantes mais assíduos, vejo neste Homem algo que, ou muito me engano, ou vai ajudar a desanuviar algumas mentes mais fanáticas ligadas á Igreja Católica, e quem sabe trazer de volta algumas «ovelhas tresmalhadas» as primeiras ou mudam agora, ou vão perder o comboio definitivamente, quanto ás segundas, penso que serão bem vindas, assim sejam bem recebidas pelas estruturas locais, caso contrário, adeus até mais ver, bem haja ao Papa pela clareza de ideias e acções, sem meias tintas como era  norma nos seus antecessores.

Ainda no plano externo e pela negativa, a morte de Mandela, um lutador anti-apartheid, que na companhia de outros, como o Bispo Desmond Tutu, este menos badalado, mas também muito importante na transição pacifica da Africa do Sul, que se espera prossiga sem sobressaltos após o desaparecimento do primeiro, e a idade avançada do segundo.
Por cá, tenho-me esforçado até ao limite para ver se me recordava de algo de bom que se tenha passado, mas nada, só me saem duques, só me assalta a ideia dos fechos, não daqueles metálicos usados para fechar portas e janelas, mas fechos de Serviços Públicos

De facto, tem sido uma avalanche de «fechaduras» dos mais diversos Serviços, sejam na área da Saúde como Hospitais, Maternidades e 15 Centros de Saúde, são Tribunais, fala-se em fecho de 57 para o ano que começa amanhã, Escolas Primárias fechadas ou a fechar são 536 Lojas dos C.T.T são 205, Repartições de Finanças vão fechar ou já fecharam 40% , agora para terminar o ano em beleza foi o fecho da Loja do Cidadão dos Restauradores, aqui a razão apontada, foi o aluguer das instalações muito elevado.
 
Acredito piamente que assim seja, basta ver as rendas que o Estado paga por esse Pais fora de imoveis, quando os da sua propriedade estão ao abandono, em Lisboa há dezenas ou centenas nessa situação, então porque não usar um desses ao abandono, em vez de os deixar cair de maduros? Quem passou pelos Restauradores viu, como eu vi, filas intermináveis de utentes, sinal evidente que milhares de Pessoas ali acorriam para resolver os seus assuntos com o Estado, e agora? Vamos regressar ao antigamente que para tratar de algum assunto tinha de se visitar uma meia dúzia de instituições até acertar naquela que nos podia resolver os problema burocráticos  a que o Estado nos obriga?

 
 
FELIZ ANO NOVO, PARA TODOS OS AMIGOS,  LEITORES/AS E RESPECTIVAS FAMÍLIAS

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"A FOME NO MUNDO"


Nesta Quadra Natalícia, em que muitos de nós nos damos ao luxo de alguns excessos alimentícios e doutras ordens, vem a calhar este texto que Pessoa Amiga me enviou por E-Mail, como é dito no final, "a mensagem deve ser reencaminhada", por mim, não a reencaminho, deixo-a aqui para que todos a possam ler.
As imagens são da minha responsabilidade.

Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, porque queria aproveitar os poucos minutos que dispunha naquele dia, para comer e acertar alguns bugs de programação num sistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem de férias, coisa que há tempos que não sei o que são.
Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um sumo de laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime não é?
Abri o meu portátil e apanhei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:
- Senhor, não tem umas moedinhas?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, eu compro um.
Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail. Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadas malucas.
Ah! Essa música leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos áureos.
- Senhor, peça para colocar margarina e queijo.
Percebo nessa altura que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito ocupado, está bem?
Chega a minha refeição e com ela o meu mal-estar. Faço o pedido do menino, e o empregado pergunta-me se quero que mande o menino ir embora. O peso na consciência, impedem-me de o dizer.
Digo que está tudo bem. Deixe-o ficar. Que traga o pão e, mais uma refeição decente para ele. Então sentou-se à minha frente e perguntou:
- Senhor o que está fazer?
- Estou a ler uns e-mail.
- O que são e-mail?
- São mensagens electrónicas mandadas por pessoas via Internet (sabia que ele não ia entender nada, mas, a título de livrar-me de questionários desses). É como se fosse uma carta, só que via Internet.
- Senhor, você tem Internet?
- Tenho sim, essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet?
- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar,aprender. Tem de tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que ele pouco vai entender e deixar-me-ia almoçar, sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar, apanhar, pegar... é lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer.
Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.
- Que bom isso. Gostei!
- Menino, entendeste o significado da palavra virtual?
- Sim, também vivo neste mundo virtual.
- Tens computador?! - exclamo eu!!!
- Não,mas o meu mundo também é vivido dessa maneira...Virtual. A minha mãe fica todo dia fora, chega muito tarde, quase não a vejo, enquanto eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa, a minha irmã mais velha sai todo dia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque ela volta sempre com o corpo, o meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos de natal e eu a estudar na escola para vir a ser um médico um dia.
Isto é virtual não é senhor???
Fechei o portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágrimas caíssem sobre o teclado. Esperei que o menino acabasse de literalmente 'devorar' o prato dele, paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um 'Brigado senhor, você é muito simpático!'.
Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos!

Agora, tem duas escolhas...
1. Enviar esta mensagem aos amigos e amigas ou
2. Apagá-la, fingindo que não foi tocado por ela!!!
Como pode ver, escolhi a primeira.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO DE 2014

Como escrevi ontem no Facebook, estive em Vila Verde, fui-me abastecer de couves para a consoada, por mim até as dispensava, mas a tradição manda mais que eu, e por falar em couves, o meu Pai que gostava da pinguinha, e como se sabe, a hortaliça não puxa carroça nem faz peito para um copinho, quando a minha Mãe colocava na mesa sopa de couves, algumas vezes levantava-se da mesa e não comia, dizia ele que não era nenhum coelho para comer verdura, e ficava a ver navios, porque para além da sopa, não havia mais nada, essa coisa do 2º prato, não existia, mas isto foi só uma recordação que me assaltou agora!

Como dizia, fui ás couves, criadas no meu quintal, mas sobre a batuta do Agostinho, o Homem dos versos, que tem sempre material comestível com fartura, antes das couves ainda tive outra oferta, o Guilherme lendo que eu andava á procura de morangueiros, mandou-me uma «mensagem falada» da casa dele, estava eu na minha rua a falar com uma Vizinha, aproveitei a oferta e trouxe mais uma mão cheia, que já estão plantados, para o ano vou ter aqui morangos que dá, para dar e vender.

Comecei a escrever aqui no blog com a única intenção de desejar aos Amigos que me têm acompanhado nos blogs um Feliz Natal, mas quando começo a escrever o cérebro aquece e as palavras jorram com tal intensidade que tenho de meter travões senão estampo-me, assim, aqui ficam os meus votos de:
Feliz Natal para os meus Amigos e leitores (para quem tem tido a paciência de me ler) e para as respectivas Famílias, e um ano de 2014 cheio de coisa positivas.
 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

MAIS UMA VEZ, O PAPA

Já escrevi mais de uma vez sobre o Papa Francisco, e sempre para elogiar a sua maneira de ver e estar no Mundo, especialmente no que se refere aos mais desprotegidos de todos, recordo a sua visita a Lampedusa para apoiar os Imigrantes clandestinos que chegaram aquela Ilha Italiana sobreviventes dos muitos naufrágios das verdadeiras cascas de nozes com que se aventuram para ver se chegam a algum Pais onde pudessem continuar a sua luta pela sobrevivência, coisa que nos seus Países de origem manifestamente não conseguem. Recordo que muitos Portugueses arriscaram também (nos tempos da outra senhora), aventurando-se nos porões de Navios Mercantes á conquista duma vida melhor noutras paragens, escondidos da tripulação, com excepção do «passador» dias e dias sem ver o Sol, com pouca comida e menos água, com o credo na boca, não fossem ser apanhados antes da chegada ao País de destino. 

Esta semana fez anos, e que melhor maneira para os celebrar que na companhia de alguns «Sem Abrigo»? De facto o Homem surpreende a cada passo, no dia em que fez anos convidou «alguns sem abrigo» e na companhia destes e do Pessoal que presta serviço no Vaticano, celebrou com eles o  seu aniversário, bonito gesto.
Entretanto nomeou o Arcebispo Konrad Krajewski, Esmoler da Santa Sé, cargo este que se destina a socorrer os mais Pobres, e quando o nomeou para o cargo terá dito que o lugar não era para estar numa secretária, pretendia que ele fosse andar por Roma nos locais onde pernoitam os sem abrigos e ajudá-los, este assim tem procedido, e há mesmo a informação que o próprio Papa disfarçado de Padre o tem acompanho nalgumas dessas saídas, o próprio Arcebispo numa entrevista recente afirmou que: "Quando lhe digo que esta noite vou á Cidade, corro sempre o risco de ele vir mesmo comigo".
A própria Guarda Suíça, que faz a segurança do Vaticano, confirmou que o Papa" se aventura numas saídas á noite para se encontrar com os sem abrigo".
Não sou de salamaqueques, muito menos de bajulações, mas que o Homem me surpreende todos os dias, lá isso é verdade. Que tenha muita saúde, mais não seja para que o seu exemplo consiga contagiar alguns membros da Igreja a preside, pois anda por lá "muito gato por lebre!"
 


domingo, 15 de dezembro de 2013

VILA VERDE ANTIGA



Que Vila Verde dos Francos era Terra de Poetas, já se sabia, por aqui passou Camões, espalhando Poesia para a sua amada Natércia, que aqui terá habitado, e se Camões por aqui andou, não admira que tenha deixado raízes, no que á Poesia diz respeito, já aqui publiquei versos do Agostinho, que parece que tem dentro dele uma nascente donde jorram poemas, eu próprio quando ainda era jovem  me lancei nos versos, mas a coisa correu tão mal, que fez quase tantas vitimas como a bomba atómica lançada sobre Hiroshima, ontem  veio parar-me ás mãos versos doutro Poeta, este nascido na Rabissaca, mas habitando na minha rua, trata-se do Adelino Ferreira, que espero não leve a mal a publicação dos seus versos, mas  como dizia o outro "o que é bom é para se ver" claro que se referia a outra visão, mas serve de introito.

VILA VERDE DOS FRANCOS

Grande terra foi Vila Verde
Tinha logo ali á entrada
De um lado o Castelo
Do outro o Anjo da Guarda

Com as suas nove tabernas
Nenhuma ficava sem freguês
A primeira Francisco Silva
A segunda era o Borges e depois o Eduardo Francês

Os irmãos Cucos
Não sei qual era o primeiro
Mais abaixo o Chico Novo
E em frente o Francisco Cantoneiro

O Francisco Cantoneiro tinha taberna
Mas tinha adega que era o lugar mais escondidinho
Que até o Padre Zé e seus amigos
Lá iam beber um copinho

Ainda havia mais duas
Onde se bebia bom vinho
Era no Félix Roberto
E no Armando Trigueirinho

Povo honesto honrado e trabalhador
Foi sempre esse o seu destino
Conta a lenda que um dia
Em Vila Verde um burro tocou o sino

A somar ás nove tabernas aqui referidas pelo Adelino, recordo ainda mais três Estabelecimentos, nos idos anos 60 do século passado: O Alfaiate, em frente o Sr. José Lourenço, e no «fundo da Vila, havia ainda o Estabelecimento do Sr. Artur Faria.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

NOVAMENTE A FONTE DOS POLOMOS

Na passada segunda feira, andei por Vila Verde, fazia bastante frio, e observei alguma geada, mas nada de espantar, já vi noutras ocasiões mais branco que nesse dia, mas em conversa com um Amigo no local, foi-me dito que se tratava de "geada negra" e era essa a razão de o manto não ser branco como quando cai a geada dita normal, fiquei assim a saber que por aqui não há racismo, pelo menos no que á geada diz respeito, como se pode ver nalgumas fotos o tom da coisa é realmente mais escuro.

Na última mensagem que aqui publiquei, falei sobre a velha Fonte dos Polomos que estava a ser limpa, e acrescentei que não sabia de quem tinha sido a iniciativa de limpar a dita, nesse mesmo dia solicitei por E-Mail dirigido ao Sr. Presidente da Junta informação, se era a Junta que estava  a fazer a limpeza, mas até ao momento não obtive resposta, que entretanto já recebi de outras vias, é de facto a Junta que está a fazer a limpeza, desta antiquíssima Fonte, que deu de beber a muita Gente da Terra, na mensagem anterior também elogiei o, ou os autores desta limpeza, dando como contraponto alguma destruição de outras estruturas no passado, que isto sirva de exemplo para o futuro.
E apesar da não resposta da Junta, aqui fica registado o meu apreço pelo trabalho de limpeza da Fonte.

Nessa última mensagem, dirige-se-me um Anónimo/A, perguntando onde fica a Fonte, e escrevendo que a Fonte da Formiga que eu falava nesse texto, talvez se situasse no local onde de facto se situa não a da Formiga mas a que está a ser recuperada a dos Polomos, de facto o local que indicou corresponde a esta última, numa das fotos indico o local exacto da Fonte dos Polomos.


Anónimo"Anónimo disse: Onde fica a referida fonte? A outra que refere será possivelmente o nome da fonte que se encontra na gafaria, no primeiro entroncamento a caminho da várzea, logo abaixo de uma a casa de habitação abandonada".

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

"FONTE DOS POLOMOS"

Como ontem escrevi no Facebook, a "Fonte dos Polomos" há décadas cercada por canas e silvas, está neste momento visível, tinha sido alertado a semana passada pelo Joaquim Vicente que até fez o favor de me mandar fotos do acontecimento, pois tínhamos planeado na próxima Primavera munidos de «armas e bagagens» ir dar uma limpeza no local, não era fácil, pois devido á grande quantidade de mato que cercava a Fonte era mais apropriado para gente com sangue na guelra, mais nova, digo eu mas iriamos primeiro saber se o terreno onde esta está, é Público ou Privado, e com a devida autorização íamos ao que tudo indicava, (e se este braço direito me deixasse) colocar á mostra uma das Fontes que outrora abastecia a Terra.

Alguém se adiantou, e ainda bem, pois até pensávamos que havia para além do mato, terras a tapar a Fonte, mas afinal tudo indica que não, o caminho está aberto e penso que, quem teve todo este trabalho para colocar á vista a Fonte, irá um pouco mais além, e arranjará um acesso á mesma mais consentâneo com a antiguidade e os serviços que esta prestou á População.
 
De facto está na altura de inverter a situação que ao longo de muitos anos, não só aqui mas por todo o lado, e que foi a destruição de tudo o que era velho ou antigo, assim se destruiu a Ermida do Anjo da Guarda, a de São Brás, o que restava do Passal, etc. em especial a Juventude que tem conhecimentos que os mais antigos não tiveram, (eram obrigados a fazer o tirocínio, ainda Meninos, nos trabalhos agrícolas) têm aqui uma oportunidade para mostrar o que valem.

Estou a pensar noutros casos idênticos, como as outras Fontes que ainda restam, mas em estado degradado, como a Fonte Gótica, a Fonte Nova, a da Formiga que sei da sua existência por documento existente na Torre do Tombo, mas que não faço ideia onde fica, o documento que a ela faz referência data de 1759. Temos ainda o Pombal a ameaçar ruir a qualquer momento, não admira pois já na data que atrás mencionei existia, e dizia-se ali que no seu interior existiam mais de mil pombos que eram parte do alimento dos moradores do Palácio, enfim, trabalho não falta, haja vontade, disponibilidade e acima de tudo orgulho no nosso passado.
 
Mostro aqui uma das páginas do documento que faço referência, e que copiei do original quando nos inícios dos anos 70 do século passado trabalhei na Torre do Tombo, mas como podem ver, é muito complicada a sua tradução para a ortografia de hoje, perdi alguma da prática que adquiri nesses tempos, e agora já não vou lá, de qualquer modo já se encontram na Internet documentos antigos traduzidos o que torna mais fácil a sua leitura, pelo que só mostro aqui uma página para ilustrar o que afirmei.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NÓS POR CÁ, TODOS BEM!

É fartar vilanagem, enquanto puderem vão sacando, porque um dia a vaquinha vai secar, e a partir daí vai ser um problema conseguirem sobreviver, habituados que estão a ter a gamela bem cheia, não vai ser fácil sustentarem-se a pão e laranjas, se ainda os houver, para além do que a  seguir se pode ler, saído da pena do Advogado Saragoça da Matta, nem de propósito é hoje noticia de primeira página do Correio da Manhã, mais uma investida na contratação de Boys para assessorar o Governo, perderam completamente a vergonha, nada os detém na ansia de amparar os amigos, afilhados e afins!


Como disse Júlio de Vilhena em 1907: "Isto termina fatalmente por um crime ou por uma revolução!"

No Orçamento do Estado para 2014 mais uma vez ficou por revogar o estatuto especial dos funcionários parlamentares. Sim! Os funcionários parlamentares têm um estatuto especial, que cria na Assembleia da República uma bolsa de funcionários "especiais", não sujeitos às regras que regem a Função Pública em geral. É que os partidos, de forma unânime, da extrema esquerda à extrema direita, impedem sempre a revogação desse estatuto especial. I.E., impedem que seja aplicado aos "seus funcionários" o princípio da igualdade: tratar igual o que é igual! Em suma, os cortes serão necessários e úteis... mas apenas para os outros.
Claro que se compreende a actuação dos partidos políticos: se para si mesmos não desejam a igualdade perante os demais cidadãos, não poderiam sem hipocrisia e sem terem o "inimigo dentro de casa", aceitar que os seus funcionários fossem "rebaixados" ao nível dos demais servidores do Estado.

É que se é certo que as especiais regras de aposentação e as subvenções mensais vitalícias dos deputados "terminaram", não menos certo é que apenas "terminaram para o futuro": quem já tinha o direito "adquirido" não o perdeu, sendo ainda centenas os deputados que se aposentaram, e aposentarão, com regras especialíssimas, havendo outros tantos que percebem mensalmente essas incompreensíveis subvenções mensais vitalícias. Ou seja, continuam a auferir esses estipêndios injustos e vergonhosos, porque "direitos adquiridos" não se cortam - só se podem cortar aos "outros" os direitos adquiridos às pensões e vencimentos.

Também os funcionários do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Depósitos são desses funcionários especiais - para eles os cortes não são de aplicar. E há sempre uma renda de bilros jurídica para justificar o injustificável. Há sempre um constitucionalista disponível para sustentar o que é totalmente avesso ao princípio da igualdade e da solidariedade nacional.
E se depois de tanta austeridade a despesa da máquina governativa consigo mesma ainda subiu mais de 6%, é óbvio que essa mesma máquina político partidária (de todas as cores, pois são todos os que beneficiam dos estatutos especiais, e não apenas os da maioria), não pode obrigar "os seus" a suportarem o mesmo tipo de dificuldade que sofrem os funcionários públicos comuns.

domingo, 24 de novembro de 2013

FORTE DE SANTO ANTONIO DA BARRA

Uma madrugada fresquinha a convidar a um passeio á beira Mar, e como não gosto de ser desmancha prazeres lá fui cumprir essa missão, mais propriamente entre a Parede e S. João do Estoril, e aqui chegado não pude deixar de recordar, que foi exactamente neste local que Salazar caiu da cadeira, agora que muitos saudosistas o recordam com ternura, uns talvez esquecidos da herança que este nos legou, outros por convicção, aliados ao estado de desgraça que estes políticos de meia tigela deixaram chegar o País, é o caldo perfeito para a saudade.
 
 
Por mim, e apesar de concordar que este regime nascido no 25 de Abril está caduco, e serve quase exclusivamente aos Partidos que dele se apoderaram, ainda assim prefiro este que o outro que se finou há quase 40 anos., o simples facto de estar aqui a botar palavra já me satisfaz, de facto não sou muito exigente, talvez devido á pobreza total que vivi no tempo deste cavalheiro, fiquei vacinado, e qualquer prato de sopa me satisfaz! Mas não é sobre Salazar que quero falar, mas do Forte de São João, onde ele deu o trambolhão.
 

Forte de Santo António da Barra

O Forte de Santo António da Barra é uma fortaleza militar de defesa da costa construída por ordem de Filipe I e mandada ampliar por D. João IV em 1643. É um projecto de arquitectura militar de João Vicenzo Casale, renascentista. O Forte tem planta estrelada, característica do Renascimento.
Adaptado à morfologia do terreno e maciço rochoso onde se ergue, sendo ainda protegido por um fosso, a planimetria deste Forte torna-o num dos mais curiosos complexos da barra do Tejo.
Foi durante muitos anos a residência de Verão de António de Oliveira Salazar, chefe do Governo no Estado Novo. Foi aliás ali, em 1968, que o ditador deu a célebre queda de uma cadeira de descanso, que levaria ao seu afastamento e, em 1970, à sua morte.

O Forte ergue-se à entrada de São João do Estoril, num plano cimeiro à praia, encoberto por denso arvoredo, tendo nas imediações a estrada Marginal.
Para quem entrar na zona sul de São João e se dirigir às imediações do Forte, pode desfrutar de uma visão deslumbrante proporcionada pelo maciço rochoso, onde as ondas se desfazem, e do Forte ali sobranceiro, que parece estar prestes a precipitar-se nas águas mas que só algumas gotas ajudadas pelo vento conseguem atingir.
Actualmente o Forte funciona como colónia de férias do Instituto de Odivelas.
O monumento é propriedade pública estatal.