quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

RICAS E POBRES (AUTARQUIAS)

Hoje ao caminhar pelo Parque dos Poetas aqui em Oeiras, fui pensando nas desigualdades que existem no Pais, não estou a  falar de Pessoas, porque aqui todos sabemos que essas são cada vez maiores, mas do Estado, ou das suas extensões, as  Autarquias Locais, e nestas, que diferenças abissais. É certo que as que têm feito grandes obras, seja de fachada, sejam as necessárias ao bem estar das suas Populações se aproveitam da Lei, para usufruir de todo o dinheiro que cobram aos seus Moradores, Empresas etc, mas para além do que cobram aos seus Habitantes ainda recebem do Estado Central umas massas valentes, seja de impostos que antes eram desse mesmo Estado Central, seja ainda de transferências do Orçamento de Estado, e aqui na distribuição do bolo é que me parece que as coisa deviam ser feitas com maior acuidade.

De facto a Autarquia de Oeiras, mercê especialmente da grande quantidade de construção que ouve nos últimos quinze ou vinte anos, onde as taxas dessa mesma construção encheram os cofres da Câmara, fizeram-se grandes melhoramentos a nível lúdico e desportivo  eles foram Teatros, Campos de Futebol, e Pavilhões Desportivos, ajardinamento de tudo o que era terrenos sem aproveitamento, foi o Passeio Marítimo, o Parque dos Poetas, que continua a ser ampliado e se prevê para breve a inauguração da segunda fase, carros, muitos, e autocarros da Autarquia,  enfim dinheiro não tem faltado por aqui.
Em suma, coisas bonitas se tem feito por aqui, tenho pena que o País não seja uno, para o bem ou para o mal, ou há Democracia ou comem todos.

Em contraste, a Câmara de Alenquer donde sou natural, nunca teve dinheiro para mandar cantar um cego como se diz na gíria, tem carros a circular que já são do tempo da Maria cachucha, comprados em segunda  mão no estrangeiro, é verdade, fiquei pasmado quando esses carros tinham  a matricula a começar pela letra K, de ver alguns da Câmara a circular, isto não é só um Estado são muitos Estados dentro do mesmo, se há Câmaras excedentárias, porque não obrigá-las a devolver esse excedente ao Estado Central para que este o redistribua pelo restante País á mingua?
Assim não dá, e não me venham dizer que os que têm muito dinheiro é porque são mais poupados, o Pais é só um e deve haver solidariedade entre todos, se não houver a bem, alguém que Decrete, nem que seja a mal. Não sou contra as obras, concretamente o Parque do Poetas é digno de ser visitado, mas na minha terra nem o Parque Infantil está como manda a Lei, isto é, proibição de areia no seu interior, mas a Autarquia não tem dinheiro para lhe colocar o pavimento que as Crianças merecem, e a Lei determina. 
 
As Autarquias que mais têm beneficiado, ao longo do tempo  da galinha de ovos de ouro, que foi a construção civil, entretanto já falecida, deviam olhar para o lado, isto é para o resto do Pais, e serem solidários, bem sei que a altura é de apertos para «quase» todos, mas escapam os «quase» como acontece sempre, talvez que a Lei pudesse ser melhorada, pois não estou a ver alguém abrir mão voluntariamente daquilo que julgam ter direito, ponham os olhos naqueles peditórios contra a fome que periodicamente se fazem, até os Pobres dividem alguma coisa de seu, com os mais Pobres de todos, e as Autarquias onde estão nessas alturas? quem as viu chegar-se á frente? estou a falar daquelas com «excedestes» é claro, que das outras estamos conversados.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A OUTRA LISBOA

Normalmente a Lisboa que nos mostram, é a Cidade limpa, obras em curso ou as suas inaugurações, os eventos desportivos com a Policia a carregar nos meninos das claques, as visita dos Papas, dos Reis ou dos  Presidentes de Países amigos, ou inimigos, tanto faz, de vez em quando também nos mostram um incêndio ou um desmoronamento de prédio antigo, falam-nos nos Bairros Típicos, no fado, ou nas marchas populares, mas sem grandes alaridos quanto ao estado periclitante dos prédios dos Bairros mais populares, não vá o seu estado degradado afastar prováveis visitantes, mas isto são as televisões a Câmara ou o Governo, eu como não pertenço a nenhuma destas instituições posso, aliás devo, mostrar tudo o que vejo.

Assim, em mais uma caminhada pela Capital, levava a ideia de ir até ao Miradouro da Senhora do Monte, para mim o que melhor vista tem sobre a Cidade, embora ainda fosse noite quando cheguei ao Cais do Sodré, dava para ver que o dia estava sem neblinas ou nevoeiros, mas quando cheguei ao Martim Moniz já o nevoeiro pairava sobre o Miradouro, assim só subi até ao Largo da Graça, aqui também há um Miradouro, ao qual foi dado o nome da Mãe do Miguel Sousa Tavares, a Poetisa, Sofia de Melo Breyner Andersen, mas nada, o nevoeiro já pairava sobre o Tejo, não aquele nevoeiro serrado, mas ainda assim impeditivo de fotografar, pois é essa a razão da minha ida aos Miradouros, há sempre qualquer coisa de novo, que não vi nas vezes que lá estive anteriormente.

Depois foi a descida até ao lugar de partida, passei mais uma vez pela Mouraria, não a Mouraria do Martim Moniz, arranjadinha, e povoada pelas diversas Etnias em especial do Oriente, que apesar de alguma sujidade (para não destoar do resto da Cidade), pode-se dizer que está aceitável, mas a Mouraria do interior está como as imagens mostram, tem havido algumas obras ao nível do pavimento, mas as casas essas ameaçam caírem-nos em cima a qualquer momento, não faço a mínima ideia se são de Particulares, da Câmara, ou doutros Organismos, creio que pertencerão a vários proprietários, provavelmente sem dinheiro para os recuperar, mas a limpeza dos Becos, Escadarias, Ruas e Ruelas, esse não tenho dúvidas que é a Câmara a sua responsável, e deixa muito a desejar, diria até que nalguns locais não é muito aconselhável a circulação apeada, sobre pena de pisar alguma «mina» das muitas que por lá estão disseminadas.


 

domingo, 27 de janeiro de 2013

HOJE ACONTECEU

Mais um para a minha conta pessoal, a ocasião não é a melhor para comemorações, mas estas datas não se podem alterar, a minha Mãe achou bem que fosse neste dia, quem sou eu para dizer que não! E assim, aos tropeções, já cá contam 66. Sofridos é certo, ou não fosse eu um pessimista militante, mas apesar de tudo valeu a pena, se mais não fosse, porque a descendência aí está para as curvas, e tudo indica não me vai deixar ficar mal na fotografia.
Para começar o dia fui até á Parede á hora habitual isto é pelas sete, caminhei á beira mar até São Pedro do Estoril, àquela hora ainda noite serrada mas com as luzes da Estrada Marginal dava para ver grande azafama de pescadores na tentativa de apanhar uns polvos, a maré era grande e na baixa mar dá para avançar mais o que facilita a apanha destes moluscos de oito braços.

No regresso ainda deu para observar um «camarada» a fazer para-pente junto á praia da Bafureira, entre São Pedro e Parede, e fiquei por ali alguns minutos falando com os meus botões se aquilo não seria um bom transporte para eu ir a Vila Verde, pois com o pitrol ao preço que está, e com os cortes que estou a levar na reforma, era ouro sobre azul, vou tentar saber mais alguma coisa sobre estes bicharocos dos ares, e se não for muito caro, e não tiver de tirar o brevet, ainda me vão ver; qual Padre Bartolomeu de Gusmão a aterrar na Serra de Montejunto, talvez assim consiga descobrir a velha Passarola que por lá está algures, e que tanto trabalho me tem dado na tentativa da sua descoberta.

Depois foi o almoço em casa com a Família, um cozido confeccionado pela Patroa, não sei se o deveria dizer, pois as coisas estão de tal maneira que um Homem qualquer dia até tem vergonha de dizer que encheu a pança com o fruto do seu trabalho, não vá o governo dizer que estamos a viver acima das nossas possibilidades, e cravarem-nos mais um imposto, ou mais um corte na reforma, todos os cuidados são poucos com estes gajos que nos «caíram no prato» que dizer que nos calharam na rifa governativa, mas enquanto não colocarem espias nas nossas casas para verem o que comemos, ainda posso confessar que enchi a pança, tal como os meus Familiares mais próximos que quiseram com-partilhar comigo este almoço comemorativo.




sábado, 26 de janeiro de 2013

AS ÚLTIMAS DE VILA VERDE

Embora a vontade seja frouxa, sinto-me na obrigação de dar noticias recentes de Vila Verde, em especial para quem me lê no Estrangeiro e que de alguma maneira esteja ligado á Terra.
Como escrevi anteriormente, as coisas não têm estado fáceis para quem como eu vive intensamente qualquer assunto que lhe toque, mesmo que ligeiramente, o que não tem sido os casos, mas a vida vai continuar pelo menos assim espero, para os que que ficam pois para os que partiram não há remédio.

Assim começando pela noticia que aqui dei sobre reserva, do suicídio do ex-Padre da Terra, confirma-se, o seu cadáver apareceu na praia de Miramar ali para os lados da Lourinhã, os mais crentes nestas coisas do além, até já falam num quase milagre, pois terá sido nessa Terra que terá começado o seu ministério como Padre, claro que cada um acredita no que quer, não é proibido, parece que o carro estaria na Ponte 25 de Abril ou próximo, quando do seu desaparecimento, o que terá levado a acreditar que ele se terá atirado da Ponte, parece não haver testemunhas disso, e a verdade é que o facto do carro estar naquele local não obriga necessariamente que o dono se tivesse atirado dali, o que é certo é que a sua morte está confirmada, que descanse em paz.

Outra noticia esta mais alegre, na manhã de Terça Feira começaram a aparecer na Terra e a estacionar em quase todas as ruas, camiões carregados de ferros que logo se viu que seria para montar uma grua, só faltava saber onde, e para quê, para não destoar do titulo que dei ao blog, lá fui "observar", ou melhor descobrir o mistério, lá descobri um camião grua atulhado na lama da Cerca do Palácio, com um tractor suando as estopinhas para o rebocar, no local onde se iniciou á tempos a terraplanagem para o que iria ser a futura Escola, mas que entretanto se ficou mesmo por aí, e a Firma que lá andava desapareceu e de obras nada, ora aquele movimento dá toda a ideia de que as coisas agora vão andar, assim o espero como o esperam todos os Vilaverdenses.
E agora vou ver o início do Glorioso com o Braga, se conseguir ver todo o jogo é sinal que o Benfica se portou á altura, caso contrário mudo de canal, e amanhã saberei como terminou o jogo., tem sido a minha sina nos últimos anos, estava mal habituado, reconheço, sou do tempo das vitórias gordas, e não me consegui adaptar a ninharias.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

LIXO

As Agências de notação financeira deram-me a mesma classificação que deram a Portugal, isto é, Lixo, e é assim mesmo que me tenho sentido nos últimos dias, a morte, (sempre ela) inesperada, e muito antes de terminado o prazo de validade, dum Familiar, Amigo e das melhores Pessoas que conheci, deixou-me sem vontade de escrever, ler ou simplesmente falar.
Hoje mesmo foi operado outro Amigo, por acaso meu Cunhado, operação que terá corrido bem mas a história não terminou ainda, de qualquer modo, Rui vais ultrapassar mais este obstáculo.
Um abraço
Para os meus Amigos dos blogs, logo que arrebite, aparecerei por aqui, e pelos vossos blogs também! Um abraço.

domingo, 20 de janeiro de 2013

OS INFIÉIS

Porque estou frouxo de ideias,  quem sabe se por algum motivo aparentado com aqueles que aqui trata Fernando Dacosta, achei apropriado para a ocasião este texto que nos fala de saúde, ou da falta dela.

Escorreitos e satisfeitos

Preocupado com a saúde dos Portugueses, um secretário de Estado dela exortou-os recentemente a cuidarem de si, pois as suas doenças viraram dores de cabeça para o governo.
Governo que receia que estes continuem a adoecer por desfastio, a entupir as urgências por birra, a abusar de remédios por gulodice. Tais luxos tornarão insustentável o S.N.S., pelo que é preciso mudar de esbanjamentos--em consultas, análises, medicamentos, operações, etc. Para efectivação de programas tão preventivos (há um milhão de Portugueses diabéticos, outro de gorduras, outro de neuróticos, outro ainda de hipertensos, além dos vitimados por maleitas crónicas e mortais), o executivo prepara baixas de impostos na agricultura e na restauração (para termos produtos mais saudáveis baratos ), em ginásios e lojas de desporto (para cuidar-mos melhor do fisico).
 
Em clínicas e farmácias (para prevenirmos e debelarmos perigos), nas energias e na roupa (para nos protegermos do frio e do calor), e tenciona livrar-nos das aflições do desemprego, dos despejos, da instabilidade, dos esbulhos do fisco, ou seja, daquilo que nos está a exterminar psicologicamente (primeiro) e fisicamente (depois). Entretanto a taxa de suicídios disparou, atingindo 1250 casos anuais devido sobretudo ás medidas de austeridade os suicídios  e as mortes (rápidas) são, como se sabe, mas não se diz, um alivio para os governantes por os libertarem de incomodas carraças sociais. Com estas perspectivas vamos ficar finalmente escorreitos e satisfeitos. Enquanto isso, uma conhecida psiquiatra diz ter já pacientes com mais medo do desemprego que da morte. Acendem-se lamparinas ao fundo do túnel 

FERNADO DACOSTA

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O OURO DE PORTUGAL


Uma das conversas que mais ouvimos nestes momentos de crise é; porque não vendemos o ouro do Tesouro Português? Eu próprio já fiz essa pergunta, embora o ouro não seja propicio a perder qualidade com o passar dos tempos, e o seu valor ao  que tudo indica não diminui, antes é para subir, mas mesmo assim, não seria melhor despachá-lo? e com o dinheiro da venda poupar muitos Portugueses de passarem fome? perante esta conversa recorrente, que os saudosistas aproveitam para tecer elogios a Salazar, por este ter amealhado tanto metal precioso! Ora como eu não sou propriamente um fã do ditador, e não comungo da sua bondade para com o País e os Portugueses, tentei conhecer um pouco mais da origem do tão famoso ouro que neste momento se resume a 382,5 toneladas, nada mau.

Pois é, nem sempre os meios justificam os fins, pelo que consegui saber não abona nada a sua origem, diria mesmo que não foram as poupanças de Salazar que fizeram de Portugal um dos Países com maior quantidade do metal amarelo, (proporcionalmente á sua População bem entendido), não terá sido todo obtido desta maneira, calculo, mas uma grande fatia veio da Alemanha Nazi, em troca do Volfrâmio, que o ditador de cá, enviava ao ditador de lá, para manter a sua industria de guerra, a par da também Espanha fascista, foi Portugal o grande aliado no fornecimento de uma das matérias primas para a indústria de guerra Nazi, portanto desenganem-se os que pensam que Salazar como poupadinho que era, (e isso ninguém nega) juntou todo o ouro em poupanças Nacionais, apesar das matérias primas que chegavam das Colónias ao preço da uva mijona, e da miséria colectiva dos Portugueses de cá e de lá.

Os primeiros pagamentos que a Alemanha fez a Portugal pelo envio do Volfrâmio foi em notas, mas como muitas eram falsas Salazar exigiu e conseguiu que os pagamentos futuros fossem em ouro, diz-se que retirado dos cofres dos Países ocupados pelos Nazis, e também do que foi retirado aos Judeus que como sabemos muitos milhares deles foram dizimados em Auschwitz e outros locais.
No fim da Guerra os Países Aliados quiseram que Portugal devolvesse ouro que obteve do negócio, cerca de 400 toneladas segundo informações da altura, e foi mesmo condenado mas acabou por devolver só cerca de quatro toneladas, o restante, ou já foi vendido ou faz parte do que resta das cerca de 600 toneladas que havia quando ditador caiu da cadeira.
Só por curiosidade, está guardado no meu Conselho (o local já é conhecido como o Forte Knox) cerca de 200 toneladas do espólio. estando o restante que perfaz as 380 toneladas divididos entre Estados Unidos e Inglaterra, é o que consta, porque estão nestes Países e não cá, é mistério.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

PORTUGUÊS SUAVE




Português Suave! Não, não se trata da falecida marca de cigarros com o mesmo nome,  mas sim do Português, Homem e Mulher. No tempo da outra senhora éramos pelos bons costumes,  sem levantar grandes ondas como convinha ao regime, e para protecção do nosso cabedal, não fosse a P.I.D.E. zangar-se com os mais atrevidos, daí para cá muita coisa mudou, mas de costumes, somos os mesmos, pacatos, bons vizinhos, bons colegas na escola, na tropa ou no trabalho, podem até no limite cag....nos  em cima, que desde que a bosta não cheire muito mal nós aguentamos.

Hoje fui fazer a minha caminhada semanal a Lisboa, como de costume entrei no comboio em Paço de Arcos, eram 6h51 carruagens cheias, encontrei um lugar vago, virado para a frente, pois não gosto de andar de marcha atrás, e sentei-me! Ao meu lado uma Mulher que aparentemente dormia, não lhe via  a cara mas pelo andar da carruagem era uma Jovem, dormiu todo o caminho sem ressonar, eu danado que ela acordasse para lhe fazer uma proposta e nada, pensei então se não teria batido as botas, não aparece o pica bilhetes para lhe dar um encosto, e ver finalmente se está viva ou morta.

 E eu a pensar com os meus botões, se está viva era uma boa oportunidade de negócio, trocava pela minha que ressona que parece um avião a levantar da Portela, e fala pelos cotovelos, e eu com esta aqui á mão de semear, que não ressona e caladinha, e a gaja não acorda, saí na ultima estação, ainda olhei para trás e ela lá continuava na mesma posição, estou com remorsos de não lhe ter dado um encosto, se calhar entregou mesmo a alma ao criador
Que se lixe, vou mas é caminhar, ainda é noite serrada, vou fazendo gincana na Av. Ribeira das Naus, as obras eternizam-se e os Peões sofrem para andar por aqui, sigo á beira Rio até Santa Apolónia, subo pelas Escadinhas do Hospital da Marinha, é um cheiro a mijo que trazanda, tudo bons rapazes, emborcam umas bejecas e a Cidade não tem esse luxo que se chama mijatório ou casas de banho, onde é que um gajo vai aliviar a bexiga? Ó Sr. Costa, em vez de andar a gastar o nosso dinheiro nessas experiências de trânsito, que está cada vez pior, porque não gasta algum numas casas de banho mesmo a  pagar, espalhadas pela Cidade?

Subo mais um pouco até ao Panteão Nacional, e faço a agulha para Alfama, é onde me sinto em casa, aquelas ruas estreitas só para mim, é um luxo, mais uns metros e subo a Rua da Madalena., bebo um café em frente á Sede do C.D.S. desço o resto da rua e observo que a «Merendinha» o café que eu frequentava e que foi vendido aos Chineses estava novamente aberto, entrei para ver como estavam as coisas, e estava uma Rapariga Chinesa de volta dum pedaço de leitão, (uma antiga especialidade da casa) mas via-se á légua que não percebia patavina daquilo, meti conversa, e ao mesmo tempo coloquei o radar em funcionamento, e vi que aqueles salgados de fazerem água na boca, nem vê-los, a casa despida de qualquer alimento que matasse a fome a um pobre esfomeado, saí, não sem ela me informar que o antigo Funcionário voltaria no próximo Mês, nessa altura lá voltarei para ver se há novidades.

Mas comecei a mensagem falando na nossa maneira de ser e estar muito calminha, e isso reflecte-se em quase tudo o que nos rodeia, é na nossa casa com o cão do vizinho a dar-nos cabo do juízo ladrando dia e noite e nós caladinhos para não parecer mal ao dono do bicho, é a festa até de manhã no andar de cima, ou no do lado e nós não conseguimos pregar olho, mas não queremos má vizinhança e calamo-nos, é no comboio onde metade dos passageiros lêem o Jornal gratuito Destak, e a outra metade leva com as folhas do dito na cara, é o menino ou menina com música aos berros ao nosso lado e nós mudamos de carruagem, mas calamo-nos, são aqueles, mas mais aquelas que vão de carruagem em carruagem, não se preocupando em fechar as portas, é a menina que põe as patas sobre o assento da frente, alguém há-de pagar o prejuízo, enfim Português que se prese cospe no chão, melhor escarra, porque pela dimensão da coisa que mais parece um ovo acabado de mexer, não pode ser cuspo, mas também sabemos ser corteses, o que é raro, e por o ser mostro aqui uma foto que tirei dum papel afixado na porta principal dum prédio aqui meu vizinho, fiquei de boca aberta, pois nunca tinha visto nada semelhante, nomeava de boa vontade esta Pessoa para o Nobel da Educação, só que não sei quem é.