segunda-feira, 29 de julho de 2013

ANDANDO E OBSERVANDO

Não tenho andado muito virado para a escrita, não sei se será do tempo, da idade, da situação politica e económica que atravessamos, ou simplesmente a mioleira deu as últimas, de facto não estou a sentir motivação que baste para dar a volta aos textos que por vezes me apetece escrever, de qualquer modo vou aproveitando as minhas caminhadas de observação para não deixar morrer á mingua os blogs que tenho alimentado ao longo dos últimos anos, e assim sendo aqui vai mais uma caminhada por Lisboa, por alguns locais nunca antes palmilhados (por mim).

Hoje então fui á beira Tejo até Santa Apolónia, um pouco mais á frente e ainda na Av. Infante D. Henrique, atravessei para lá da linha Férrea, passei junto ao Mosteiro de Santos-o-Novo, Calçada da Cruz da Pedra,. Casa Pia, e fui subindo a caminho do Alto de São João, entretanto a certa altura inverti a marcha e andei por locais que nunca antes tinha visitado, e aqui, vim ver a outra Lisboa, aquela de que falei várias vezes, a que não tem Turistas nem espectáculos de encher o olho, aqui está quase tudo em semi-abandono, quem passa pela Baixa, ou Avenidas Novas, e não se embrenha noutros locais da Cidade não faz ideia do que se passa por lá.

Andei pela Av. Afonso III, Calçada do Varejão, atravessei a Av. Mouzinho de Albuquerque, passei em frente do Operário Futebol Clube, pelo Bairro América, e por ai andei calcorreando ruas e ruelas, onde a limpeza foi chão que deu uvas, as condições de circulação uma lástima, e os Moradores destas zonas ao abandono, até em lugares para estacionarem os seus automóveis, tanto campo que por ali há sem proveito algum, e a Câmara não fez, nem faz um simples Parque de estacionamento com um mínimo de condições, mas recebe o Imposto Municipal sobre Veículos, ou não?
Fico-me por aqui que os eventuais leitores em merecidas Férias, querem é ler coisas positivas.
 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

«A HERANÇA DE GASPAR»


No último dia como ministro das Finanças, Vítor Gaspar assinou um decreto que pode liquidar a vida de, pelo menos, 3 milhões de portugueses. Esse decreto determina que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (que geria uma carteira de 10 mil milhões de euros) "terá de adquirir 4,5 mil milhões de euros de dívida soberana".
Sabendo-se que o referido fundo foi criado como reserva para assegurar, em caso de colapso do Estado, os direitos dos reformados, pensionistas, desempregados e afins durante dois anos (segundo o articulado de lei de bases), o golpe em perspectiva representa o risco de uma descomunal tragédia entre nós.

Lembremos que dos rendimentos dos seniores vivem hoje gerações de filhos e netos seus, sem emprego, sem recursos, sem amparo, sem futuro. Lembremos ainda que os últimos governos têm sido useiros no desvio de verbas da Segurança Social para pagamentos de despesas correntes - "o que qualquer medíocre gestor de fundos sabe que não se deve fazer", comenta, a propósito, Nicolau Santos no "Expresso".
Em 2010, dos 223,4 milhões de euros que deviam ser transferidos para o fundo em causa, o executivo apenas entregou 1,3 milhões.

Após ter semidestruído Portugal economicamente, socialmente, familiarmente, psicologicamente, com total impunidade e arrogância, Vítor Gaspar deixa, ao escapar-se, apontado um tiro de misericórdia aos idosos (e não só), depois de os ter desgraçado com o seu implacável autismo governamental. Sindicatos, partidos, oposições, igrejas, comentadores, economistas, intelectuais meteram, por sua vez, a viola no saco ante mais esta infâmia - entretanto, os papagaios de serviço aterrorizam as populações com a insustentabilidade da Segurança Social.

O titulo e as fotos são minhas, o texto é de Fernando Dacosta, publicado no jornal i de ontem.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O NOSSO FADO

Se eu fosse comentador, comentava, não o sendo divago sobre coisas e loisas, mas agora até gostava de ter costela de comentador para dizer o que penso dos últimos episódios da nossa classe politica, mas dizem-me que não se deve meter a foice em seara alheia, e assim, estou aqui num dilema, qual Triângulo das Bermudas com o Navio, vai que não vai ao fundo, já não sei se vá, se mande, mas o melhor é ir mesmo, apesar do navio já estar a adornar, é que isto de politica tem os seus caminhos próprios e um gajo não os conhecendo pode muito bem enganar-se e ir ter a outro local que não aquele que o G.P.S. indica, mas vou tentar lá chegar, mesmo que por portas travessas.

Pois ontem o Sr. Presidente falou e disse, meus senhores, (referia-se a Portas e Seguro) não ouve entendimento, e eu, como maior magistrado cá do rectângulo cabe-me levar o barco a bom porto, e assim, renomeio os actuias governantes, em quem não confio como disse há dias, mas não tenho outra solução, nós (referia-se a ele e aos amigos) precisamos da Troika para continuar a mandar para cá umas massas, porque estes velhos, desempregados, doentes e funcionários públicos levam uma pipa de massa todos nos Meses, e nós (referia-se aos Portugueses em geral) não produzimos a ponta dum corno, e comemos e bebemos todos os dias, por esse facto, precisamos que este governo continue, senão os «amigos» da Troika fecham a torneira, o que disse a semana passada já me esqueci, e o que conta agora é o futuro para bem do País, disse!
 
Então Sr. Presidente exclama Passos! Já  de copo de espumante na mão esquerda enquanto a direita afaga o pescoço do homem, podemos comemorar? Claro que sim meu bom amigo, eu bem lhe disse que isto era uma jogada de mestre, dizem para aí que não sou politico, mas quem faria melhor? Ninguém responde Passos, o Sr. é um prodígio, já agora Presidente aquela história de não querer o Portas em Vice-Primeiro Ministro era a brincar, não era? Claro que sim meu filho, o Sr. é um mestre, estava eu com os dois pés fora do governo e agora saio daqui pela porta grande, esse Seguro não percebeu nada desta casca de banana, quero dizer desta jogada, o gajo pensava que o  queríamos cá a apoiar o governo? Está mas é maluco, ele já nem o P.S. consegue dirigir, agora com o Sócrates todas as semanas na televisão, a dizer cobras e lagartos, está lixado, não chega ás Legislativas, ainda lhe passam a perna antes, estava-me a querer enterrar vivo o sacana, e quem lhe vai mijar na cova sou eu, salvo seja.
 
 
Agora por Sócrates (fala o Presidente) não arranja maneira de o calar de vez caro Passos? O gajo passa o tempo todo deitar-me abaixo, com aquela história de eu lhe ter tirado o tapete, quando era primeiro ministro, como você manda lá na R.T.P. (cá para agente que ninguém nos ouve, não haverá para aqui escutas?) Ó Sr. Presidente amor com amor se paga, vamos tratar disso já de seguida, fazemos como o governo Grego fez lá na Grécia fechou Rádios e Televisão Publica, e assim corta-se o mal pela raiz, veja lá se isso não vai trazer problemas, ainda advertiu o Presidente, mas nesta altura já o Passos ia a chegar á rua pelo que não ouviu a recomendação, e assim recuperado destas ultimas semanas infernais, lá se foi encontrar com  Portas, segredando-lhe ao ouvido (não fosse haver por ali escutas) agora que somos quase como irmãos, nada nem ninguém nos tirará daqui, e tu meu bom escudeiro vai ser meu Vice, que o gajo lá de Belém já deu o Amem.
Portas não se conteve e prega-lhe um grande beijo que se ouviu daqui, isto é para selar de vez o nosso compromisso para com o Povo que nos mandatou para levar o barco a bom porto, e com este gesto, (qual Judas Iscariotes), ficaram amigos para todo sempre! Amem.
 

sábado, 20 de julho de 2013

PARABÉNS AO RUI COSTA (CICLISTA)


Vão aqui umas letras para não perder o ritmo, como já escrevi noutro local esta semana tenho andado coxo no que respeita á Internet, e assim, afastado quase por completo no que aos blogs diz respeito, já aqui falei que não me dou bem com o portátil e menos ainda com a Internet móvel, é certo que há velocidades melhores,  mas fujo destes gajos (operadoras de tele-comunicações) como o diabo da cruz, já me enganaram, e já me tentaram enganar várias vezes, e gato escaldado de água fria tem medo, o maior barrete foi precisamente da toda poderosa P.T. com a qual contratei o Sapo A.D.S.L. aqui para Vila Verde, disseram-me que eram 19 Euros Mês, e levaram-me 29, e tive que aguentar um ano a ser roubado, porque os gajos arranjam umas cláusulas que só falta ficarmos casados para toda a vida sem direito a divórcio.

Mas isso agora não interessa nada, isto foi só para treinar, e dizer que estou muito satisfeito com mais uma vitória do nosso Rui Costa na volta a França em bicicleta, gosto de quase todos os desportos, excluo só aqueles onde se joga á bola com as mãos, tanto é assim que estou a ajudar a SPORT TV a engordar a sua conta bancária enquanto a minha fica cada vez mais á míngua, mas dizia da minha satisfação das vitórias do Rui Costa, a fazer-nos recordar o grande Joaquim Agostinho. E por Joaquim Agostinho, está na estrada mais um grande prémio dedicado a ele, e na Etapa de hoje os Ciclistas subiram até ao alto da Serra de Montejunto, e na descida passaram aqui por Vila Verde, como é natural fui ver a rapaziada na descida, porque lá no alto há sempre muita Gente, e eu em apertos não me meto.

 
Entretanto, dirijo-me agora ao meu Amigo Tintinaine, que habita na Povoa do Varzim, Terra do Rui Costa (Ciclista) este Amigo, com provas dadas na organização de eventos, tenho de lhe fazer um apelo! Cuida bem da chegada do Rui aí á tua Terra, se vires que as coisas não estão a ser bem organizadas dá-lhes uma lição, o Rui tem de ser recebido como merece, não deixes a Terra ficar mal.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

QUEM QUER FESTA, SUA-LHE A TESTA

Lá vim eu para o desassossego, estava tão bem em Vila Verde, mas há compromissos a que não devemos fugir, e ontem ás sete e picos da manhã já estava por aqui, á noite, foi mais uma algazarra que um mortal não consegue pregar olho, ainda hoje vou saber se o compromisso pode ficar adiado e pisgo-me daqui para fora, isto é gozar com o Povão (que como se comprova quer é festa), eram precisamente 23h45 quando aumentaram o volume do som, estiveram aquela alminhas todo o santo dia calados que nem ratos de laboratório, para àquela hora lhes saltar a tampa do som, ainda não passei por lá para observar, mas estou em crer que as colunas de som, são maiores que as do Cais das Colunas no Terreiro do Paço.

Se isto de aumentar o som a uma hora destas é casualidade vou ali já volto, e a Lei do ruido metem-na  num sitio que eu cá sei, mas não digo, o Povo é sereno e danado para a brincadeira, e quem tem obrigação de zelar para que as normas se cumpram? há! estavam de folga ou férias, porque o Verão não se fez para trabalhar, é até um desperdício alguém ainda trabalhar com este tempo convidativo á pândega, bem sei que as Câmaras têm a prerrogativa de poder autorizar que os horários estiquem um pouco em dias festivos, mas isto é martírio são duas semanas, não é brincadeira, e em todos os dias há farra barulhenta até ás tantas.

Assim, dormindo mal e pouco, mas em brasa arranquei até á Capital, embora o «burro» não lhe apetecesse andar, mas coitado não tem culpa do cavaleiro ser ainda mais burro que ele, de facto já é a segunda vez em poucos dias que deixo uma porta mal fechada, e no dia seguinte quando quero colocar o motor em funcionamento ele nega-se a trabalhar, embora não se deva fazer isto nos carros com catalisador, mas foi a minha safa, um pequeno empurrão que isto é a descer, e aí está o gajo todo toleirão a caminho da estação de Paço de Arcos, os carros ás vezes precisam destes mimos, um empurrãozinho e ficam a abanar a cauda todos contentes. 

Em Lisboa a caminhada observatória foi desde o Cias do Sodré, passando pelo Terreiro do Paço, Doca da Marinha, aqui vi um Navio de Guerra Estrangeiro ancorado, para o poder observar melhor passei por Alfama e fui até ao Miradouro das Portas do Sol, de seguida foi mais uma subida até próximo do Bairro da Graça, fiz aí a agulha e desci até ao Bairro da Mouraria aqui percorri algumas das suas ruas estreitas e becos, que têm sido motivo de algumas obras de melhoramento.
Como é um Bairro com história no que ao Fado diz respeito, pois aqui nasceram e viveram vários famosos Fadistas, a Câmara e a Junta de Freguesia colocaram várias placas e painéis com fotos alusivas a vários artistas do Fado, em especial dos naturais do Bairro, algumas das quais aqui mostro. 
 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A HISTÓRIA REPETE-SE

Embora com outros protagonistas, a história vai-se repetindo, a que se segue também a vivi de perto.
Mas vou começar pelo inicio, do dia de hoje, que foi com partida de Paço de Arcos no comboio que devia sair ás 6h50 e só o fez já passava das sete, explicações para o atraso? Não há, as bilheteiras só abrem ás sete, e no comboio não há conversa, embora exista aparelhagem de som que devia servir para estas situações! E os Passageiros reclamaram? Nada, com o se fosse normal numa periodicidade de 20 minutos haver um atraso de mais de dez, enfim andamos anestesiados é o que é.
Mas lá partimos sem sobressaltos de maior, e cá o rapaz para não se atrasar mais apeou-se logo em Alcântara, claro que o fiz com uma razão, passar pelo Palácio das Necessidades para ter uma conversa com o seu morador, Paulo Portas de seu nome, o tal de quem se fala.


Mas apesar do atraso do Comboio o homem ainda não tinha chegado, dormiu fora disseram-me e ainda não regressou, nem sabemos se regressa pois nunca se sabe se lhe dá mais uma daquelas, e pede novamente a demissão, assim sendo segui viagem, e fui andando sem destino definido, por ruas sem Gente como se Lisboa tivesse ido toda para banhos, só comecei a encontrar algumas ali para os lados da Estrela, pronto já tenho companhia fiquei mais há vontade, pois andar sem ver viva alma é desmoralizador, chegado aqui junto da Basílica, regressei ao passado, isto é a 1975, ano que tal como agora o desemprego bateu á porta de muita gente, eu incluído, as motivações eram outras, os homens da massa fugiam assustados com o evoluir da situação politica e social, agora inverteu-se a situação, e os homens da massa estão decididos a vingar essa época e colocar os Portugueses a ir comer-lhes á mão, qual pombo manso.

 
Estávamos então no «Verão quente» de 1975, e cá o rapaz fazia a manutenção e reparação da Iluminação Pública do Concelho de Oeiras e algumas Localidades do Concelho de Sintra, para esse trabalha tinha um Ajudante e uma viatura com um cesto hidráulico para subir aos candeeiros, trabalhava para C.R.G.E. hoje E.D.P. mas por conta dum empreiteiro, (Raul Duro Contreiras que descanse em paz) em plenário dos trabalhadores da C.R.G.E.  foi decidido correr com  os empreiteiros e respectivos trabalhadores, (como as coisas mudam, hoje comem á mão dos Chineses e nem pestanejam) e assim, recebendo como indeminização um Mês de ordenado, vejo-me no desemprego, foram tempos difíceis pois já tinha duas Crianças, e valeram-me alguns trabalhos de circunstância, e a minha Maria, que lá ia fazendo «o milagre da multiplicação dos pães».

Nestas circunstâncias difíceis, ouve duas Pessoas que apesar de não se ter concretizado os auxílios que se prestaram a dar, me ficaram para sempre gravados, o meu Amigo Simão, um velho combatente pela Liberdade que passou as passas do Algarve no Forte de Peniche, e noutras prisões do fascismo, devido á luta dos trabalhadores agrícolas Alentejanos pelas oito hora de trabalho, (ele era de Cabeção) e que sabendo que eu estava desempregado me ofereceu ajuda monetária, que recusei mas agradeci como hoje recordo, e o outro foi o Dr. Daniel Trindade Brás, proprietário da Farmácia com o mesmo nome em Paço de Arcos, este numa circunstância que ainda hoje me admiro, como há Gente que se preocupa com os seus semelhantes apesar de praticamente não se conhecerem.

Um belo dia estava eu com alguns Amigos, no jardim de Paço de Arcos, e chega junto mim o Filipe que era Farmacêutico na dita Farmácia do Dr. Brás, e diz-me para o acompanhar que o Dr. queria falar comigo, fiquei intrigado com a entrevista pois nunca fui de frequentar as Farmácias (saúde de ferro tem destas coisas) e mal conhecia o Senhor, chegado á Farmácia o Homem mandou-me entrar para dentro do balcão, numa outra dependência mais recuada uma espécie de armazém, e sem mais, dispara, sei que o Sr. está desempregado, eu sou sócio duma empresa de distribuição de medicamentos, (embora não exerça lá nenhum cargo)  a Codifar, que fica junto á Estrela, tome lá este cartão meu, e vá lá ver se lhe arranjam alguma coisa, fiquei sem palavras para este gesto, ainda hoje mexe comigo esta atitude do Dr. Brás (que infelizmente não pude acompanhar á última morada por desconhecimento da sua morte, que descanse em Paz).
 

Fui á tal empresa mas não foi possível arranjar trabalho, era necessário ter a carta de condução profissional e a minha era de amador, mas o gesto caiu fundo, até hoje.  
Entretanto, para terminar as recordações e passar á volta de hoje, direi que fiquei surpreendido positivamente com as nossas Policias, tenho perguntado vezes sem conta "onde está a Policia"? e hoje vi finalmente Policia, naquele edifício de madeira no Cais do Sodré de que falei á dias devido ao seu abandono e ocupação por marginais, hoje ao passar por lá, vi os Policias a identificarem os ditos ocupantes, é bom que se saiba que isto ainda não é uma república das bananas! De seguida quando o comboio parou na Estação de Belém, lá estavam um casal (Homem e Mulher) Policias a revistarem dois jovens, mais á frente na Estação de Caxias dois Policias em posição de sentido, ora não há fome que não dê em fartura lá diz o nosso Povo, ainda bem.
Entretanto já reapareceu a Estátua de D. José e respectivo cavalo no Terreiro do Paço que andou em parte incerta durante vários Meses, já o Arco da Rua Augusta, ali ao lado está na fase de retirada dos tapumes, agora vai.