quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Vila Verde dos Francos

Como escrevi no Facebook, fica este blogue disponível durante alguns dias para o, ou os interessados em pesquisar sobre Vila Verde,  em cima e á direita está o link que liga ao outro blogue, "O Morto Vivo".

sexta-feira, 25 de abril de 2014

"25 DE ABRIL, SEMPRE"

Pensei escrever uma mensagem nova sobre a data que comemoro hoje, mas pensando bem, como considero actual a do ano passado, poupa-me alguns neurónios, que já são bem escassos, acrescentando ou alterando uma ou outra frase que possa estar ultrapassada pelo andar do tempo, e ao mesmo tempo colocar fotos novas, juntando algumas dos locais por onde andei neste dia há 40 anos.
Nesse dia saí como de costume do Bairro da Figueirinha onde habitava, fui a Oeiras ao Despacho da C.R.G.E. hoje E.D.P. verificar quais os trabalhos que havia para esse dia, o funcionário que estava de serviço falou-me que haveria movimentações de tropas mas nada de especial, segui para Valejas para executar o primeiro serviço, reparação de um candeeiro da iluminação publica, quando paro junto a este vem um Homem ter comigo, e admira-se de eu estar trabalhar, pois a rádio estava a dizer para recolherem todos ás suas casas, assim sendo ainda reparei o candeeiro mas segui com o meu ajudante para Oeiras estava o dia ganho.
Da parte da tarde, e no dia seguinte até á madrugada de 27 estive junto ao Forte de Caxias até que os Presos Políticos foram soltos.

E agora passados que passaram 40 anos sobre o 25 de Abril, o que posso dizer? Valeu a pena, muito se fez, muito se perdeu, mas o saldo é incontestavelmente positivo, é frequente dizermos que de todas as conquistas de Abril «só» resta a Liberdade, como se isso fosse pouco, aceito que os que nunca viveram a ditadura que pensem assim, também os que a viveram sem sobressaltos de qualquer espécie, e ainda com mais razão os que com a falta dela colaboraram, considerem a Liberdade como um dado adquirido e de menor importância, mas para aqueles que sofreram as consequências da sua falta, é um bem inestimável.



É certo que o retrocesso em termos sociais é um facto alarmante, o desemprego é galopante, a saúde está pelas horas da morte, a educação é uma coisa onde se faz de tudo, ás vezes até se aprende, outras até se morre, (e vivam as praxes, é fino, colocava-lhes uma enxada nas mãos passava-lhes logo a adrenalina) o sentido de Família como a conhecíamos, pifou, os filhos quando os há, seguem a educação que receberam dos progenitores, e regem-se mais pelas aparências que pela realidade, o álcool e as drogas passaram a fazer parte do «menu» da juventude, a violência, e o crime, são o pão nosso de cada dia, estas algumas das chagas com que nos debatemos, mas não chegam para dizer que o 25 de Abril não valeu a pena.



Assim, e mais uma vez agradeço aos Militares que levaram a cabo a tarefa de derrubar o regime caduco, mas apesar de tudo activo na sua senda de privar da Liberdade todos os que de alguma maneira se opunham ao estado de coisas que teimosamente recusavam mudar, apesar dos avisos internos e externos, este agradecimento a todos os que lutaram para que hoje fosse possível estar aqui a clicar no computador dizendo publicamente o que achar por bem, sem o perigo do lápis azul, ou pior, ser preso, e aos Militares que levaram a cabo a tarefa de mudar o regime, faço-o a um em especial, que faz o favor de ser meu Amigo, Otelo Saraiva de Carvalho, esse mesmo a causa de todos os males, (para muitos) felizmente para ele, e mal para nós, comprova-se que não foi ele nem os Militares ( apesar dos erros cometidos) que levaram o Pais á ruína, apesar de todo o poder que tiveram, não há um único que tenha sido acusado de pôr a «mão na massa»! E os políticos a quem entregaram o poder, pode dizer-se o mesmo?
Viva o 25 de Abril de 1974

quarta-feira, 23 de abril de 2014

25 DE ABRIL NO PARLAMENTO?


"Matos Gomes, um Capitão do 25 de Abril"
O meu Amigo, Coronel Carlos Matos Gomes, escreveu um pequeno mas significativo texto sobre o vai, não vai, a Associação 25 de Abril ao Parlamento, na próxima Sexta Feira, dia em que se comemora (eu comemoro) os 40 anos do 25 de Abril de 1974, fazendo um retrato caricatural, mas que assenta que nem uma luva ás figuras a que se refere, ou não fosse Matos Gomes um dos mais notáveis Escritores do pós 25 de Abril, onde sob o pseudónimo de Carlos Vale Ferraz.


Escreveu uma obra de grande significado, com parte dos livros escritos a falarem de África, e das guerras nas ex-Colónias Portuguesas, como é o caso do livro que tem por titulo "Nó Cego" (ficcionado) mas que se depreende que se trata da célebre  "operação Nó Górdio", operação em que participou, aliás  Matos Gomes combateu como Oficial Comando, nas três frentes de guerra, Angola, Guiné e Moçambique, sendo um dos Militares mais medalhados do Exército Português, deixo aqui o seu texto, e as capas de alguns dos livros da sua autoria.

"Ir à Assembleia comemorar o quê, 40 anos depois?
Ter um fóssil como presidente da República; Uma tonta como presidente da Assembleia da República; Um barítono amador como presidente do governo da República; Um lusito da Mocidade Portuguesa como presidente da Comissão Europeia; Uma senhora do Movimento Nacional Feminino como presidente da caridade e das sopas dos pobres; Um soba movido a cachaça como presidente do governo da Madeira; Um homem invisível como presidente do BPN, a maior cloaca financeira da Europa; Um relojoeiro adamado como presidente da comissão de restauração da independência contra a troika; Um cervejeiro como presidente da televisão pública; Um funcionário do BES como presidente da comissão dos negócios do Estado; Um compère de revista de cabaret manhoso como presidente da Cultura?"
Não obrigado!





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quinta-feira, 17 de abril de 2014

PÁSCOA FELIZ

Alguns Amigos que me têm acompanhado nas lides bloquistas desde há vários anos fizeram-me chegar as suas preocupações pela minha prolongada ausência nos blogues, pensando que seria por motivo de saúde, ou melhor por falta dela, felizmente embora com uma constipação que parece ter vindo para ficar e as velhas cruzes que seguem o mesmo caminho, encontro-me bem, agradeço a preocupação mas a ausência deve-se sobretudo á falta de «munições para as várias frentes de guerras em que ando metido», não sei dizer neste momento se voltarei a escrever novas mensagens, neste momento diria que não, mas logo se verá, falta-me aquilo que aqui me manteve vários anos, ânimo.
Uma Páscoa Feliz para todos os Amigos que me têm acompanhado aqui nos blogs, e respectivos Familiares.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

"MÁS RECORDAÇÕES"

Hoje fui até Espanha, exactamente a Cartaia, próximo de Huelva, virtualmente bem entendido, mas fui, esta coisa de um gajo com o cu no sofá ir a qualquer lugar, mesmo distante, sem gastar pitrol ou dinheiro nos bilhetes dos transportes foi uma grande invenção, e eu que não queria nada com estas geringonças agora não vivo sem elas, é caso para não dizer, desta água não beberei.
Há dias ao escrever sobre a minha alergia a exames médicos ou de diagnóstico, disse que tinha andado em tratamento nesta Cidade Espanhola, já lá vão quase vinte anos, como o tempo corre, hoje ao dar uma volta nas minhas papeladas encontrei alguns passados pelo Médico de origem Árabe que me tratou, e lembrei-me de escrever sobre esta odisseia que me saiu  na rifa.


Sem aviso, começam a aparecer-me manchas no corpo, incomodativas, mas não impeditivas de continuar o meu trabalho, isto dura algum tempo e começo a ver que tenho de procurar ajuda Médica pois as manchas parece que vieram para ficar, consulto um Alergologista em Oeiras que me receita um anti-histamínico e afiança que com aquela droga a coisa passa, não passa, antes começa a agravar, já não são só as manchas com comichão associada, agora não posso fazer pressão em nenhuma parte do corpo que incha, a coisa está a ficar preta, basta pisar uma pedra que me incha o pé, dar um aperto de mão mais forte incha a mão, tudo incha minha gente, estou feito ao bife, tenho que comprar calçado com sola grossa para proteger os pés, procuro novos Alergologistas, e Dermatologistas, cada um receita uma coisa diferente do anterior, e nada.


Ando sete anos a correr seca e Meca, testes e mais testes e não descobrem a causa da urticária que entretanto foram dando nome, colinérgica, de contacto, etc. etc. e melhoras nada, sou entretanto aconselhado a ter sempre á mão um S.O.S. uma ampola de cortisona, para o caso de obstruir a glote, pois era a parte mais preocupante, um gajo ficar com o canal da sopa tapado dever ser complicado, vou várias vezes parar ao hospital, onde fico por norma duas horas a soro misturado com anti-histamínicos, finda a dose fico novo, mas isto não é vida, já ando desesperado com a ciência, não descobrem uma coisa destas como podem ir mais longe? Até que um dia me informam que em Cartaia, Huelva há um Médico muito bom, Chama-se: Mohamed Ali al Bahec, é Alergologista e lá vou eu a caminho de Espanha, não uma mas várias vezes, este pelo menos faz aquilo que nenhum Médico Português tinha feito, análises ao sangue, e não só aquelas picadinhas dos braços para ver ao que era alérgico, vem o resultado das análises feitas num Hospital em Sevilha, que dizem que sou alérgico a: Girassol, Carapaus, e alguns corantes usados nos refrigerantes.




A partir deste momento não entra nos alimentos ou bebidas nenhum dos produtos atrás referidos, mas a coisa continua, as visitas frequentes  aos Hospitais idem, algumas vezes mesmo sem a patroa saber, lá estava eu de papo para ao a levar a dose, até que um dia desanimei, estava num estado lastimável, olhei para um espelho grande que tenho aqui no hall, e a imagem mais parecida com a  minha cara era a de um cão boxer, não sei porquê associei a minha imagem a essa raça de cães, desta vez já não ia a Hospitais nem Médicos, nada, entrego as cartas ao adversário e pronto, a Patroa desesperada, chama a Filha, as duas a insistirem mas não estava virado para aí, até que chamaram uma Médica daqui de Porto Salvo, a Senhora quando me vê diz, tem de ir já para o Hospital, a Patroa e a Filha lá lhe explicam que sou teimoso, ela telefona para o Centro de Saúde de Oeiras, fala com os colegas que estavam de serviço, e diz-me vá lá ao Centro que já estão á sua espera, já não tive coragem para dizer não, e lá fui.


A receita habitual, e algumas horas depois estou em casa, afinal ainda me safei desta, oito anos passaram desde que esta coisa me apareceu, sinto-me um inútil, tenho o meu Pessoal algumas vezes a precisarem duma mão para os ajudar, e tenho de fugir com o «rabo á seringa» pois sei que qualquer esforço pago-o caro nas horas seguintes, sou aconselhado a trazer uma medalha ao pescoço para o caso de ter de ir de urgência para um Hospital, e ter perdido o pio, uma referência á doença que me apoquenta para que eles possam actuar rapidamente, porra que só não me sai a sorte grande, esta de se poder fechar o galgá-lo da sopa preocupa-me sériamente.
O tempo não para, e a urticária, começa a ficar mais mansa, a pouco e pouco desaparece, tal como chegou sem aviso, assim parte, de qualquer modo estou sempre alerta, e acompanhado da «velha ampola S.O.S.» não vá o diabo tece-las.

sábado, 29 de março de 2014

"HISTÓRIAS VIVIDAS"


A minha volta apeada de hoje, (1ª fase, a segunda foi em Oeiras) desenrolou-se entre Vila Fria e Leceia, chegado aqui a esta Localidade sobranceira a Barcarena, e observando esta cá do alto junto á entrada para o Povoado Pré-histórico de Leceia e olhando todo aquele vale, e o monte que se avista ali para os lados de Queluz de Baixo, não pude deixar de recordar duas situações vividas lá bem no alto onde se encontram os Reservatórios chamados de Barcarena, embora se encontrem situados em Queluz de Baixo, coisas que nem o Google Earth consegue explicar!
Antes, e como tenho aqui a vigilância apertada de vários Amigos que comigo trabalharam, tenho de dar a mão á palmatória e reconhecer que, para Chefes e Subordinados fui um osso duro de roer, e uma das histórias que vou contar é disso prova.


Por falar em osso, (com carne) até costumo dizer que no almoço que fizeram o favor de me oferecer quando vim embora e que normalmente se designa como “almoço de homenagem”, foi para os presentes (e ausentes) um almoço de alivio por se verem livres de mim, não tenho dúvidas que fiz o melhor que podia e sabia para fazer da minha secção um modelo de como se deve tratar a coisa Publica, mas não tenho também dúvidas que isso causou alguns engulhos a muitos a quem não agradava as altas rotações como se trabalhava na secção ao contrário da pasmaceira a que muitos estavam habituados, e acima de tudo pelo meu mau feitio, (se fosse outro até diria, uma besta, mas como sou eu, digo apenas mau feitio), é certo que para que isto fosse assim, alguns hábitos arreigados no tempo, tiveram de mudar, alguns não da melhor maneira confesso, mas diplomacia nunca foi o meu forte!

Logo no inicio da oficina que criámos com sangue suor e algumas lágrimas, deixei a trabalhar nos depósitos de Barcarena alguns Homens, desloquei-me para outro trabalho noutro local e quando regresso aqui não encontro nenhum dos Homens que cá tinha deixado! Mas que raio se passa aqui? Terão sido raptados por algum OVNI? Aqui a esta altitude (o ponto mais alto do Concelho) pode muito bem ter acontecido! Procurei nas redondezas e nem sinal deles, bem não me digam que os gajos foram para Barcarena á procura de alguma cerveja que se encontrasse por lá perdida, já em brasa, (como era, é habitual) vou na mecha direito ao único ( na altura) café da Terra e não é que estavam todos em amena cavaqueira sentadinhos numa mesa a saborear a nobre cervejinha entretanto reencontrada? Fiz um pé de vento do caraças, ainda hoje não sei se saíram sem pagar, sem beber, o que sei é que a distância ao local de trabalho era cerca de dois quilómetros, ida e volta o dobro, só para o caminha mais de uma hora, sacanas isto não volta a acontecer, o caso tirou-me do sério, mas terá servido de lição, para eles que não repetiram a odisseia nos mais de vinte anos seguintes, e para mim, que não devia ter rebentado a bomba dentro do café.


A segunda historia tem a ver com os bichos que mais mexem comigo, só escrever o nome me dá tremeliques, os ratos, podem colocar-me um leão, cobra tigre ou leoa (de preferência esta) á minha frente que abano mas não caio, agora ratos, é pior que levar um tiro de zagalotes na rectaguarda!
Um dia tinha combinado estar nestes depósitos que referi atrás, com uma firma que tratava de nos pôr a falar uns com os outros via rádio, para ser montada uma antena em cima do depósito para melhorar a cobertura desse meio de comunicação (o único móvel na altura), como isto de andar cedo já não é de agora cheguei antes da hora marcada, dei uma volta pelas instalações, e subo a escada de ferro afixada na ilharga do depósito, ao tempo o mais alto de todos, um pouco mais de sete metros, quando chego ao último degrau da escada, e entre esta e a placa de cobertura do depósito vejo um ninho, sacanas dos pássaros onde vieram fazer o ninho, e enfio a mão para ver se tinha ovos ou pássaros, salta de lá uma ratazana, bate-me na cara e estatela-se cá em baixo no chão, só aí dei conta que bicho era, caso contrário, se me apercebo no momento em que ela me bate na cara, tinha caído com ela cá em baixo, ainda hoje me intriga como é que o bicho conseguiu subir tão alto numa escada de ferro, será que as gajas também voam?



domingo, 23 de março de 2014

"PESCA, E OUTRAS CONVERSAS"


Mais um barrete que me enfiaram, sou um crente, acredito em tudo o que me dizem, que oiço ou leio, desta vez foi a leitura dum jornal daqui da Região de Oeiras que me obrigou a ir «investigar» uma noticia que li antes de ontem, dizia que o Passeio Marítimo em Paço de Arcos estava a ser intervencionado com obras de vulto incluindo máquinas pesadas, e sujeito a interdição de Pessoas, obras essas para reparar os estragos causados pelo mau tempo de há semanas, ora cá o rapaz já não circula nessa zona do Passeio Marítimo há algum tempo, e não gosto de ser apanhado em contrapé, vou já observar o que se passa por lá, e o que se passa? Nada! Então mas estes gajos dão as noticias sem investigar se são verdadeiras? Parece que sim, ainda bem que nada se passa, a única coisa que vi fora do sitio foi já no acesso á Praia, meia dúzia de fitas a interditar a passagem, enfim nada de extraordinário, só não gostei do barrete.





Não perdi nada a não ser o combustível, mas ida e volta são dez quilómetros, o Passos saca-me mais e eu não reclamo, mas claro eu aproveitei para fazer a caminhada, fui até ao final do Passeio junto á Praia da Torre, sete quilómetros no total, e deu para observar bastantes Pescadores, tanto em terra como de barco, e ao ver esta azafama fez-me recuar umas décadas quando, com outros Amigos fazíamos grandes pescarias no Rio Alcabrichel, na altura conhecido simplesmente pelo rio da várzea, isto foi no tempo em que cada qual arreava o calhau no seu quintal, ou na melhor das hipóteses no velho e saudoso penico, porque a partir do momento em que entraram em acção as modernas cagadeiras todas elas a descarregar no rio, acabou a pesca, e a coisa agravou-se ainda mais quando se lembraram de fazer os lavadouros públicos também ele a descarregar carradas de sabão azul e branco e lixivia para lá, com roupas usadas durante uma semana inteira a trabalhar no campo, com suores frios e quentes, muitas alcagoitas agarradas ás ceroulas, e os peixes a comerem toda esta caldeiradas!

Aliás a última pescaria que lá fizemos, e que se preparámos para saborear junto ao Passal (que deitaram abaixo para construir os ditos lavadouros), dizia que os últimos peixes apesar de toda a nossa boa vontade não os conseguimos engolir, aquilo mais parecia uma sabonária, em alternativa foram descobertos uns ovos ali pelas redondezas e assim matámos a galga que já se fazia sentir, após aquela última e saudosa pescaria junto á azenha dos meus Avós. Havia e há ainda hoje uma coisa que me fazia, faz confusão, como é que havia tanto sabão no rio? Naquele tempo a roupa de trabalho incluindo a interior era para uma semana de segunda a sábado, só depois do grande banho tomado dentro dum alguidar aos Domingos antes da Missa é que havia nova roupa, nova é como quem diz, era a roupa Domingueira que era lavada uma vez por ano, para não se estragar, (sim que o lavar também estraga, dizem) e no dia seguinte, (segunda feira) lá se vestia a roupa tirada no sábado já lavadinha e engomada, uma festa!


Mas dizia que uma coisa me intrigava, como morava ali mesmo próximo dos lavadouros assistia ao vai, vem, das Mulheres que lá iam lavar a roupa, e o curioso é que muitas delas passavam muitas vezes com os alguidares cheios de roupa, para cima e para baixo, ora se como disse anteriormente a roupa era tão pouca, com o é que elas lavavam tanta? Pois eu tenho uma explicação, a roupa era sempre a mesma, ia e vinha, elas iam dar á língua, e como naquele tempo tudo ficava mal, especialmente ás Mulheres, estas iam equipadas como se fossem lavar a roupa, não só para os Maridos ciumentos mas também para as vizinhas faladoras, achei esta explicação pela prática que fui adquirindo ao longo de tempo quanto á capacidade faladora das Mulheres, tenho aqui duas que falam por um regimento, porra que é dum gajo fugir, Ó Mulheres da minha Terra, agora com esta conversa devem estar a preparar-se para me darem uma tareia, então preparem-se que amanhã estarei aí, fiquem bem!






domingo, 16 de março de 2014

"CAMINHANDO, OBSERVANDO E RECORDANDO"





Como ontem estive de greve, hoje vou ter de me aplicar para recuperar a escrita perdida, é que na minha volta de ontem na zona de Oeiras e Carcavelos encontrei um  Amigo e antigo camarada dos Fuzileiros, um dos pouco que ainda vou tendo contacto de quando em vez, e contou-me uma história muito triste que está a acontecer com ele, que me deixou um bocado abalado e sem vontade de escrever, mas a vida continua e hoje lá fui caminhar entre Caxias e Cruz Quebrada, sem novidades de relevo, mas com recordações para compartilhar.
A primeira relaciona-se com a morte dum Amigo no Alto da Boa Viagem, num acidente de automóvel, já passaram quarenta e dois anos mas recordo sempre que ali passo esta tragédia.





Depois foi a passagem junto a uma das antigas Centrais de Esgotos por onde trabalhei, e aqui desafiava o meu Chefe ao tempo, para ver se ainda recorda a alteração do equipamento que fez nesta instalação, penso que um dos seus primeiros trabalhos na casa, nesse tempo ainda não pertencíamos á mesma equipa, mas acompanhei o trabalho que lhe deve ter dado alguns cabelos brancos, passei ainda por outra antiga Central também em Caxias, esta foi ainda no meu tempo «entregue» á firma que trata do Saneamento da Costa do Estoril, como tem vidros partidos deu para através deles ver (e mostrar) o bonito estado do seu interior, com a antiga casa das máquinas inundada, e que ainda «conserva» papéis (no placard tombado) que lá deixamos há mais de vinte anos, é obra.


Novidade é o areal que apareceu um pouco por toda a beira Rio entre Caxias e Cruz Quebrada, aqui só havia rochas e agora tempos Praia com fartura, o Pessoal da «outra banda» queixa-se que a areia das Praias da Costa da Caparica desapareceu, está encontrada, ou vêm cá busca-la, ou vêm para aqui estender a toalha, não podem ser sempre os mesmos a ter de ir atravessar a Ponte para ir para a Costa, agora calha-lhes a vocês fazer o viagem para aqui.
Também observei diversos Navios a entrar aqui no Tejo, traziam petróleo e mantimentos para nós dar-mos ao dente, ainda andam para aí a dizer cobras e lagartos do Passos, que ele corta reformas e ordenados, está qui a prova onde ele gasta o nosso dinheiro, o homem está a cuidar de nós com todo o amor e carinho, portanto respeitinho com ele.