Estamos lixados, já todos o percebemos, embora alguns digam que
não, que agora é que está no ponto, e que tinha de ser assim pois o Imigrante Sócrates deixou isto de rastos etc etc. e tal! Já vimos para onde caminhamos, economicamente estamos conversados, socialmente aproxima-mo-nos a passos largos do abismo, e é sobre isso que aqui queria deixar algumas palavras de leigo na matéria, mas ainda assim com opinião.
Ouvimos desde há muito (pela boca dos políticos) que Portugal é dos Países mais seguros da Europa, somos um Povo pacifico bons Chefes de Família, de brandos costumes, tudo bons rapazes, blá blá blá, palavras leva-as o vento.
Antes de ontem dia 28 de Junho do Ano da (des) graça de 2012, lá fui fazer mais uns quilómetros pela Capital, é dia de semana, sem pontes, feriados ou outro qualquer evento que me diga que não é um dia normal de trabalho, mas!
Mas isso é o que eu penso, logo que o comboio que me transporta se aproxima da Estação de Santos, verifico o frenesim de Rapazes e Raparigas na Av, 24 de Julho junto a um estabelecimento daqueles abertos até muito para lá do Sol nascer, no Jardim em frente á Estação da C.P. no inicio da Av. D. Carlos, enfim um movimento que francamente não esperava.
Saio nesta Estação e sigo com destino ao Miradouro de Santa Catarina, com intenção de tirar umas fotos, engano meu, juntos a dezenas de garrafas de cerveja e outras bebidas mais espirituosas, Rapazes e Raparigas em estado já muito avançado de pileca, brincam uns com os outros, alguns caminhando aos esses, sinal evidente de já não conseguirem fazer um quatro.
São Jovens dos dois sexos, logo que me vêm dirigem-se-me a pedir tabaco, ou dinheiro, enfim tudo o que viesse á rede era peixe, meti a viola no saco e desapareci dali rapidamente, a uns metros de distância observo um carro da P.S.P. parado com dois Cívicos a dormitarem dentro dele, descansando muito provavelmente do trabalho que estes e outros Jovens lhe terão dado durante a noite, subi rumo ao Bairro Alto onde «Observo» as ruas apinhadas de garrafas e copos vazios, com alguns copos pousados em carros ou caixas de electricidade a mostrar que os seus donos estavam tão cheios que já não lhes conseguiram ver o fundo, e deixando as sobras para algum menos abonado de carteira, que por ali andasse.
Atravesso o Príncipe Real, desço junto ao Jardim Botânico, com as palmeiras de grande porte a pedirem poda, e a fachada a solicitar reparação urgente, Praça da Alegria uma tristeza, apinhada de sem- abrigos, percorro a Baixa, com os bancos da Av. Da Liberdade a servirem de dormitório a alguns que terão perdido o «comboio», ou quem sabe para que direcção fica a sua habitação, junto ao Teatro D. Maria II, nas sacadas das lojas no parque que já foi ajardinado junto ao Arsenal da Marinha, mais Gente a dormir por aí, e a conclusão é que a coisa está mesmo preta, uns por falta de trabalho, outros por falta de vontade para o mesmo, haverá de tudo um pouco como na Farmácia.
E o que fazem as Autoridades Nacionais e Autárquicas? assobiam para o lado, será que alguém de bom senso pode ficar indiferente a esta chaga Social? pensarão os políticos que os sem abrigo não tem necessidades fisiológicas? não cagam e não mijam? onde? a resposta é simples; nos locais onde pernoitam como é lógico, uma vergonha que está a crescer dia após dia, como qualquer Pessoa que por aqui anda pode constatar, é certo que nem todos andam ás horas que eu por aqui ando, e não observam o que aqui escrevo, por norma ás oito da matina lá andam centenas de Funcionários da Autarquia de vassoura na mão, carros munidos de vassouras e mangueiras para tirar o cheiro ao mijum da noite para Turista não ver nem cheirar, mas quem por aqui mora ou trabalha leva com este perfume diariamente.
E os Jovens que me referi de inicio, e que se dedicam ao consumo de álcool noite após noite? o que está a ser feito para impedir que estes venham a ser os futuros sem abrigo? nada é claro, esta Gente que está ou tem estado na politica Nacional ou Autárquica apenas e só se tem preocupado nos tachos para eles e seus amigos, não há tempo para estas miudezas, que importa que o Pais esteja á beira do abismo se eles estão de carteira recheada? quem vier atrás que feche a porta, talvez nem todos sejam assim mas pelo que conheço não ando muito longe da verdade.
Longe de mim pensar sequer na proibição pura e simples das Pessoas saírem á noite e se divertirem, mas isto que "Observo" já não é divertimento, por uma razão ou outra isto é de «caixão á cova» é beber até cair, os Hospitais recebem centenas de Jovens em estado pré-comatoso devido ao consumo exagerado de álcool, tem que ser feito algo para evitar a destruição completa duma parte da nossa Juventude.
As fotos que mostro nesta mensagem foram todas tiradas na Quinta-Feira de manhã, e a pergunta que faço é: de que vivem estes Jovens, que rendimentos têm que lhes permite provavelmente noite após noite andar por aqui até manhã, será que estão todos de férias ou serão aposentados, ou ainda viverão do rendimento garantido como hoje se pode ler num jornal diário com grandes «bombas» estacionadas á porta e recebem o rendimento mínimo? e como é que se permite que estes estabelecimentos estejam abertos até de manhã num dia de trabalho? eu que não sou viajado não faço a mais pequena ideia como será nos outros Países, mas tenho dúvidas que tirando os fins de semana estes estejam com horários (ou sem eles) destes, mas enfim isto serve apenas como desabafo dum pessimista, talvez até seja melhor assim Jovens «anestesiados» são mais facilmente arregimentados pelos «donos do poder».