ASSIM NÃO VAMOS LÁ

Continuo a falar sozinho sobre a situação de calamidade urbanística e viária da Costa da Caparica, há cerca de vinte anos que aqui não vinha passar uns dias, ao centro da Cidade vim á cerca de dois anos mas no Inverno, porque num determinado mini-mercado Local, na altura dos cogumelos aqui se vendem uns para a minha Patroa matar saudades daqueles que apanhava e comia em Criança lá por Terras de Avões-Lamego, mas no local onde se situa a casa dos meus Compadres que fica a seguir aos Parques de Campismo já não passava por aqui á muito, e assim a surpresa foi maior ao deparar-me com uma Terra do terceiro ou quarto Mundo, onde o tempo parou, fiquei espantado por nada ter sido feito em todos estes anos, e estou perplexo por esta Gente que por aqui habita ser tão pacifica, é inadmissível o desprezo que o poder tem por estas Pessoas, Residentes ou Forasteiros tanto faz.

Sei ou julgo saber, que a grande maioria das casas que aqui estão foram construídas clandestinamente muito antes do 25 de Abril, os seus proprietários sujeitaram-se ás coimas da Lei, e arriscaram fazer uma casa que de outra maneira não teriam possibilidades, as Autoridades fecharam os olhos receberam as multas, colocaram águas, esgotos e electricidade, cobram os impostos e a partir daqui mais nada fizeram o tempo parou. Com a chegada da Liberdade, os Autarcas com cabeça e coração, foram pondo ordem nas coisas, os mais capazes numa luta diária para acabar com os imensos Bairros clandestinos, e de barracas na periferia das Vilas e Cidades, tiveram sucesso! os outros, por razões que a razão desconhece e que não quero aqui qualificar, ficaram nas «covas» como se diz em ciclismo quando as forças faltam, e nada fizeram, no grupo dos primeiros,  não posso deixar de colocar o Presidente da Câmara de Oeiras que foi pioneiro na eliminação das barracas no Concelho, e na requalificação de diversos Bairros clandestinos que por aqui existiam, no segundo grupo, e sem pensar muito colocaria a Sra. Presidente da Câmara de Almada no que á Costa da Caparica diz respeito.

Um pouco de história para os políticos distraídos: o maior Bairro clandestino da Europa á data da Revolução era Casal de Cambra aqui junto  a Caneças, quase paredes meias com a Brandôa, outro grande aglomerado quase todo ele clandestino, quem visitar hoje essas Localidades e ao mesmo tempo também o faça á Costa da Caparica logo descobrirá as diferenças, e estas duas Terras que mencionei não têm a sorte de ser consideradas zonas Turísticas ao contrário da Costa onde se podem praticar taxas e mais taxas ao abrigo dessa faculdade que a Lei dá ao Turismo.

Dir-me-ão que a Câmara só por si não teria os meios para proceder á requalificação de toda a zona, talvez, mas nem uns sacos de cimento, misturado com a areia que há por aqui com fartura para fazer umas barreiras sonoras na «estrada da morte» têm carcanhóis? e porque não ir junto ao paredão retirar uns barrotes que por lá andam á solta e colocá-los nas estrada fazendo de barreira sonora para travar os aceleras que por ali andam a praticar corridas de velocidade a toda a hora?

Quem não conheça estes locais, e ao ver as fotos que aqui mostro da estrada sem passeios, pensará que o que se vê é areia da Praia que passará aqui ao lado, mas não, isto é terra caracteristica do local, pois o Mar já por aqui terá andado á milhares de anos, mas agora fica bem distante, a mais de 500 metros em linha recta, e ao não se criarem passeios nestas zonas, com a estrada estreita, dois carros ao cruzarem um deles vai com as rodas á terra, e despista-se de seguida, acresce o facto de não ser surpresa para ninguém que somos indisciplinados (para não chamar coisa pior) ao volante, não se respeitam as velocidades recomendadas nem sinais de perigo, nada, é o Português no seu melhor.

Ainda sobre aqueles barrotes mal alinhavados que mostrei ontem e voltarei a mostrar mais alguns hoje, não pensem que são meia dúzia desses «instrumentos de colocar sob os carris dos comboios» e nessa função conhecidos como "sulipas" não se trata de meia dúzia são quilómetros de madeira espalhados junto ao paredão a fazer de pavimento mas que não pode ser utilizado sob pena de perna partida, tal o estado desse pavimento, novinho em folha, e o que mais dói é os responsáveis não terem vergonha na cara, e retirarem pura e simplesmente aquela porcaria dali.

Como ontem escrevi só há passadeiras para Peões até ao final dos Parques de Campismo, hoje mostro aqui a cor dessas passadeiras, exactamente a cor do alcatrão para melhor ser visível aos condutores.

Mas não se pense que a falta é só de passeios e passadeiras, não, as ruas também são de terra batida.

E já agora que estou com a «mão na massa» vou-me dirigir ao Dr. António Nunes, que todos conhecemos por ser o responsável pela A.S.A.E. então é assim; V. Exa. terá com certeza muito que fazer neste período de Festas e Romarias por todo o País, verificar se os galheteiros estão no ponto, etc. pelo que não será a melhor altura para lhe solicitar que passe por aqui com os seus Homens e Mulheres só para ver as condições de salubridade dos estabelecimentos á beira da estrada do pó, não é para multar ou fechar, é só para chamar as televisões para estas transmitirem para todo o País uma parte do tão falado e invejado Litoral, de que tanto se fala, está aqui representado o melhor Litoral de Portugal.

Isto já vai longo, só uma resposta ao Tintinaine que pediu para eu ir ao Restaurante do Barbas tirar uma foto ao seu lado, olha os Restaurantes mostro aqui, ao Barbas já é tarde, pois desde ontem que estou do lado de cá, aliás ontem ainda fui á Terra regar a horta, dormi lá e regressei hoje de manhã que os meus Netos chegam hoje de vacances e quero estar aqui para os abraçar.