Caminhada a três em Vila Verde

Estou mais morto que vivo, em vez do habitual caminheiro que me acompanha na Terra., hoje para além do Vicente tive a companhia do meu Neto mais velho, andei a desafia-lo para ele ir comigo a Vila Verde fazer uma daquelas caminhadas Serra acima, serra abaixo, mas na convicção que lhe passava a perna com facilidade, ele não está habituado a caminhar, muito menos em terrenos acidentados como os que há por aqui, afinal quem se lixou fui eu.

Chegou fresco que nem uma alface e eu estou estoirado, foram mais de oito quilómetros, em piso mau, o que dá cabo do canastro a um Gajo, já não tenho arcaboiço para estas aventuras.

O tiro de partida foi dado como habitualmente pelo Victor do "Cafezada" que desta vez fez de fotógrafo e de fotografado, a hora é que foi diferente estavam a soar as dez badaladas. Passámos pela Fonte Gótica junto á prometida construção da Escola que continua parada, subimos até aos Moinhos, nessa altura ainda se abrigámos debaixo duma oliveira, dum aguaceiro que foi mais para nos assustar que para molhar, pois parou logo de seguida, fomos até ao fim do Monte e descemos por um caminho onde nunca tinha andado, encontrámos uns Amigos a trabalharem numa vinha já próximo dos Casais da Almónia, local onde tinha uma figueira com figos de São João daqueles bem aviados do tamanho de ovos, subi a um pequeno muro para poder mais facilmente apanhar alguns que os melros ainda não tinham dado umas bicadas, e ao descer estatelei-me ao comprido, uma vergonha, ainda estendi a mão para ver se o Neto me dava uma ajuda a içar o esqueleto, e o Gajo estava a rir a bandeiras despregadas, lá tive que resolver o assunto sozinho.

Daqui, e sem danos visíveis no canastro seguimos até aos Casais do Chorão, antes de aí chegar ainda comemos uma ricas ameixas, em mais uma propriedade abandonada, e se eram boas em especial as vermelhas, não sei se tem a ver com a cor, que de facto é uma cor que gosto bastante (viva o Benfica) se será outra razão, mas que eram boas! lá isso eram, aqui até constatámos um fenómeno algo curioso, (como se pode numa imagem) o Vicente a colher uma ameixa duma oliveira! Por aqui há de tudo como na Farmácia.

Nesta altura (como se pode ver noutra imagem) vejo o Vicente em marcha acelerada, e tivemos que correr para o acompanhar, as ameixas ou deram-lhe uma força extra para o que restava da caminhada, ou então deram-lhe volta á barriga e o Homem ganhou asas daqui até Vila Verde, o que nos valeu foi que já tínhamos a descida próximo, porque caso contrário ainda tínhamos de alugar o Táxi do meu Parente Zé Miranda que por acaso encontrámos na Furuana.

Acompanhámos o Vicente até a casa, não fosse ele não conseguir travar a tempo tal era a velocidade imprimida, o meu Neto esteve lá a ver o antivirus do portátil dele que andava a crer conversa, despedimo-nos dele e da Esposa, e fomos á procura do almoço que a minha «Patroa» ficou a cozinhar, a seguir enchi-me de coragem e subi ao mastro da minha antena para lá implantar uma nova, pois desde que a tecnologia digital deu á luz, que aqui fiquei a ver navios, ou melhor a minha Maria, porque como tenho a TV Cabo por Satélite na sala safo-me, agora nos quartos não há nada para ninguém, comprei um aparelhómetro descodificador e nada, então pensei que era da antena e hoje fui lá colocar uma nova, ficaram duas, pois estava com medo de cair e já não me atrevi a tirar a outra, o resultado é igual ao que estava, zero, continuo com o apagão, não tugiu nem mugiu, agora no fim de semana vai lá o meu Filho mais novo, vamos ver se tem mais sorte (ou sabedoria) que eu e dá voz e imagem á coisa.