Ontem fui á Terra, dormi lá e hoje de manhã parti para mais uma caminhada com o Vicente por esses montes e vales, a partida como de costume foi dada pelo Victor do "Cafezada" ás oito em ponto logo que abastecemos de combustível para a viagem.
O destino foi pela estrada que dá acesso á Serra de Montejunto, chegá-dos ao cruzamento dos Casais do Chorão fizemos a agulha direitos aqui, só lá fui uma vez e pela conversa que estabelecemos com um Morador local isto terá acontecido á 54 anos, a data foi estabelecida por ele, pois um acontecimento macabro aconteceu nesse dia pelo que as Pessoas com mais idade, embora possam não saber o ano que aconteceu, recordam o facto, mas este Morador tem a certeza do ano.
Já agora conto, tinha então eu 11 anos e passei aqui a esta pequena Povoação com a minha Mãe e uma Prima ( que3 morava aqui próximo) e que tinha aqui uma propriedade agrícola, ainda era de noite qaundo aqui chegámos íamos apanhar feijão seco, e com o calor as vagens do feijão abrem e lá se vai o dito para o chão, por isso aproveita-se algum dia nublado, húmido ou na sua falta de madrugada qaundo ainda estava fresco, nessa altura andavam a abrir a estrada que liga ao Montejunto, uma grande máquina aí andou bastante tempo, o seu manobrador que estava hospedado em Vila Verde era de longe, e raramente ia a casa ver a Mulher e Filho, nesse dia vieram eles visita-lo, o Homem para poder estar mais algumas horas com a Família andou de noite a trabalhar sozinho com a máquina, alguma coisa terá acontecido e caiu, ficou debaixo do monstro tendo tido morte imediata, quando a família chegou encontrou um cadáver.
Eu e a minha Mãe tínhamos passado junto á tal máquina mas como era de noite não vimos nada de anormal, só no regresso é que ao avistarmos muitas Pessoas junto ao mastodonte soubemos o que tinha acontecido, hoje recordámos esse triste acontecimento.
Depois desta conversa com este Amigo que também foi meu companheiro de trabalho agrícola para o nosso vizinho Francês como bem recordou, e após tirar algumas fotos uma das quais não gostava de ter tirado, e que aqui deixo á consideração do Sr. Presidente da Junta de Freguesia, um banco corrido com o logótipo da Junta, em frente a uma casa abandonada, o banco atafulhado de ervas e a pedir uma pintura, vá lá Sr. Presidente, se os Moradores acharem que não é necessário mande retirá-lo, se ainda dá jeito, meio quilo de tinta um pouco de diluente e uma trincha, se não houver pintor eu próprio me disponibilizo para o fazer.
Perguntámos ao tal Amigo que atrás referi se o caminho que se via tinha saída, ele disse que sim e seguimos então com destino á Portela do Sol, pelo caminho ainda deu para apanhar e comer umas nêsperas, (pela imagem que captei o Vicente ainda colocou algumas no bornal) que apanhámos numa das casas abandonadas que encontrámos, aqui tenho que lamentar este abandono, neste caso embora já reste pouco mais que ruínas, dá para ver que foi uma grande casa, outras que vimos embora de menor dimensão terão alojado Pessoas que se dedicavam á agricultura ou pastoreio, e agora resta terreno ao abandono, é certo que não são terrenos convidativos á entrada de máquinas para o seu cultivo, devido aos grandes declives do local, mas não é menos verdade que ainda não á muito tudo era cultivado, com o isco da C.E,E, mais os subsídios para isto e para aquilo, deu no buraco em que estamos metidos, e daqui não vamos sair nem que a vaca tussa.
Por fim chegámos a Vila Verde com mais de oito quilómetros nas canetas, encontrámos o Marques com quem mantivemos um diálogo de alguns minutos, ainda fomos ver as obras da nova Escola, que finalmente arrancaram a semana passada mas ainda nas terraplanagens, estivemos maias uma vez a apreciar a Fonte Gótica, e cada vezes que olho para ela há qualquer coisa que me diz que aquela protecção não está ali bem, não bate a bota com a perdigota, não sou paisagista para dizer o que ficava bem, mas assim como está é que não me cheira, ainda passámos pela Fonte Nova, que é mais velha que nós dois juntos e também não está como merecia, mas em tempo de vacas gordas não a repararam agora com as vacas só no esqueleto ainda menos.
Como previ a semana passada em relação ao lixo de automóveis que deitaram na Várzea, aconteceu, pegaram-lhe fogo, como mostra uma foto que o Vicente tirou.
São quase dezanove horas, estou em Porto Salvo mas tenho que partir, o meu Filho Pedro faz hoje quarenta anos (como o tempo passa) e vou cravar-lhe o jantar.
Parabéns meu Filho.
3 comentários:
Parabéns para o teu filho
Lá vai o pai "crava" a correr
Anda tudo num sarilho
Para a festa linda que vais ser!
Para o aniversariante eu desejo
Muitos parabéns e muitos anos de vida
Percorrendo um feliz trajecto
Que a felicidade nunca seja perdida!
FELIZ ANIVERSÁRIO E MUITAS FELICIDADES
Um abraço
Eduardo.
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Parabéns ao filho pelos 40 que marcam a barreira entre a subida e a descida da vida humana. Desde que se nasce até aos 40 é sempre a subir, a aprender, a melhorar e depois de passar essa marca é tudo ao contrário, sempre a descer, a encolher, a perder as forças, até ao declínio total. Felizmente que a coisa começa lentamente e só acelera depois de passados os primeiros 20 anos desse ciclo.
Mas não falemos de coisas tristes neste dia que deve ser de alegria.
E parabéns ao pai que muitos anos depois de passada a idade que o filho tem hoje, ainda tem pedalada para estas caminhadas de 8 kilómetros e por aí fora.
E parabéns também ao Vicente por te ajudar a manter vivo esse espírito de caminheiro observador. E diz-lhe para levar sempre o bornal, porque daqui até ao S.Miguel vão encontrar pelo caminho muita mais fruta que podem saborear à vontade.
Parabéns ao filho pelos seus 40 e parabéns ao pai que o vai acompanhando nas suas caminhadas da vida, que sejam felizes por muitos anos!
O meu abraço
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