segunda-feira, 16 de abril de 2012

Procissão em Vila Fria

Há muitos, muitos anos, havia um grupo de Rapazes de língua afiada em Paço de Arcos, no qual eu estava integrado, juntávamo-nos no Jardim  da Avenida, ou no Largo do Cinema, e passávamos ali algumas horas pós laborais no «corte e costura» recordo que um dos  convivas era (é) visita assídua das Missas e tudo o que se relaciona com a Igreja, e quando ele falhava ás «reuniões» dizíamos: «O papa missas» vai levar umas guardas de castigo por ter faltado e não apresentar justificação, sabíamos todos a razão da falta, e no dia seguinte lá lhe «rezávamos um responso», pela falta dada, que ele aceitava com um sorriso.

Esta lenga lenga vem a propósito das minhas recentes investidas a tudo o que se relaciona com Igrejas,  e mais directamente ás Procissões, não posso saber que há uma Procissão que aí vou eu de máquina fotográfica a tiracolo para bater uma chapas, qualquer dia também começo a ser conhecido pelo «papa Procissões», ontem, aproveitando um intervalo do serviço doméstico (com esta é que eu não esperava) a que estou obrigado pelas circunstâncias, lá fui a mais uma, mas tal como as da minha Terra, também aqui não podia falhar como a seguir explicarei.

A dez metros da casa onde habito foi montado um pré-fabricado para servir de Capela, pois Vila Fria deve ser das poucas Terras que não tem uma Igreja, isto já aconteceu á para aí uma dúzia de anos, mas a instalação quando para aqui veio já tinha dado muitas voltas no conta quilómetros e já precisava era de reforma, ainda ouve Missa durante alguns anos mas o estado da estrutura foi-se degradando e acabou  por fechar, tendo sido transferidos os Santos para a Igreja de Porto Salvo.

Esteve assim uns anos sem nada acontecer! nem obras, nem retirada do pré-fabricado, nem missas, nada! até que alguém meteu mãos á obra e levou uma reparação geral, tendo essas obras ficado prontas á poucas semanas, hoje foi a reinauguração, a Santa Padroeira da Terra que é a Nossa Senhora da Conceição talvez já pensasse que tinha ficado esquecida em Porto Salvo mas enganou-se, veio em Procissão até aqui á sua casa arranjadinha de novo, e hoje já tenho mais uma companhia, pois vivo aqui sem vizinhança, espero que os «pintores da noite» não se lembrem de vir para aqui fazer das deles, pois os gajos parece que são atraídos por paredes pintadas de fresco.

3 comentários:

Edum@nes disse...

Procissão em Vila Fria,
Bom trabalho do Observador
Quando as ruas percorria
Transportando a Santa no andor.

Obrigado aos serviços domésticos
Aproveitou o intervalo
Reconhecidos seus méritos
Lá foi satisfeito fotografá-lo!

Nas suas investidas
Algo vai descobrindo
Não são investigações perdidas
É preciso que continues sorrindo!

Lutaremos contra os inimigos
Que querem nossa pátria vender
Querendo fazer dos portugueses mendigos
E o povo a ficar sem pão para comer!

Uma boa tarde para ti,
um abraço
Eduardo.

António Querido disse...

Esta vem a propósito, da notícia que ouvi ontem na RTP, que os católicos estão a diminuir nas igrejas, porque será? Não sei, é complicado e não vou entrar por aí, vejo que estás com sorte com mais essa companhia! Eu tenho-a todos os dias em casa, a minha sogra é Conceição, Quanto aos pintores noturnos, se ouvires barulho, solta o teu cão e dá-lhe ordem de passo-de-corrida!
O meu abraço e que a tua cozinheira regresse depressa ao serviço.

Tintinaine disse...

Olá Virgílio!
Passando por cima da tua reportagem sobre a capelinha recuperada, vou aproveitar para te dar a prometida informação sobre o Varandas que conheceste na Escola de Fuzileiros em 1965.
Não pode ser outro senão o António Malheiro da Piedade Varandas (15325) que regressou de Angola em 1964, depois de uma comissão do 2º Destacamento.
Havia um outro Varandas (José), mais antigo que este, que fez comissão no 4º Destacamento, como Marinheiro, e que também regressou de Angola em 1965 e que suspeito que era irmão do primeiro.
Este fez carreira na Marinha e saiu sargento. E sei que já não é vivo.
Ambos alunos de Vila Franca, um de 1958 e o outro de 1961, ingressaram nos primeiros cursos de reconversão feitos nos fuzileiros e seguiram ambos para Angola com uma diferença de 6 meses, primeiro o mais novo e depois o outro.