quinta-feira, 28 de junho de 2012

Peidos e Peidorreiros

De todos os sons que conheço o que mais gosto de ouvir é o de um «bom peido» não daqueles que só nos apercebemos pelo seu odor, o chamado peido de salão, mas daqueles que até fazem tremer as pedras da calçada, quando são nossos então um gajo até rejuvenesce! Andei á procura de algum blog que tratasse desta «arte» mas qual quê, parece assunto tabu, uma  coisa que todos fazem (penso eu) mas que ninguém fala, porque será? até parece que estamos a falar de algum crime, ou será mesmo crime? No Malawi é crime, mas é único Pais que eu saiba que criminaliza o flato com som, porque o silencioso é livre de sair quando lhe der nas ganas.
Pelo que julgo saber a nossa Lei não diz que peidar é crime, apenas e só é declarado desrespeitoso se for dado em Público, (com som), os mudos são há vontade do freguês! Os nossos «Amigos» Alemães até ficam aborrecidos se num qualquer banquete com convidados não se ouvir um rotundo peido, ou na falta deste um arroto, também conhecido como peido de elevador ficam até a pensar que não gostaram do repasto, ofendidos portanto.

Lembrei-me do peido quando fui fazer a  minha caminhada ao Passeio Marítimo, iniciei a  marcha em Paço de Arcos eram talvez 7h20, quando ia próximo da Praia de Santo Amaro cruzei-me com um Amigo "peidorreiro" que se admirou de eu ter começado agora a caminhada, diz-me ele: já venho de Carcavelos e como não se encontrava ainda ninguém quando comecei a marcha, tem sido uma maravilha, já dei uma camioneta de peidos desde que comecei a andar, agora já começamos a encontrar Gente e temos de meter travões a fundo, é verdade reconheço, mas tive um azar, o relógio que trago ao pulso cansou, e eu á espera das 7 horas para ir abastecer o carro, e só reparei que o gajo estava parado algum tempo depois.
Eu não queria dizer a razão de andar tão cedo nas caminhadas mas este Amigo descobriu-me a careca e agora já está, já todos sabem a razão, é para me poder peidar á vontade sem testemunhas, pois fiquei traumatizado quando fui castigado por dar um peidito na Tropa, e desde aí ando oprimido.

Aliás já que estou com a  mão na massa, informo a quem não sabe, que segundo os Médicos conhecedores do assunto, cada adulto produz diariamente cerca de um litro de peidos, divididos por 14 peidos ou bufas, sim porque isto de lhe dar voz não é para todos os cus, então os não peidorreiros onde é que metem aquela litrada de flatos diariamente?
Por causa dos flatos, (nome mais pomposo), foi o principio do fim da minha estadia na Marinha, ainda tinha poucos dias de permanência na nossa Armada, estava com os meus Camaradas acampado em tendas no Alfeite,  e estava convencido que não era crime dar som á coisa, quando já depois do toque de silêncio entra pela tenda adentro um graduado querendo saber donde tinha saído o dito., ninguém se acusou o que me encheu de orgulho daqueles Camaradas que não se «chibaram»,  entretanto o graduado  saiu, deixei passar um pouco de tempo e lá vai disto que amanhã não há, desta vez o sacana estava á escuta fora da tenda, entra acende a luz, e grita! ou dizem quem foi, ou vai tudo para a rua de castigo, o meu vizinho do lado apontou para mim, tudo estragado, rua com o cagão, só de cueca e camisola de manga curta em Março em plena parada e ali fiquei quase a desmaiar de frio, foi o primeiro de muitos castigos e por uma boa causa.

Hoje já não há Homens peidorreiros como antigamente, quando trabalhava no campo era um regalo, andávamos dez ou quinze Homens a cavar próximos uns dos outros, e aquilo era lindo ora peidava um ora peidava o outro, havia música de manhã á noite, hoje até para o peido de salão fazem cerimónia, mudam-se os tempos mudam-se as «vontades».
Mais tarde quando morava em Paço de Arcos formámos mesmo uma equipa, e que equipa, eram atiradores de primeira, faziamos a festa  e deitávamos os foguetes, e ainda apanhávamos as canas, ao fim do dia no largo do Cinema, aquilo era uma festa, um dos fogueteiros de maior valor era precisamente este que hoje encontrei no Passeio Marítimo, mas havia outros de grande valor, entretanto fomos nos afastando por razões quase todas elas iguais, mudanças de residências, alguns para bem longe, outros já se foram e já não peidam mais, e agora estou para aqui sozinho faço a festa só para mim, deito os foguetes mas já não apanho as canas, o que diga-se não é a mesma coisa que peidar em comunidade, o peido é para ser vivido em grupo, só assim é saboreado como merece.

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6 comentários:

Anónimo disse...

Nunca pensei que um peido tivesse tanto para dizer... O texto "Peidos e Peidorreiros" está um espectáculo!
Valdemar Alves

Edum@nes disse...

Essa do peido na tenda e o camarada do lado ter apontado o dedo na tua direcção. Fez-me lembrar o Bocage numa cerimónia de gente fina.
Uma das senhora presentes deu um peido e ficou muito preocupada. Tendo
a do lado dito, não tenhas problemas.
Chama o Bocage que ele resolve o problema, assim fez ela. Ninguém dos presente sabia quem tinha dado o dito peito. Então o Bocage subiu ao palco, e apontando para a peidorreira disse: atenção minhas senhoras e meus senhores. O peido
que aquela senhora deu, não foi ela, fui eu!
Essa do peido na tropa, também deixa de ter a sua piada.
Qualquer dia as tuas caminhadas ganham fama, e passam a ser conhecidas pelas "CAMINHADAS PEIDORREIRAS DO OBSERVADOR" Virgílio Miranda de Porto Salvo.
Não sei onde foste desencantar tanta peidaça num só dia.
Pois esse litro de peidos divididos por 14 peidos, eu todos os dias os mando ir apanhar ar. Já chega de tanto peido.
O melhor é mesmo desejar-te um bom fim de semana, sempre a peidar.

Um abraço
Eduardo.

Edum@nes disse...

Corrijo as seguintes palavras: Não é peito é peido. Ninguém dos presente,
para Ninguém dos presentes.
Também deixa de ter a sua piada, para também não deixa de ter a sua piada.

Tintinaine disse...

Sem mais comentários copia este link para a barra de endereço e diverte-te com a hishttp://atordoadas.blogspot.pt/2006/05/festa-surpresa-de-aniversrio-do-z.htmltória do Zé que é de chorar a rir.

Tintinaine disse...

http://atordoadas.blogspot.pt/2006/05/festa-surpresa-de-aniversrio-do-z.html
De novo o endereço, porque o outro ficou todo embaralhado.

António Querido disse...

Nós aqui de cima, falamos nas festas, tu aí em baixo atiras o fogo e como não há festa sem fogo, foi muito bem lembrada essa!
O meu abraço