quinta-feira, 7 de junho de 2012

A Água que Bebemos

Por vezes em conversa com Amigos, fazem-me a pergunta de onde vem a água que bebemos, como é tratada, transportada etc. referem-se á Região de Lisboa, que é onde moramos, hoje vou escrever  algo sobre o assunto. Devido ao meu afastamento já há algum tempo do contacto que tinha na área, é provável que algumas coisas tenham sido alteradas, vou portanto escrever como as coisas se passavam quando estava no activo, pois estou fora de jogo e não tenho treinado.
A Empresa que abastece a grande maioria dos Concelhos do Distrito de Lisboa é a E.P.A.L, (hoje com a sua área de abastecimento muito para lá da área de Lisboa)  para o efeito canaliza essa água desde as suas origens até Lisboa, pelos Aquedutos Tejo com 42 quilómetros de extensão e 2.50 m de diâmetro interior e o aqueduto Alviela, com 114 quilómetros de extensão e o interior com 1.8. x 1.20 m, e o adutor do Castelo do Bode com 88 quilómetros até Vila Franca com 1.80 m de diâmetro interior.

Recuando uns anos toda a água que abastecia a Região de Lisboa provinha de captações subterrâneas dos Olhos de Água no  Rio  Alviela,  Ota e Alenquer e superficiais no Rio Tejo, em Valada do Ribatejo, com o aumento Populacional da Região a abastecer, mais as Câmaras que foram sendo abastecidas pela E.P.A.L. as secas cíclicas, que baixavam drasticamente o caudal do Tejo, os aquíferos a darem  as ultimas, foram socorrer-se da maior barragem ao tempo: o Castelo do Bode, para o efeito foi construída no local a tomada de água dentro da barragem uma Estação Elevatória uns metros a jusante, uns quilómetros a Sul na Povoação da Asseiceira uma grande Estação de Tratamento, e condutas que daí trazem a água até outra Central Elevatória em Vila Franca de Xira, e daqui para Lisboa.

Por outro lado, e embora com um impacto mais reduzido, (cerca de 20% do total da água captada) mantêm-se as captações do Rio Tejo, os Poços calcários da Ota e Alenquer que são todas canalizadas para a Estação de tratamento do Vale da Pedra próximo de Valada, e daqui segue pelo aqueduto do Tejo para Lisboa abastecendo pelo caminho alguns Concelhos.
Tem ainda os Furos aluviões de Valada I II III, Carregado Espadanal e Quinta do Campo, águas profundas de Lezirias II e III e Valada que só funcionam em casos de emergência, em suma é ou era este o esquema de captação, tratamento, transporte e distribuição da E.P.A.L. que leva a água aos diversos Concelhos que abastece, a Lisboa onde ela própria faz a distribuição ao domicilio, e nos restantes casos ou são as Câmaras, os Serviços Municipalizados, ou mais recentemente e que tem estado na moda as empresas Municipais, Intermunicipais e outras.

No caso que melhor conheço ainda são os S.M.AS. de Oeiras e Amadora a prestar este Serviço Público ás Populações que servem, para o efeito têm Pessoal próprio, uma capacidade de armazenamento de água (reserva) de cento e dezassete mil metros cúbicos, distribuídos por trinta e nove células em dezanove locais diferentes dos Concelhos de Oeiras, Amadora e Sintra, várias Estações Elevatórias que transportam a água para os locais mais elevados, onde são armazenados para posterior distribuição aos Consumidores, para gerir todo este sistema foi implementado há já muitos anos um sistema de Telegestão que gere toda a rede, tendo sido pioneiros nesta área, para além dos reservatórios fixos, existem ainda vários amovíveis que em caso de rotura grave na rede ou outra situação imprevista, são distribuídos pelos locais onde se faça sentir  a falta do precioso liquido.

O nível de água nos reservatórios é medido e transmitido á distância via linha telefónica ou rádio, que os liga á Telegestão e daqui para o Pessoal que recebe em telemóvel qualquer avaria, de equipamento, nível alto ou baixo da água nos reservatorios,  etc.
Temos um Laboratório apetrechado do mais moderno material, com Técnicos especializados que fazem a colheita para análise laboratorial diariamente em diversos pontos da Rede, nos reservatórios e em Estabelecimentos Comercias para prevenir algo que possa não estar bem, outra Equipa que não do Laboratório vigia o cloro residual á entrada dos depósitos e assegura o reforço da Cloragem sempre que isso se justifique, em suma podem beber desta água á vontade, que é tratada com o melhor que existe de Pessoas e meios técnicos, mas não a estraguem que poderá vir a fazer falta.

2 comentários:

Tintinaine disse...

Quem sabe sabe!
Nota-se que conheces os cantos à casa e que te envolveste a sério no negócio.
Por coincidência, ou talvez não, também hoje o Isaltino Morais abordou o tema dos SMAS de Oeiras, avisando a ministra que não deixa ir o negócio sem que lhe paguem pelo menos 500 milhões.
E segundo as palavras dele é um dos melhores, senão o melhor, de Portugal.

Edum@nes disse...

Nas margens do Rio Zêzere, perdido
Viajaste até Castelo de Bode
Na Serra da Estrela nascido
Entre as montanhas para o Tejo corre|!
Junto a Constância onde desagua
Existe uma fábrica poluidora
Não sei se assim em elaboração continua
Ou se já foi para a sucata destruidora!
A tubagem que conduz a água até Lisboa
Chegando à torneira dos consumidores
Para Oeiras passa pela Amadora
Para beneficiar alguns senhores!

Bom fim de semana,
um abraço
EDUARDO.