domingo, 11 de dezembro de 2011

O Emagrecimento

Com a devida vénia ao autor: Ricardo Araújo Pereira, e ao Amigo Reigosa que me enviou esta crónica, aqui vai algo com que me identifico plenamente, e que pela sua actualidade e qualidade, devia figurar em lugar de destaque em todos os locais Públicos, e porque não, obrigar todos os governantes,  ex-governantes e similares, a ler em voz alta antes e depois das suas faustosas refeições pagas pelo Zé.


  Ponto da situação
Passos Coelho bem avisou que iria fazer cortes na despesa. Só não disse que era na nossa. A nossa despesa com alimentação, habitação e transportes está cada vez menor

Os portugueses vivem hoje num país nórdico: pagam impostos como no Norte da Europa; têm um nível de vida como no Norte de África. Como são um povo ao qual é difícil agradar, ainda se queixam. Sem razão, evidentemente.
A campanha eleitoral foi dominada por uma metáfora, digamos, dietética: o Estado era obeso e precisava de emagrecer.
Chegava a ser difícil distinguir o tempo de antena do PSD de um anúncio da Herbalife. "Perca peso orçamental agora! Pergunte-me como!"
O problema é que, ao que parece, um Estado gordo é caro, mas um Estado magro é caríssimo. Aqueles que acusavam o PSD de querer matar o Estado à fome enganaram-se. O PSD quer engordá-lo antes de o matar, como se faz com o porco. Ninguém compra um bácoro escanzelado, e quem se prepara para comprar o Estado também gosta mais de febra do que de osso.
Embora o nutricionismo financeiro seja difícil de compreender, parece-me que deixámos de ter um Estado obeso e passámos a ter um Estado bulímico. Pessoalmente, preferia o gordo.
Comia bastante mas era bonacheirão e deixava-me o décimo terceiro mês (o atual décimo segundo mês e meio, ou os décimos terceiros quinze dias) em paz.
Enfim, será o preço a pagar por viver num país com 10 milhões de milionários. Talvez o leitor ainda não tenha reparado, mas este é um país de gente rica: cada português tem um banco e uma ilha. É certo que é o mesmo banco e a mesma ilha, mas são nossos. Todos os contribuintes são proprietários do BPN e da Madeira. Tal como sucede com todos os banqueiros proprietários de ilhas, fizemos uma escolha: estes são luxos caros e difíceis de sustentar. Todos os meses, trabalhamos para sustentar o banco e a ilha, e depois gastamos o dinheiro que sobra em coisas supérfluas, como a comida, a renda e a eletricidade.

Felizmente, o governo ajuda-nos a gerir o salário com inteligência. Pedro Passos Coelho bem avisou que iria fazer cortes na despesa. Só não disse que era na nossa, mas era previsível. A nossa despesa com alimentação, habitação e transportes está cada vez menor. Afinal, o orçamento gordo era o nosso. Agora está muito mais magro, elegante e saudável. Mais sobra para o banco e para a ilha.



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3 comentários:

Tintinaine disse...

Olá Virgílio
Fiz umas alterações no meu blog.
Espero que não tenhas dificuldades em reajustar o teu para continuares a visitar-me.
Um abraço!

Edum@nes disse...

Esse tal de, coelho, mentiroso,
Do covil, não deveria ter saído
Aprendiz e muito teimoso
Nos cortes o mais atrevido!

O país vai arruinar,
Da pobreza não quer saber
Se ele veio para roubar
Não vai os pobres defender!

Ele vai sim sua vida,
Num inferno transformar
Depois de mais uma corrida
Sem sucesso a meta falhar!

Um abraço
Eduardo.

António Querido disse...

O nosso compadre, de tanta cacetada que dá nas orelhas do coelho, qualquer dia salta-lhe o cérebro e depois é que nem para caldeirada dá, eheheh!

Adios amigos, asté la manhana!
O meu abraço

ps: Já viram a nova cara do meu blog?
Trabalho do nosso Grande Professor TINTINAINE