quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Caminhando, sem Observar

Vou fazer uma pausa, para não deixar  nenhum leitor mal disposto com os meus pessimismos, não vá isto ser contagioso e  quero  nesta quadra Natalícia toda a Gente bem disposta com muitos presentes para dar, e ainda mais para receber, mas antes vou contar aqui a evolução da doença que me apoquenta e que dei conta nos últimos dias, com aquele diagnóstico maluco da tosse, e a terapêutica ainda pior de só sair á rua de Noite, tenho seguido o conselho do Médico mas parece-me que vou desistir, não me estou a sair bem com este tratamento nocturno.
Amanhã virei aqui desejar a todos um Feliz Natal.

Hoje de noite, tinha de ser, fui á Terra, subi a Serra ainda de noite, larguei o quatro rodas num determinado local e fui a penantes fazer a caminhada madrugadora, em determinado local vejo a brilhar umas bolinhas que me parecem azeitonas, como sou curioso baixei-me para ver se tinham caído da Oliveira por estarem com «bicho» ou outra razão, pois o chão estava cheio delas, quando agarro algumas noto que estão muito moles, e o cheiro que tinham também não me pareceu de azeitona, reparei então que eram caganitas de cabras ou de ovelhas, e olhando melhor a árvore que estava ali, era um pinheiro não uma oliveira, perante uma situação destas, e antes que aconteça alguma desgraça maior, vou desrespeitar a ordem Medica e vou voltar a andar de dia, está-se mesmo a ver que a vista já não é o que era.

Mas esta história que aqui conto, fez-me recuar muitos anos, e o que aconteceu com um meu conterrâneo desaparecido á muito tempo, tal como eu um bocado despassarado, aproveito para contar porque tenho Amigos da Terra que vão lendo as parvoíces que aqui vou escrevendo e que conheceram a Pessoa em questão, mas talvez não tenham conhecimento desta historia.
Era Inverno e o nosso Amigo José «Bicho» andava a namorar uma Rapariga no Lugar da Rabissaca, o caminho para lá chegar era, e é de terra batida que quando chove se transforma em lama, nessa noite de Inverno, com o Céu encoberto de nuvens carregadas, embora com algumas abertas de um bonito Luar, o nosso Amigo ia acompanhado por um Habitante da Rabissaca, mas que viria morar  para Vila Verde aqui passando toda a sua vida.

Esse colega de caminhada e Amigo era natural da Rabissaca e ia de regresso a casa, (mais tarde que viria morar para Vila Verde onde viria a exercer  diversas funções de relevo na Freguesia,) (omito o seu nome porque tivemos alguns desencontros) iam conversando sobre a vida e particularmente sobre Raparigas pois eram dois Jovens, mas o Amigo José «Bicho» ia preocupado com uam coisa, ir namorar com as botas a pesarem como chumbo  tanta era a lama que transportavam, mas de repente as nuvens que tapavam o luar desaparecem, e vê á sua frente uma grade pedra a brilhar, daquelas pedras lisas que quase dava um campo de futebol, vira-se para o Amigo e diz-lhe é pá, até que enfim posso limpar as botas, e dito isto ganha balanço e qual saltador em comprimento,  atira-se para a pedra com toda a força que tinha,  só que o que brilhava não era uma pedra, mas uma grande poça de água, e o nosso Amigo, encharcado até aos ossos  praguejando, e o Amigo a rir a bandeiras despregadas.
Acabou-se ali o namoro dessa noite, e dos próximos dias, pois o namoro desses tempos eram só ás Quartas e Domingos, o nosso Amigo José «Bicho» teve que regressar a Vila Verde pois tinha ficado completamente encharcado, e consta apanhou uma valente constipação.

1 comentário:

Edum@nes disse...

Caminhando sem observar
Andou o amigo Virgílio
Para o buraco nos estão a empurrar
E eles continuam a comer no rodízio!

Tua prosa longa e explicativa
O teu amigo a namorar
Uma rapariga da Rabissaca
Aflito pela lama, para lá chegar.

Essa localidade onde fica
De momento não me lembro
Nas raparigas que bem fica
Calça com remendo?

Isto é mais uma brincadeira
Para o tempo melhor passar
Esta porra da crise sem maneira
Ela veio para nos lixar!

Desejo para ti, e para tua família, Feliz Natal.
Um abraço
Eduardo.