quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Lisboa (Quase) á Noite

Apesar dos avisos que ontem íamos ter temporal, deitei-me na véspera a pensar em ir a Lisboa e fui mesmo, afinal quando por lá andei caíram uns pingos mas nada que se pareça com o que tem caiu durante todo o dia, cheguei lá noite escura, isto de suprimirem comboios tem um efeito lixado para mim, com receio das carruagens irem a abarrotar, saio antes das sete que como sabem é noite fechada, mas cabeça que não tem juízo, o corpo é que paga, e lá fui eu com a ideia de ver junto á praça do Comercio os Peões a boiar, quem sabe até a caminho do Tejo, mas como a chuva fez gazeta, lá vou ter de ir novamente para assistir ao espectáculo, de qualquer modo deixo aqui umas fotos que já dá para ver, como a coisa deve estar neste momento, após horas a cair chuva a potes.

Queria pedir aqui ao Sr. Costa, dignissimo Presidente da Câmara de Lisboa, que agora foi morar lá para os lados do Intendente, que desse um salto á Baixa, em dia de chuva, e desse um passeio (apeado) junto ao Rio, da Praça do Comércio até ao Cais do Sodré ou vice versa mas leve galochas, não se vá dar o caso de sujar os sapatos de verniz que usa nas cerimónias, o que é um prejuízo enorme, pois aquilo custa os olhos da cara,  depois dessa passeata, diga aqui ao Pessoal como foi, e já agora se pensa fazer algo para que os milhares de «Indígenas» que lá passam diariamente o possam fazer com um mínimo de segurança e higiene.

Mandou Vossa Excelência colocar alguns painéis na Ribeiro das Naus, dizendo que a frente ribeirinha é das Pessoas, quais Pessoas? á anos que não se vêm obras no local, e aquilo é uma verdadeira selva.
Realmente somos um Povo pacifico, como se explica que ninguém dos que por ali passa diariamente não se indigne? como é que os Partidos Políticos que se indignam por tudo e por nada e que estão na sua maioria representados nos órgãos da Autarquia também nada façam para por fim a esta vergonha?
Vão mas é dar banho ao cão, já não tenho pachorra para tanta mansidão., não fora os Militares e ainda hoje andávamos de boca calada, e com chicote nos costados.

Mas espere que agora veio-me uma ideia, provavelmente o Sr. não fez nada para facilitar a vida a quem a anda a pé por falta de carcanhois, é o que todos dizem, ora aqui vai uma sugestão, hoje mesmo vi com estes que a terra há-de comer, Três Navios de Cruzeiro! Três, deduzo que vêm carregados de Euros,  Dólares, ou outra qualquer moeda, ora como tenho Observado, V. Exa. tem Lisboa cravejada de arrumadores; e Romenos a pedir esmola junto das Igrejas, porque não aproveitar essa mão de obra, e colocá-la junto aos Paquetes e quando o Pessoal sair de lá  é só estender a mão? claro que trabalham á percentagem, não é tudo para eles, para que não seja enganado por essa rapaziada quase toda  licenciada em malandragem, coloque lá os fiscais da E.M.E.L. para os controlar, e vai ver que em pouco tempo tem pilim para mandar fazer, ou melhor repor o passeio que retiraram em toda a Av. Ribeira das Naus, fica a sugestão. A bem da Nação.


3 comentários:

António Querido disse...

O SR. Costa também está à rasca como nós, o ordenadozito não chega nem para as sopas, mandou o amigo para a universidade em Paris e com ele levou os milhões do TGV e aeroporto, deixou cá os amigos na penúria, não tarda são eles a estender a mão aos turistas, estou cheio de pena de toda essa cambada, era pegar-lhe pelo cachaço e mergulhar-lhe o focinho nesses poços de lama!
Não digo mais para não ser processado.
Um abraço para os Lisboetas que merecem

Tintinaine disse...

Aqui na Póvoa as coisas também ficaram negras e eu que tive que sair de casa para ir à escola buscar os putos, exactamente na altura em que a chuva caiu mais pesada, vi-me atrapalhado para chegar a casa. Tive que atravessar a zona inundada e desejei ter um Zebro III dos fuzileiros em vez de um Renault Laguna. Era água por todos os lados, parecia o Lago Niassa!

Edum@nes disse...

Apenas minha imaginação.
Lisboa à noite
Ando pelas ruas a vaguear
Não tenho onde pernoite
Sem dinheiro no bolso para o jantar
Como o fazer não sei
Um lugar para dormir encontrar
Toda a noite andarei
Para numa pensão pernoitar
Bati à porta ninguém me quis atender
Porque não tinha dinheiro para dormida pagar
Esta triste vida realidade
Com a qual não sonhei
Sonhei sim com a liberdade
Mas na miséria nunca pensei!

Bom fim de semana para ti, amigo Virgílio,
Um abraço
Eduardo.