quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Descontar pecados

Estou a tentar redimir-me dos pecados que cometi ao longo da minha vida, para isso arranjei uma maneira que me pareceu simpática de ir descontando uns tantos, sem ter que ajoelhar, o que acontecia se por exemplo tivesse que ir á Missa, é que ajoelhar ainda vai, mas para colocar novamente o esqueleto na vertical aí já a coisa fia mais fino, é que para baixo como diz o ditado: «todos os Santos ajudam»» já para cima é mais complicado, com as dobradiças enferrujadas como estão, rangendo como um velho portão, não é fácil, então o que estou  a fazer para limpar o cadastro dos pecados? exactamente (como já devem ter reparado) visitar Igrejas,  e similares. São Pedro que como sabem é o guardião do Céu, já me disse que provavelmente  não irei a tempo da redenção, pois a meta é já ali, mas que não perco nada em ir tentando, pois mesmo que o Céu me esteja vedado, tenho ainda a alternativa do purgatório que sempre é melhor que ir directamente para o Inferno.
Há ainda uma razão acrescida para este meu combate! a competição em que me empenhei recentemente, e que se traduz no seguinte., serei eu a chegar primeiro á meta da redenção, ou o Ministro das Finanças a levar-me á falência, aceitam-se apostas.

Esta explicação prévia vem a propósito de mais uma visita que fiz,  desta vez á Sede do meu Conselho - Alenquer,  lá fui fazer a minha caminhada matinal e solitária, percorrendo  a Vila Alta, parti junto  ao Rio; e até chegar ao Convento de São Francisco cá no Alto, já é uma boa penitência, pois a inclinação é de se lhe tirar o chapéu,  nesta parte da Vila existem Igrejas e também um Convento, só que não consegui ver os interiores pois estavam fechadas, de qualquer modo fotografei o que pude, embora o nevoeiro não tenha ajudado na qualidade das fotos, e fiz uma visita  ao Cemitério, este aberto ao contrario das Igrejas, provavelmente á espera de algum voluntário para preencher algum pedaço de terra ainda vago, e dentro deste a Capela da Sãozinha,  nascida em Coimbra e tendo sido criada em Abrigada,- Alenquer, tendo vindo a falecer no Hospital de São Luís em Lisboa com apenas 17 anos, em 1940, e aqui sepultada, a partir daí e devido á bondade da Menina logo se começou a falar dos seus milagres, o que ainda hoje acontece, passados que são setenta anos da sua partida.

É com os olhos postos nestas Pessoas bondosas que espero então a redenção, ao contrário do que pensarão alguns /As  que me julgam um herege,  tantos são os pecados acumulados nesta vida de pecador que tenho levado, chegou o momento da conversão, agora com mais afinco que a Capela que aqui colocaram junto ao local onde habito, está quase operacional após obras de restauro (quase basta estender o braço para lá chegar), pois fica a escassos cinco metros, não mostro em fotografia porque não vá o Padre levar a mal, e não me atrevo a ser novamente excomungado, agora que estou bem encaminhado para o perdão.
A seguir um pequeno resumo da Historia de Alenquer, com a promessa que não vou parar de mostrar Igrejas, por fora ou por dentro conforme estejam abertas ou fechadas, hoje mesmo entrei em duas, na Capital, foram mais uns pecados a menos, que tenho de expiar.




ALENQUER

         Terra fértil e de grande valor estratégico, entre a Serra do Montejunto e a margem direita do Tejo, foi a região de passagem e ocupação por parte de inúmeros povos que habitaram a Península Ibérica.
São em grande número os vestígios arqueológicos que atestam a presença de habitantes, desde o Paleolítico à "Idade dos Metais", da ocupação Romana à Árabe.


Alenquer foi conquistada aos Mouros pelo Rei D. Afonso Henriques no dia de S. João, em 1148, somente depois da queda de Lisboa e Santarém, assinalando-se ainda nessa época (sec. XII-XIV), os primeiros forais de Vila Verde dos Francos, Aldeia Galega da Merceana e Alenquer, três municípios medievais de cuja fusão, em meados dos sec. XIX resultou o actual concelho de Alenquer.

No reinado de D. Sancho I, a vila de Alenquer foi doada à Infanta D. Sancha, passando desde então a ser considerada pertença da Casa das Rainhas, o que frequentemente associará a sua historia a acontecimentos importantes e a personagem de destaque da vida nacional.
Durante a crise 1383-5, a Rainha D. Leonor Teles aqui se refugia após a morte do Conde de Andeiro, facto que, segundo a crónica de Fernão Lopes, leva o futuro D. João I a intervir de modo bastante severo, destruindo os cunhais da torre de menagem do castelo.

No período áureo do sec. XV e XVI nasceram ou viveram em Alenquer personagens ilustres, como cronista Damião de Goes, o navegador Pêro de Alenquer, o vice-rei de Índia Afonso de Albuquerque, o poeta Luís de Camões e o aventureiro Salvador Ribeiro de Sousa, que foi rei de Pegú (actual Birmânia) e que está sepultado nos claustros do oratório de Santa Catarina em Alenquer. Também o Prior de Crato encontrou acolhimento na vila durante o seu efémero reinado, antes da ocupação de Portugal por parte dos Filipes de Espanha.”


  

5 comentários:

Edum@nes disse...

É caso para dizeres, o que mais me irá acontecer?
No mundo tudo pode acontecer
O Virgílio nas suas deslocações
Anda a falar com o São Pedro
Vais dele receber muitos sermões
Mais vale tarde do que nunca
Disso fala o ditado
Se não foste a nenhuma
Por muitas não serás perdoado
O São Pedro parece connosco zangado
Já nem água nos quer dar
Vais ser castigado
Por ás missas faltar
Quando fores falar com eles
Pedes desculpas
E dizes para água nos mandar.
Estou contigo admirado
Por muito escreveres
De tanto retrato tirado
Com todos os teus saberes
Tudo tens muito bem ordenado.

Um abraço
Eduardo.

vitalina de assis disse...

Hola Amigo!

Muito interessante! Gostei do que li.

Bjs.

Tintinaine disse...

Acabas de fazer uma confissão pública e, como deves saber, depois da confissão todos os pecados ficam absolvidos, não importando muito se são muitos ou poucos, se são graves ou leves.
Ainda por cima se assumes como uma penitência as tuas peregrinações por igrejas e capelas, tens a salvação garantida.
Isto digo-te eu que sou um "expert" no assunto.
Um abraço!

António Querido disse...

Acho que fazes bem, e terás salvação porque te mostras arrependido, que bom seria que os ministros, deputados, presidentes de câmara, seguissem o teu exemplo, porque desses está o inferno cheio, roubar aos pobres para dar aos ricos, esses não têm salvação possível!

Isabel disse...

O que eu me divirto com as crónicas do meu irmão... Continuo a afirmar ”Mano és o meu orgulho”. És um homem bom, inteligente, e com um grande sentido de humor.
Embora apareça por aqui poucas vezes, continuo diariamente a vir ao teu blogue. Assim vou sabendo as tristes notícias do país, como vai a família, os nossos amigos, a nossa terra e, recordando através das fotografias e das tuas histórias, vários acontecimentos e locais.
Adorei a tua crónica «Serras do Barregudo e de Monte Junto». Num pequenino resumo, contas uma parte dessa maravilhosa história «Memorial do Convento».
Este livro para mim é como a bíblia para os cristãos, não me canso de o ler. Deixa-me dizer-te que te acho um pouco parecido com o Saramago. Tal como ele, tens muito sentido de humor na escrita.
Quando fores fazer uma caminhada a Montejunto, diz-me com um dia de antecedência, que eu tiro um dia de férias para ir caminhar contigo. “Vamos à procura da Passarola” quem sabe se nós a conseguimos encontar???
Beijinhos da mana amiga