domingo, 2 de dezembro de 2012

CAMINHANDO E RECORDANDO



Ontem andei por Oeiras e Carcavelos, hoje dei mais uns passos, e caminhei por Monte Estoril e Cascais, onde vi nascer o Sol, e mais uma recordação e uma historia para contar, qualquer dia pensam que são historias inventadas só para não estar calado, quem não me conhece pode pensar assim, mas podem acreditar que por aqui só se fala verdade, mais estou convencido que tenho reminiscência nos gatos e terei também sete vidas tantas são as historias umas contáveis outras nem tanto, mas já agora que falo nas sete vidas dos gatos, talvez alguns Leitores não saibam que essa lenda vem do tempo da Inquisição, é verdade os gatos também eram perseguidos, tal como as bruxas e seus derivados, portanto as minhas sete vidas não foram assim tão más, safei-me da Inquisição, mas não me safei da P.I.D.E. o que pode ser considerado um paralelo, mas com menos picante.

Mas a minha historia de hoje é a seguinte, trabalhava e habitava, com a minha Mulher e dois Filhos, um nasceu lá, na casa duns Suecos, junto á Quinta de Adenor Patino, e do campo de Golfe do Estoril, no Alcoitão (já contei num blogue alguns capítulos desta história)  quando chegava o Verão os Suecos alugavam por dois meses a casa e os caseiros, no caso a mim e á minha Mulher, nesse Verão calhou na rifa uma Americana, que tinha o grande mérito de ser ainda mais maluca que eu, a mulher, que tinha dinheiro com fartura, embora fosse caloteira, virou a casa de pernas para o ar, alterou tudo, mandou vir carpinteiros, decoradores, cozinheiras, chofer, enfim para uma Mulher sozinha, aquilo foi o diabo que ali entrou, que me pôs a cabeça em água, a minha Mulher lá se ia entendendo com ela mas eu fugia dela como o diabo da cruz, mas normalmente as broncas que ela arranjava sobravam para mim pois não falava Português e o Pessoal que ela arranjava também não falava Inglês, e em última analise o responsável pela casa era eu.

Um dos trabalhos que mandou fazer foi colocar redes mosquiteiras em todas as janelas, a moradia de primeiro andar, rés do chão e cave, tinha bastantes janelas pelo que o valor do trabalho também foi elevado, o Homem que tinha loja em Cascais, (no local que assinalo com uma seta lateral numa foto tirada hoje) depois do trabalho feito queria receber o cacau, e nada, a madama não se descosia com a nota, eu como não estava para a aturar, saía até ao Estoril ou Cascais com a minha Filha (que tinha de andar escondida pois a maluca não queria crianças lá em casa, só aceitava o mais novo que tinha três Meses) e um belo dia vou a entrar o portão e ouço uma gritaria vinda dos lados da piscina, era bronca, só não sabia com quem era, ás vezes a minha Mulher também lhe saltava a tampa, e pensei que seriam as duas, chegado ao «local do crime» verifico que afinal era o Homem das redes das janelas a agarrar a Americana e a crer afogá-la na piscina a minha Mulher a agarrar o homem para ele não fazer o serviço, claro que acalmei as hostes, ela pagou, o Homem foi á vida dele, depois mais tarde passei pela loja dele e ainda rimos com esta e outras coisa que a Senhora fez nos dois Meses que tive de a aturar, até meteu P.S.P. e P.I.D.E., foi um filme de terror que vivi ali naquele curto período.
 
 

5 comentários:

Valdemar Alves disse...

A foto da seta... Tenho quase a certeza que é em Cascais, que mais umas horas e passará cheia de pessoal.

António Querido disse...

Já sei que gostas mais de ver o sol nascer, mas eu gosto quando já me aquece o telhado, agora no inverno, não o vejo nascer, mas esta foto eu diria que é a cópia da minha: (O pôr do sol na Marina da Figueira), meu amigo, essa do fornecedor da rede, aconteceu comigo, não tinha piscina mas tinha a faca maior que utilizava no talho, um valente susto a um menino habituado a comer à custa do trabalho dos outros, não precisei de polícia, nem de advogado para no prazo exigido ter o meu cacau, com gentalha dessa, temos que fazer cara de maus.

Laranjeira disse...

Comentando o vídeo.Um dia,do ano de 1962,tinha eu 18anos regressava a bordo da vedeta vindo do Alfeite muito triste e desiludido com a marinha, por na data, me terem rejeitado.Nâo queria regressar à terra e deambulei por Lisboa, parando na estação do cais do Sodré, e eis que aí, encontro uma bela e jóvem "sopeira"que depois de breves palavras, me leva para Oeiras,rua dos Luzíadas,nº15.
Não foi em Setembro,foi em Outubro.
Laranjeira

Valdemar Alves disse...

Sobre o comentário do amigo Laranjeira... Quando um gajo se lembra até do número da porta é porque esse dia não foi tão triste assim.

Observador disse...

Amigo Valdemar
A foto com a seta é de facto de Cascais, fica junto a uma das praias, não da mais conhecida que é a dos Pescadores junto ao Hotel Baía, mas praticamente em frente da estação da C.P.
Um abraço