sábado, 27 de abril de 2013

AGORAFOBIA, TAL E QUAL

Fobia ou Agorafobia? Tanto Faz .
No dia 18-11-2011 publiquei a mensagem que se segue, dando conta de algumas melhorias no que a mim diz respeito, agora tive uma recaída, e a coisa está novamente a regredir, aconteceu no passado dia 25. Como havia várias corridas a pé organizadas pelo Grupo Desportivo de Vila Fria, fui até lá para ver como me saía com tanta Gente á minha volta, bebi um café no Bar, e sentei-me cá fora na esplanada lendo o jornal, e observado o ambiente, entretanto comecei a sentir-me mal, tendo saído dali rapidamente, portanto o resultado da experiência foi catastrófico, e para não repetir, portanto está provado que muita Gente só longe de mim, o que não é nada agradável numa altura em que pensava estar em franca recuperação.

 
                                                                MENSAGEM PUBLICADA EM 18-11-2011



Hoje vou tentar escrever algo sobre esta uma doença  que atinge muita Gente mas que ao contrário de outras não é conhecida da maioria, talvez porque tal como: alcoolismo, epilepsia, esquizofrenia e outras ligadas á mente, (e que a bem da verdade algumas só há muito pouco tempo são consideradas doenças), antes eram consideradas vícios ou manias, algumas até quando atingiam algumas Famílias da classe dominante eram escondidas em Asilos ou Hospitais Psiquiátricos, não fosse o Povo começar a falar, o que não convinha nada para manter o status social e politico, não falo por ouvir falar, sou testemunha presencial de situações destas.



 Então aqui vão algumas características desta maleita e como lhe passar a perna não deixando que nos agarre, porque se isso acontece é complicado safarmo-nos dela.
Agorafobia é a designação Médica para a fobia aos ajuntamentos de Pessoas, e tudo o que possa impedir a livre circulação do Individuo com este problema, e que na prática o inibe de fazer uma vida normal, o problema não se limita ás multidões, é impedimento para por exemplo, entrar num qualquer estabelecimento com muita Gente, uma fila de carros parados é motivo para  grande aflição, e se for em Auto-Estrada pânico mesmo, pois só de pensar que não pode inverter a marcha é uma tortura.

Uma ida ao cinema, ao futebol, a um Restaurante ou uma Tourada se for um aficionado, a uma Missa se for Religioso, Casamentos ou Baptizados mesmos de Familiares próximos, qualquer espectáculo ao vivo já era, a Pessoa com esta fobia antecipa o que poderia acontecer quando algo o impede da «fuga» previsível quando tiver de dar á sola por fadiga mental ou física, o campo tem que estar sempre livre á sua frente, nada o pode deter quando o sinal de alarme tocar, isto aplica-se no lazer ou no trabalho, onde as reuniões são uma praga, os almoços ou jantares fora de casa são castigos e não momentos de prazer, o trabalho passa a ser o seu único «hobby» e para ser vivido 24 horas por dia, a Família fica em segundo plano, e os Amigos perdem-se, porque não há tempo nem paciência para rotinas, e assim se chega ao inferno.


A cura é nunca se deixar apanhar por esta fobia que vem de mansinho como qualquer carteirista nos transportes, é silenciosa, e cruel, se por acaso já se está apanhado por ela, um esforço para manter os hábitos  anteriores (desde que estes sejam sãos) não ceder á tentação de:  hoje não me apetece conversas, amanhã não porque tenho outro compromisso, as Férias são para passar no mesmo local onde passo o resto do ano, não vou ao Médico porque não tenho paciência para estar na fila duas ou três horas, não vou beber um copo com os Amigos porque há lá um que bebe de mais e fica a noite toda a falar coisas sem sentido, também não vai aos anos dos Filhos ou Netos porque estes já sabem o que a casa gasta e não vão levar a mal, nada disto tem sentido, e tem de ser travado enquanto há tempo.

Tudo o que aqui fica dito é como se compreende na primeira Pessoa, e é dito neste momento por uma razão bem simples, tenho dado alguns passos para combater esta situação que me trama há bastantes anos, diria desde sempre, ao contrário do que afirmam os Médicos  que isto acontece por norma entre os 15 e 18 anos, sempre me lembro de tentar passar despercebido em especial quando havia mais Gente que o habitual, já na Escola sempre que podia dava á sola.
Como dizia, escrevo agora sobre este assunto por estar a dar alguns passos no sentido de melhorar a moléstia, mas também para dizer as razões que contribuíram decisivamente (espero não voltar para trás) para esta melhoria: como já afirmei noutra ocasião tenho lugares certos onde faço algumas compras ou simplesmente beber um café, isto por uma razão simples é que frequentando sempre as mesmas casas as Pessoas ficam-me a conhecer e não me fazem esperar, que é outra coisa ainda hoje impossível de acontecer, esperar nunca ( até no Hospital já internado, levantei ferro sem alta, porque já estava farto de esperar pelo Médico).  Há cerca de um ano entrei pela primeira vez levado já não sei por quem a uma café que fica aqui próximo, dessa primeira ida ficou a ideia que a casa era qualificada cá para o Rapaz, pois as Pessoas presentes falavam com os decibéis correctos, o Homem do balcão pareceu-me bom anfitrião (que mais tarde acabei por confirmar), e dessa primeira vez outras se seguiram, e lá arranjei um grupo de Amigos na reforma como eu, mais um ou outro que trabalhando lá vão nas horas de lazer dar um dedo de conversa, e assim conversando sobre tudo e mais alguma coisa também se falou de nós, e das nossas mazelas, a minha veio á baila, com a admiração que isso normalmente causa a quem nunca ouviu semelhante coisa, e a partir daí foram estes novos Amigos a darem-me grande incentivo para tentar ultrapassar esta barreira, o que até agora tem tido algum êxito. Portanto em vez de procurarem  Psicólogos ou Psiquiatras se tiverem problemas com fobias, arranjem os Amigos certos que a coisa resulta.

3 comentários:

António Querido disse...

Ainda bem que encontraste o medicamento certo, (os bons amigos) é a ajuda preciosa, conheço amigos que vão ao futebol para descarregar no árbitro o stress da semana, tu faz o mesmo chama nomes aos políticos que te vai fazer bem.
O meu abraço

Edum@nes disse...

Fobia ou Agorafobia. Doença como chata. Amigo, não te deixes vencer por ela. Sê mais forte, pela janela atira-a para o meio da rua, não tenhas medo dela. Mas tem respeito por ela, para mais não te prejudicar. Porque a vida é bela, quanto mais tempo durar melhor Será. Porque outra como esta não deve haver, lá no paraíso para onde dizem que seguiremos numa viagem sem regresso. Obrigado pelos alertas informativos, respeitantes a essa maldita doença!
Bom fim de semana e um abraço para ti amigo Virgílio.
Eduardo.

Anónimo disse...

A propósito da falta de (compreensão) para quem não convive, nem tem conhecimento de "doenças" semelhantes,é melhor não criticarem. A mim revolta-me imenso, ás uns meses atrás alguns políticos e até mesmo jornalista andavam com a "modernice" de chamarem autistas aos "indiferentes" a certos temas . Eu própria mandei uma mensagem ao António Maria Carrilho, que se ele leu, leu-me das boas. Sabes que o meu neto mais novo tem o que tem, e o irmão tem Défice de Atenção PDA . Temos lido coisas mais disparatadas sobre isso que me dá vontade de gritar-lhes e chamar-lhes ignorantes, falam sem conhecimento de causa. Aprofundem antes de ofenderem os demais. Um abraço
Conceição