domingo, 7 de outubro de 2012

DIVAGANDO

Hoje aproveitei o intervalo entre greves dos maquinistas da C.P. ( não é esta uma das empresas que nos suga milhões com os seus prejuízos?) como ia dizendo aproveitando esta aberta de haver comboios, fui até Belém, andava uma bocado chateado com aquela história de içar a nossa Bandeira de pernas para o ar, e fui oferecer os meus préstimos ao Sr. Presidente, é que embora não pareça sou quase especialista no içar da Bandeira Nacional, pois era da minha competência essa tarefa nas diversas instalações que estavam ao meu cuidado, falei até com alguns dos meus ex-colaboradores que também executavam essa tarefa e que tal como eu se mostraram prontos a dar uma ajuda ao Presidente no reconhecimento de qual é o verso e o reverso da Bandeira.


Por azar estava nevoeiro, o que me dificultou a  tarefa de encontrar o Palácio, quando finalmente cheguei ao portão de acesso o Guarda Republicano (que por acaso tinha a farda vestida do avesso deve ser moda agora andar tudo ao contrário) barrou-me a entrada, eu bem tentei explicar que era para o bem do Presidente, para não passar novo vexame quando lhe estendessem a corda para içar a Bandeira numa qualquer cerimónia, que não podia ser que o António Costa é que teve a culpa, pois o Presidente até viu logo que a coisa estava errada mas para não deixar ficar mal o tal Costa, pensou que ninguém ia dar por ela, pois somos um Pais de iletrados quem ia agora reparar numa coisa tão insignificante? e para terminar logo ali a conversa,explicou-me que o Dr, Cavaco decidiu que não recebia mais ninguém do Povo, pois está farto de ser insultado, por isso mesmo este 5 de Outubro não abriu as portas do Palácio ao Zé, por isso mesmo, e também porque da ultima vez que esteve aberto a Gente de baixo nível, desapareceram umas colheres, garfos e facas, em prata de Lei, dum serviço que o General Ramalho Eanes lá deixou, e que tinha sido oferecido pela Rainha de Inglaterra, mas como Homem austero que é, não o quis para si. 

Posto que a minha boa intenção não teve acolhimento, lembrei-me de ir falar com o Camões, que é aquele a quem recorro quando me apetece falar com alguém importante, mas pensando melhor não, ainda é um esticão valente ir daqui até ao Chiado, e as pernas já vão dando sinal de gostarem mais de estarem paradas que a caminhar, assim aproveitei estar ali á mão de semear o Afonso de Albuquerque, filho de Gonçalo de Albuquerque senhor de Vila Verde dos Francos, portanto por afinidade meu conterrâneo, e que como todos sabem habita ali no jardim em frente ao Palácio cor de rosa.

 Por ali estive em amena cavaqueira com ele, contando-lhe como as coisa vão por aqui, lastimando-me que a situação económica esteja neste estado lastimável de falência, ele acalmou-me dando-me o exemplo da sua vida Militar e de Governador da Índia, como conseguiu trazer riqueza para Portugal em especial das Índias, com as especiarias e outras coisas menos faladas, e exortando-nos a ir por esses Mares á descoberta de novos Mundos, porque isto aqui já deu o que tinha a dar, ainda retorqui que já não há nada para descobrir, que o tempo das Colónias acabou, mas virou-me as costas e não me quis ouvir mais, paciência fica para apróxima.
 

3 comentários:

Valdemar Alves disse...

Como seria bom viver no tempo do Afonso de Albuquerque... Vocês já imaginaram...

Ir de Viagem até Gôa
Navegando em lusa caravela
Cantando Fadinhos da Madragôa
E descobrir Ilhas Cheias de Canela.

António Querido disse...

Eu comprei um burro, já está preso à minha figueira, fica muito mais barato!
O meu abraço

Edum@nes disse...

Divagando para onde vais
A caminho de Goa não é
Perdidos nos cavacais
Remaremos contra a maré!

Se queremos vencer
Nas caravelas do Gama
Não podemos adormecer
Se queremos ter fama!

Navegar na rota certa
Contra o vento se preciso for
Que o povo sempre esteja alerta
Contra o falso navegador!

Boa segunda-feira para ti,
amigo Virgílio
um abraço
Eduardo.