quarta-feira, 28 de março de 2012

Terça Feira, Caminhada por Lisboa

Ontem fui caminhar e "Observar" a Baixa Lisboeta, caminhei junto ao Rio desde o Cais do Sodré até Santa Apolónia, aqui próximo tive logo uma surpresa, conversando com alguns Transeuntes que se aglomeravam junto ao Tejo quis saber a razão de tanta Gente por ali àquela hora madrugadora, a resposta foi que estavam uns Navios de Guerra Alemães amarrados ás muralhas do Rio, com duas  Fragatas a fazer a escolta a um Navio de Apoio de grandes dimensões que a Srª Merkel enviou cheio de Euros para nos ajudar a não afundar mais, e aquela Gente estava munida de sacos e sacolas na esperança de levar algum para casa, mas o tiro saiu-lhes pela culatra pois a massa foi toda para São Bento, para ser distribuída pelos Políticos e derivados que estão á meses á mingua de alimentos e bebidas, sem carros para irem para as suas Terras, uma verdadeira tragédia que estes amigos do Povo estão a passar, e a «amiga Alemã» não quis deixar os seus por mais tempo a agonizar, bom coração esta Srª Merkel.

Triste mas conformado fui até á Feira da Ladra, á espera de melhores noticias, mas aqui estava tudo calmo não havia distribuição de Euros, antes algumas quinquilharias acabadas de «caçar» nalgum estendal desprevenido, alguns rostos a pedir dormida, sinal de que ouve trabalho nocturno sem tempo para uma soneca, outros despassarados que já tinham perdido o Norte á muito, alguns Policias que se mantinham dentro das «carrinhas» tal a acalmia reinante, e cá o Rapaz como entrou também saiu, e fê-lo direito ao Miradouro de Santa Luzia, para poder fotografar os tais Navios de Guerra atracados em Santa Apolónia, daqui para o Poço do Borratém foi um pulo, aí abasteci, e com a embalagem que levava da descida da Rua da Madalena foi um  salto até ao Terreiro do Paço.


Aqui "Observei" um grande Veleiro no Mar da Palha que aproava rumo ao Oceano, esperei um pouco para ver qual seria, e vi que era o Creoula, tirei umas fotos aqui, outras já dentro do comboio, e ainda outras em Paço de Arcos, e lembrei-me de mostrar aqui a História do Navio, para os menos conhecedores destas coisas, e para que não o confundam com a Sagres que até tem parecenças, pelo menos tem a mesma cor, há diferença no Nº de mastros o Creoula quatro e Sagres Três, então a História é a que segue:


História

Foi construído, juntamente com a embarcação-gémea, o "Santa Maria Manuela", nos estaleiros da CUF em Lisboa, por encomenda da Parceria Geral de Pescarias Lda.  Num tempo recorde à época de 67 dias úteis, foi lançado ao mar a 10 de maio de 1937, tendo feito a sua primeira campanha de pesca nesse mesmo ano. No ano seguinte (1938), nos Países Baixos, foi construída uma terceira embarcação idêntica, o "Argus".

A SAGRES     ____________ »
O "Creoula" foi utilizado pela Parceria Geral entre 1937 e 1973, nas campanhas de pesca do bacalhau ao largo da Terra Nova.
Em 1979  a embarcação foi adquirida à empresa pela Secretaria de Estado das Pescas, visando ser requalificada como um museu da pesca.. Entretanto, quando docada para os reparos, o exame do casco revelou que este se apresentava em óptimas condições, pelo que se deliberou que a embarcação voltaria a navegar, agora como navio de treino de mar (NTM).

Entregue à Marinha Portuguesaa em 1985, é um dos poucos europeus que conta com uma guarnição mista, militar e civil.  É operado como Navio de Treino de Mar (NTM), estando classificado como Unidade Auxiliar da Marinha, (UAM).

Características

É um lugre, de quatro mastros,, destinado originalmente à navegação nos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia, Por essa razão, as obras-vivas à vante, nomeadamente a roda de proa, tiveram construção reforçada.

Até à sua última campanha de pesca, em 1973, possuía mastaréus, retrancas e caranguejas em madeira. O gurupés ("pau da bujarrona"), também em madeira, deixou de existir em 1959, passando o navio a dispor apenas de duas velas de proa: a giba e a polaca. O mastro de vante (traquete) servia de chaminé à caldeirinha e ao fogão a carvão.

As velas originais eram de lona de algodão, possuindo a embarcação duas andainas de pano, manufacturadas pelos próprios marinheiros de bordo. O pano latino era de lona de algodão n° 2, o velacho (redondo) em lona de algodão n° 4 e as extênsulas de algodão n° 7, o mais resistente. As tralhas das velas eram em cabo de manila. O aparelho fixo era em aço, mas o de laborar era originalmente em sisal.
O actual espaço entre a zona da coberta de vante (coberta das praças) e a casa das máquinas, era originalmente o porão do pescado, em cujos duplos fundos se fazia a aguada do navio. O navio estava assim dividido em três grandes secções separadas por duas anteparas estanques que delimitavam, à vante e à ré, o porão do pescado. À vante do porão ficavam os alojamentos dos pescadores, o paiol de mantimentos e as câmaras frigoríficas para o isco; à ré localizavam-se os alojamentos dos oficiais, a casa das máquinas, os tanques do combustível, o paiol do pano e aprestos de pesca. A embarcação possuía ainda nos delgados de vante e de ré vários piques utilizados como
reserva de aguada, armazenamento de óleo de fígado, carvão de pedra para o fogão e óleos lubrificantes.
Todo o interior do navio era revestido a madeira de boa qualidade, e o porão calafetado para evitar o contacto da salmoura com o ferro.

3 comentários:

Edum@nes disse...

Caminhada por Lisboa
Aqui relatas o que lá viste
Viste coisa boa e menos boa
No sábado vais ter festa não fiques triste.

Foste à feira da ladra
Hoje há muitos ladrões
Roubam à descarada
E só querem milhões!

Ninguém quer travar esta escalada
Eles continuam fazendo o que bem entender
Será preciso haver outra madrugada
Com um feliz despertar amanhecer!

Mesmo que não seja a cantar
Mas esta cambada combater
Para o barco não deixar naufragar
Antes do anoitecer.

Desejo uma boa noite para ti, amigo Virgílio.
Um abraço
Eduardo.

Anónimo disse...

Gostei do último parágrafo, onde me vi às aranhas para decifrar a terminologia maruja que só "os Manobras" entendem... Lembrando-me que que eram os únicos na Marinha que andavam sempre com os alcaches desbotados, quase sem côr... Seria pelo facto de porem a roupa a secar no "pau da bujarrona" (?!?)
Valdemar Alves

António Querido disse...

"OBSERVADOR", historiador, fotógrafo, ah grande Virgílio!
Um verdadeiro marinheiro, que nos vai contando e mostrando os movimentos marítimos no Tejo, pena foi não te ter calhado parte da massa, enviada pela nossa amiga Merkel, quando no próximo domingo te ligar, espero que estejas livre, para aquele nosso abraço e registar-mos a minha passagem por Talaíde!
O meu abraço