Vila Verde dos Francos! Freguesia

Ontem fui á Terra e hoje, depois da minha caminhada pela Serra de Montejunto, meditando no que ontem ouvi, vim de lá um bocado abananado, pois é, a semana passada quando aqui escrevi sobre a Freguesia poder deixar de o ser, mas que eu não acreditava visto os pressupostos para continuar como Freguesia eram fortes, até falei no Livro Verde da Reforma Autárquica, que é uma espécie de anestesia local sem dor, e que refere explicitamente que Vila Verde dos Francos, é uma das cinco Freguesias do Concelho a manter, agora soube que no Sábado aconteceu uma reunião ou debate, na Terra sobre o assunto  e pelo que me informaram não é licito que fiquemos Fregueses da nossa Terra, e o mais grave é que as Pessoas com quem falei se mostram resignadas a que venham outros Fregueses tomar a  batuta da nossa Orquestra, isto é mau presságio.

Queria alertar quem por aqui passar, que as coisas não são assim tão simples, não pensem que como ontem me disseram, que juntando a nossa Freguesia á da Ventosa, que iremos ficar como estamos, isso é o isco lançado para adormecer o Pessoal, veja-se as medidas gravosas que têm sido tomadas, e que vêm sempre acompanhadas do rótulo de melhoria dos serviços prestados, lembro as Consultas Médicas, os Transportes, as Pensões, as Escolas, os Vencimentos e Reformas a irem por água abaixo, etc, então se tudo isto aconteceu para piorar a nossa vida, porque carga de água vinha agora a Reforma das Freguesias melhorar os serviços prestados? acreditam? eu não, o problema são números, há que gastar menos a todo o custo, mesmo que isso venha lixar ainda mais o Zé, como os exemplos que atrás dei.

Não sou contra a reorganização Administrativa, em especial nos grandes aglomerados não se justificam tantas Freguesias, mas no Portugal Rural, como é o caso, não! temos Pessoas já bastante longe da Sede de Freguesia, se esta for deslocada mais 5 quilómetros a coisa complica-se ainda mais para Pessoas de mobilidade reduzida, ou sem mobilidade, como sabemos a Junta no momento presente tem a faculdade de ajudar os que mais necessitam, Crianças, Velhos e Doentes, desloca-se aos maus diversos locais da Freguesia para transportar quem necessite, recebe as contas da água não sei se também da Luz, paga as reformas aos Pensionistas etc, todos estes serviços não vão ser afectados? um Presidente da Junta nascido e criado na Cortegana na Labrugeira ou em Penuzinhos vai mandar reparar os Caminhos vicinais, que não conhece nem nunca ouviu falar, sem mais? ou burocraticamente vai tentar saber se o caminho é Público ou Particular, o que vai levar meses até á saber o resultado dessa investigação? e entretanto o caminho fica intransitável.

Não é por bairrismo que sou completamente contra esta possibilidade de a minha Terra ser amputada, da sua identidade, como também não sou dos que mais poderão sofrer se isso acontecer, por motivo óbvio, não quero é ficar calado, tive pena de não estar presente na tal reunião de que não tive conhecimento antecipado, para de viva voz dar a minha opinião, mas já está e não há nada a fazer, embora não fosse acrescentar nada, somos de facto uma Terra pacifica, onde aceitamos tudo de cara alegre, talvez por isso hoje não tenhamos nada que outras Terras nossa vizinhas têm, e com a mesma ou menor dimensão, e sem História, o que não é de desprezar, quando alguma coisa nos corre mal, atamos uma corda ao pescoço, ou atiramo-nos para dentro dum poço, para acabar ali o que está mal, ( é forte esta frase, mas é verdadeira) ao invés de lutarmos pelos nossos direitos como fazem outras Terras, mas somos assim, não há volta a dar.

Vou só recordar o que já fomos, e deixámos de ser, por nossa culpa? acho que sim como atrás disse, já fomos Câmara, será que nem Freguesia seremos? para que conste:

Junto umas Rimas da minha Parente: Alice Rosa Gomes, (Mãe da Eurodeputada Ana Gomes, que herdou da Mãe o espírito inconformado e combativo com que se tem debatido pela causas que considera justas), e que muito se empenhou na defesa desta Terra.

VILA VERDE DOS FRANCOS

Antiga Sede de Concelho, é uam Povoação antiquíssima.
Vila da Estremadura, em 1811 era seu donatário o Marquês de Angeja, foi cabeça de Condado.
Concelho extinto em 1836, aquando da reforma administrativa.
Em 1527 era de D. António Noronha.
Foi D. Alardo, fidalgo Francês que povoou a Localidade em 1160 por a haver recebido de D, Afonso Henriques, como prémio da sua colaboração nas conquistas.
Foi 1º Conde de Vila Verde D. António Noronha, filho de D. Pedro Noronha e de Dª Juliana de Noronha, filha de Vasco Martins Moniz, senhor de Anjeja.
Teve Foral em 1160, confirmado em 1218 em Santarém por D. Afonso II.
O Foral novo de D. Manuel é de 1513.
"O Concelho foi extinto em 1836."
Possui ainda as ruínas de um Castelo (Monumento Nacional).
Nota: No Museu Municipal estão expostas uma colecção de Padrões de pesos e medidas provenientes da Câmara de Vila Verde dos Francos, feitos a mando de D. Sebastião (1575 e 1576).