quinta-feira, 1 de novembro de 2012

OS MORTOS E OS VIVOS

Como já todos os Leitores do blog perceberam, ajuntamentos de Gente não é definitivamente o meu forte, (se é que sou forte em alguma coisa) e assim sendo como hoje e amanhã os cemitérios são locais muito frequentados lá fui ontem a Vila Verde colocar uns vasos de flores naturais nas campas da minha Mãe, e dos meus Tios Júlio e Victoria, embora seja frequentador quase semanal do cemitério, estas datas são importantes em especial para aqueles entes queridos que passam o ano sem um visita, pelo menos aqui têm a sua oportunidade de ser visitados e quiçá chorados pois com assistência abundante á mais saboroso, e quem sabe até alguns mais arredios em visitas não levarão um prolongado aplauso dos seus mortos e até dos vizinhos destes mais próximos.

Bem, mas esta visita rápida também serviu entre outras coisas menos importantes, para a despedida ao Vicente e á Luzia sua Esposa, pois vão regressar aos States e á companhia do Filho e restantes Familiares e Amigos que lá permanecem, estão  preocupados com a situação criada pelo furacão Sandy, felizmente não ouve perdas materiais a não ser a provável deterioração de alimentos pela falta de energia que ainda se fará sentir, de resto ainda irão a tempo de dar uam ajuda no reestabelecimento das condições anteriores ao desastre, dêem noticias frescas qaundo estiverem em chão firme, isto se tiverem a Internet a funcionar, pois eu aqui mesmo sem Furacão já estou outra vez coxo., vale-me a Internet móvel do meu Filho, doutro modo ficava a ver navios.

Mas antes da despedida ainda ouve tempo e coragem para uma subida ao alto da Serra de Montejunto, é que ainda não perdemos a esperança de encontrar a célebre Passarola do Padre Bartolomeu de Gusmão que por ali permanece em local porventura inacessível, senão já a teríamos encontrado, mas não vamos desistir e já está combinado uma  nova expedição lá para Maio próximo, pois antes disso e sozinho já não me sinto seguro a andar por montes e vales, não vá cair nalgum buraco e ficar por lá esquecido quem sabe no mesmo buraco por onde desapareceu a  Passarola.
Entretanto saímos ás oito em ponto, e desta vez fui eu que fui buscar o Vicente a casa, estava-lhe a saber bem ficar na cama mais um bocado, mas os meus afazeres aqui em Porto Salvo não me permitiam estar por ali muito tempo, e assim lá fomos até ao "Cafezada" do nosso Amigo Victor matar o bicho, e esperar que este desse a bandeirada da partida, o que aconteceu.

Daqui seguimos de carro até determinado local da Serra e depois o resto do percurso a penantes, oito quilómetros foi o que ainda palmilhamos, no percurso já prevenidos ao que íamos, cada um com o seu saco de plástico na algibeira e após a subida até junto das ruinas dos antigos  Conventos e da Ermida de São João, dali tirei algumas fotos que aqui mostro, duas das quais e onde a qualidade não é a melhor mas a distância do objectivo é de vários quilómetros e a neblina junto ao Mar também não ajuda, trata-se da Ilha da Berlenga, e numa das fotos ainda se vê para lá da Berlenga um Farilhão, o Vicente não acreditava mas já lhe enviei duas fotos que não deixam duvidas, espero lá voltar num dia mais limpo para repetir umas chapas.

Descemos depois até junto da Real Fábrica do gelo, onde apanhámos umas castanhas, suponho que serão castanheiros bravos, devido ao pequeno tamanho das castanhas, mas o melhor estava para chegar, os cogumelos, que aqui na Terra eram conhecidos por capôas, não sei se ainda hoje assim será mas na minha Juventude eram assim chamados, o Vicente não se recordava já se estes eram bons ou não, mas eu nunca os perdi de vista, quase todos os anos nesta época lá vou apanhar alguns, uma excepção foi o ano passado que devido á falta de chuva eles fizeram greve e não apareceram, hoje já sabia que os ia encontrar pois o meu Filho mais novo está de férias esta semana e esteve uns dias na Terra e ontem no regresso já trouxe uns quantos que ontem mesmo foram trucidados, hoje foram dois sacos, e podes comer á vontade Vicente que eu já os comi e ainda aqui estou para contar como foi, aproveita que lá na América não apanhas disto.
 

4 comentários:

Edum@nes disse...

Os mortos já foram vivos
Os vivos continuam a sê-lo
Neste país dos atrevidos
A enterrá-lo deseja vê-lo!

Tu e o cafezada
Do teu amigo Vítor
Nesta vida encontrada
Tanta gente sem amor!

Numa longa caminhada
Com destino desconhecido
Numa revolução de madrugada
Que já deveria ter acontecido?

Bom feriado para ti,
amigo Virgílio. Este será o último
da nossa geração, porque nunca mais irá voltar a ser como era?

Um abraço
Eduardo.






Tintinaine disse...

Mal começam as chuvas de outono, aparece a febre da caça aos «míscaros» como lhe chamam na Serra da Estrela. Pelos vistos acontece o mesmo na tua serra.
Ao olhar para as fotografias, bem me pareceu reconhecer o farol de Peniche e não estava enganado.
Boa viagem para o Vicente até aos States. Quando ele regressar já haverá de novo amoras nas silvas à espera dele!

António Querido disse...

Segui mais esta tua caminhada e tudo bem, mas isso que tens na mão, que lhe chamam de míscaros, capoas, cogumelos, ou capões, depende das regiões...Eu não comia, nem com a pistola apontada à cabeça, só a ver todos os anos as tragédias que acontecem a famílias inteiras, pensando que os conhecem, meu amigo não me convides para esse petisco, prefiro as amoras do teu amigo Vicente!
O meu abraço

Albertino da Costa Veloso disse...

Aqui, na minha região, entre a Serra da Estrela e o Caramulo, chamam-lhe tortulhos. Como vêm, esse "guarda-chuva" tem mais nomes que eu saúde...