terça-feira, 7 de maio de 2013

CAMINHANDO E OBSERVANDO

Obra dum Ministro que deixou para a posteridade muitas das melhores construções do século passado, Duarte Pacheco de seu nome, e inaugurada em 1940 a Fonte Luminosa de Lisboa situada na Alameda D. Afonso Henriques transversalmente á Av. Almirante Reis, e tendo á sua frente o Instituto Superior Técnico, (obra também da lavar do mesmo Engenheiro Duarte Pacheco), foi requalificada no final do ano passado segundo noticias que circularam na altura nos meios de comunicação social, ontem na minha habitual volta por Lisboa, fui até lá para ver como estava, e não podia ter maior desilusão, é certo que a luminosidade que eventualmente funcionará, é á noite e eu á noite é só caminha como diz o lançador de peso Marco Fortes, só posso falar da fonte ás escuras ou na melhor das hipóteses á luz do dia.


A Fonte propriamente dita está tão cheia de sujidade que me deixou dúvidas quanto á sua requalificação, é a água verde, as paredes cheias de calcário e limos, uma porcaria, os repuxos se funcionam, ainda deviam estar no primeiro sono, e o melhor de tudo é o Jardim que acompanha toda a Alameda da Fonte até ao Técnico,  está toda relvada com uma pequena zona de lazer, os aspersores de rega que mais parecem foguetões apontados para os Céus, jorram água que nunca mais acaba, é para a relva, para os passeios obrigando os Peões a fugiram para a Avenida, e é por esta abaixo que mais parece o Rio Tejo em período de cheia, uma vergonha que se deite fora o precioso liquido que pagamos com língua de palmo, desde a sua captação na Barragem do Castelo do Bode, passando pelo tratamento na Asseiceira e o seu transporte até Lisboa onde armazenada e distribuída. Não há duvida que os Serviços Públicos precisam de grande vassourada, só espero que o façam pelos incompetentes e não a eito.

Mas não foi só isto que vi na minha longa (10.600 metros) caminhada desde o Cais do Sodré e volta, passei junto da antiga Fabrica da Cerveja Portugália que tal como a fonte está entregue á bicharada, são vidros partidos o telhado já era, uma lástima, ao lado e no mesmo edifício continua a funcionar a Cervejaria com o mesmo nome como se nada se passasse, isto é mais ou menos como um gajo estar a dormir com um morto ao lado, e continuar a assobiar como se nada fosse, neste Pais arruinado económica e socialmente, também o está na falta de brio das entidades públicas e privadas, abandonam-se edifícios com História como se desfazem duma peça de roupa velha, perdeu-se completamente o sentido de responsabilidade e decoro que tanto nos orgulhávamos, como diz o outro, é a vida.
No final desta longa caminhada, a única coisa que vi que merece a pena ser visitada, a Igreja dos Anjos, na Av. Almirante Reis mesmo em frente á «Sopa dos Pobres»
 

3 comentários:

Tintinaine disse...

Não me lembro da Fonte Luminosa, mas à Portugália ainda fui beber uns copos no tempo de Marinha.
Quanto aos edifícios abandonados é um mal geral que se vive em todas as cidades. Infelizmente não há dinheiro para recuperar todos, mas também não há nenhum tipo de política que leve a uma solução. E é pena!

Edum@nes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edum@nes disse...

O luxo transformado em lixo. A política é um desastre. Os aldrabões não param de aumentar, o bem estar de quem trabalha não pára de diminuir.Justiça dessa nem vale a pena falar porque só existe no nome.Pouco a pouca se vai perdendo a soberania de Portugal.O
vandalismo por onde passa tudo vai destruindo e ninguém o impede de o fazer. Enfim, um país entregue aos destinos, sabe-se lá o que mais nos irá acontecer. Governados por gente que só pensa em cortar, no pouco que ainda nos resta!..
Boa quarta-feira para ti amigo Virgílio, um abraço,
Eduardo