quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Outros Tempos, Outros Padres

Noutros tempos os Homens da batina, interessavam-se mais em ajudar a povoar as Terras por onde andavam, hoje os Euros falam mais alto, e o resultado é a baixa natalidade do Pais, que me recorde só o meu Amigo Ex-Padre Morais contribuiu com a sua parte para a não extinção da espécie, contribuindo com dois rebentos, nada que se compare com este «camarada» que foi Padre em Trancoso, ora leiam!

Sentença proferida em 1587 no processo contra o padre de Trancoso


(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas.

Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".

Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres.

Acusam-lhe ainda dois ajudantes de missa, infantes menores que lhe foram obrigados a servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do malfadado prior.

Mas a inteligência de D. João II, mais uma vez ficou provada neste episódio.

Porquê matar um padre (homem) que gosta de mulher?

Há é que tirar partido disso.

E como "colaborador" de povoamento, não deve ter deixado os seus créditos por mãos alheias...

Digamos que foi um grande cristão que não brincava em serviço...

"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1587, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de Salvador como colaborador de povoamento português.

El-rei ordena ainda guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".

3 comentários:

Edum@nes disse...

O Prior de Trancoso.Grande macho cobridor.Com sessenta e dois anos de idade e famoso.Foi um grande povoador.
Cristão que não brincava em serviço
D. João II muito inteligente.
Perdoou a morte e mandou por em liberdade.
Com o fundamento de ter ajudado a povoar, aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo.
Um homem desta tempera nunca deveria ter sofrido tão severo castigo.Não é qualquer macho que tem a capacidade e força na verga que aquele prior tinha.
Motivo pelo qual o Rei o condena ao degredo para terras de Santa Cruz da Baía, no Brasil, como colaborador de povoamento português. Talvez os brasileiros tenham seguido o seu exemplo, que deu origem a que o Brasil hoje tenha muitos milhões de habitantes.
Os filhos e filhas num total de noventa e nove, formavam um pequeno exército. Sem dúvidas que contribuiu para o povoamento do território. Merecedor do perdão e apontado como exemplo a seguir.

Desejo uma boa noite para ti, amigo Virgílio
Um abraço.

Tintinaine disse...

Agora é que precisávamos dele aqui!
Isto é que vai uma crise!

António Querido disse...

Um padre destes era necessário agora, mas era um perigo para os maridos mais distraídos!