sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Major José Afonso Pala

Nos idos de 1973 a 1976, percorri todas as ruas do Conselho de Oeiras que nesse tempo abrangia também o que é hoje o Conselho da Amadora, e ainda duas grandes Vilas do Conselho de Sintra, Cacém e Queluz, durante três anos fui o responsável pela reparação e manutenção da Iluminação Publica destas Terras, pelo que por força disso fui obrigado a decorar os nomes dessas ruas, nesses tempos os G.P.S. ainda estavam incubados, e valia-nos a caixa dos pirolitos para ir fixando essas ruas, vem esta lenga-lenga a propósito de uma Rua por onde passei antes de ontem na minha volta por Lisboa, há nomes que me ficaram na memória, passados todos estes anos, e apesar do «falecimento» de muitos neurónios nestas quase quatro décadas.

A rua em questão por onde passei na Quarta Feira é a Rua Capitão Afonso Pala, ora eu tinha na memória uma Rua em Algés com o mesmo nome, mas com o Posto Militar maior concretamente de Major, fiquei curioso e fui tentar esclarecer-me se seria a mesma Pessoa, ou algum Familiar, e a conclusão a que cheguei é que se trata da mesma Pessoa, que aliás em Setúbal também tem o nome numa Rua e com posto de Major, fica-me a duvida, terá sido a Câmara de Lisboa que o despromoveu? terá este Major feito alguma que levasse esta Câmara a tomar uma medida tão drástica? mais, fui saber quem é a Pessoa em questão, e parece-me que ao contrário duma de despromoção merecia subir ao posto seguinte por distinção, pois foi um dos Heróis da implantação da Republica.

Nasceu a 24-2 1861 tendo morrido em Angola de ferimentos sofridos em combate na defesa dessa antiga Província, no inicio da Primeira grande Guerra, mas tinha-se destacado na implantação da Republica, e participado na escolha do que é hoje a nossa Bandeira Nacional, mas um dia terá escrito algo que não agradou aos Governantes e foi recambiado para Angola onde morreu, ontem tal como hoje as verdades ás vezes custam a engolir, somos assim não há nada a fazer, resta pedir á Câmara de Lisboa que promova o Homem, ou melhor coloque-o no posto que já tinha em 1915 quando morreu, porque despromover alguém, mesmo que morto custa a engolir.

«No dia 5 de Outubro de 1910, da varanda da Câmara Municipal de Lisboa, proclamou-se a República. Saíram milhares de pessoas para a rua a festejar, a notícia espalhou-se rapidamente pelo país e a mudança tornou-se um facto consumado.
Uma mudança tão profunda justificava que se escolhesse outra bandeira nacional. Mas que cores se deviam usar? E que símbolos?
O governo não perdeu tempo e logo a 15 de Outubro reuniu um grupo de gente com grande prestígio para que elaborasse um projecto de bandeira. Desse grupo faziam parte: o pintor Columbano Bordalo Pinheiro; o jornalista João Chagas; o escritor Abel Acácio de Almeida Botelho; o capitão de artilharia José Afonso Pala e o primeiro-tenente da Marinha António Ladislau Parreira. Naturalmente inspiraram-se nas bandeiras dos centros republicanos e das sociedades secretas que tinham contribuído para o êxito da revolução».



4 comentários:

Tintinaine disse...

Essas observações estão a ficar cada vez mais pormenorizadas. Parabéns pelos tópicos escolhidos e pela maneira engraçada (mas séria) como são descritos.

António Querido disse...

Estou a ver que apesar de alguns neurónios "mortos" Há outros mais fortes que sobrevivem e se continuares a estudar a nossa história irás fortalecê-los por longos anos e sempre com humor à mistura, era bom que os responsáveis pela Câmara de Lisboa em vez de despromover os seus heróis, os promovessem a título póstumo, continua assim Amigo já merecias ser promovido a excelente Observador!
Tenho que marcar uma reunião com os teus leitores para discutir-mos o assunto!
O meu Abraço

Anónimo disse...

Não leve a mal por fazer este comentário, mas tenho reparado que escreve a palavra "conselho" ao referir-se a município. Neste caso a palavra escreve-se com "c" (concelho). A palavra "conselho" usa-se no caso de se dar um conselho (aconselhar) ou no caso da reunião dos ministros (Conselho de Ministros) ou em qualquer situação em que se reúna um conjunto de pessoas para aconselhar.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Sabe Amigo Anónimo, eu só tirei a quarta classe, e mesmo assim só eu sei quão difícil foi, é essa a razão dos muitos erros, ainda me socorro do corretor ortográfico, mas o gajo agora também vai pelo acordo ortográfico e ás vezes em vez de me ajudar ainda me complica,se não fosse essa ajuda, a desgraça ainda era muito maior, agora já não me querem na Escola, mas como sou teimoso vou continuar a escrever mesmo com erros, de qualquer modo agradeço a correção, mas não garanto que para a próxima não vá cometer o mesmo erro, pois a memória também já deu o que tinha a dar e daqui a cinco minutos já não me recordo como se escreve conselho.
Cumprimentos
Virgílio