sexta-feira, 7 de março de 2014

A ÁGUA QUE BEBEMOS


A meteorologia previa Sol com fartura para hoje, como sou um crédulo, acreditei na previsão e fiz-me á estrada para a minha caminhada, eram 6h30, fiz a volta dos tesos, isto é, desci a Porto Salvo, contornei a rotunda dos "pauzinhos ás cores", a segunda rotunda que dá para Vila Fria, entrei nesta Povoação, e casa, coisa pouca, três quilómetros contas redondas, esta distância não dá para nada, não posso esquecer que desde o Natal já cá cantam mais seis quilos, é obra, nem os porcos a comer bolota ganham tanto peso em tão pouco tempo, assim tenho que castigar mais o corpo se quero continuar a comer, caso contrário qualquer dia em vez de andar, rebolo, e assim lá fui até ao Parque dos Poetas, ia até um  pouco distraído com os meus pensamentos quando começo a levar com água em cima do canastro, gaita então disseram que não chovia? Afinal não é chuva, é a rega, mas tem chovido tanto e já estão  a regar?


Tive de fazer a pergunta sacramental, como leigo na matéria perguntei á Senhora Jardineira, (eram duas as Funcionárias que encontrei por ali á mão de semear) diga-me se a relva já estava a pedir água? Não Sr. é uma experiência que estamos a fazer para ver se isto funciona, para acertar-mos as agulhas para o Verão, que seja, mas se o Parque abre por volta das nove, não podiam fazer isso quando este ainda está fechado aos Visitantes? Não ouvi a resposta, mas também não era necessário, já sei o que a casa gasta, para a próxima levo mas é o chapéu de chuva, já não me voltam a apanhar desprevenido.
Mas estou no Parque dos Poetas, e encontro gravados no pavimento poemas escritos por alguns dos Poetas com direito a estátua no local, e uma coisa que me deixa apreensivo, é a minha dificuldade em perceber o que lhes ia na alma quando os escreveram, juro que não entendo a grande maioria dos aqui expostos, em contraponto encontrei um ao acaso do Aleixo, que entendi perfeitamente, será por eu não ser um letrado, e o Aleixo era mais terra a terra? Ou estes aqui gravados são mesmo só para Poeta perceber? 


Mas por falar em água, aquela que jorra nas nossas torneiras, (afinal irmã gémea daquela que hoje me caiu no lombo,) fiquei surpreendido com uma noticia que li sobre a concessão que algumas Câmaras têm feito da exploração deste bem (que pensava era de todos nós) a empresas privadas, será que a nossa saúde está acautelada? Li que 2.3 milhões de Portugueses já são fornecidos por privados, (nada tenho contra os privados note-se), mas cada macaco no seu galho, a água que bebemos não pode ser entregue a gente que de higiene só sabe o que ouviu falar, nunca praticou, estou a falar dos Chineses, que segundo consta não serão muito pródigos em limpezas, e neste momento são eles e os Espanhóis que dominam este verdadeiro negócio da China, também não me sinto á vontade com os nossos vizinhos, como sabemos eles não nos gramam nem com molho de tomate, quem me diz a mim que um dia destes lhes dá na cabeça e colocam uma mistela qualquer na água, e um gajo vai passar o resto da vida de calças na mão?


Nunca pensei que os nossos eleitos pudessem ir tão longe, desculpam-se aqueles que entregaram a concessão aos privados da falta do vil metal para fazer frente a obras inadiáveis, pergunta de leigo, que fizeram aos milhões que entraram nos cofres dessas Autarquias ao longo destas décadas de democracia? Voaram com o temporal? Ou investiram em rotundas, festas, e obras para Inglês ver? Ainda não há muito ouvi o Ex-Presidente das Caldas da Rainha dizer que não devia um tostão, e acusando os Autarcas gastadores de o fazerem em obras nem sempre necessárias, pois também penso assim, e infelizmente já não são só os nossos anéis que estão a vender, são os dedos de todos nós que se vão, e como todos sabemos sem dedos não vamos mais poder tocar guitarra, que seria o acompanhamento mais digno numa marcha fúnebre por Portugal, que a pouco e pouco se vai finando.

3 comentários:

Tintinaine disse...

O poema do António Aleixo até parece que foi escrito hoje e a teu pedido.
Uma verdade deste tamanho até dói quando a ouvimos ou lemos!

Edum@nes disse...

A água que bebemos, os maus políticos que temos. Porque é que alguns autarcas têm dividas para pagar outros não. É tão simples como beber um copo de água quando temos sede. Ainda há, embora sejam muito poucos, alguns autarcas que defendem o bem estar dos seus munícipes. E são esses que não estão endividados. Porque penso eu, não tem jeito para roubar. O ex-autarca das Caldas da Rainha, o Sr. Fernando Costa, é um desses que foi eleito para governar a favor do bem estar daqueles que o elegeram. Segundo tenho ouvido dizer, O IMI e a água nas Calda da Rainha, eram mais baratos do que noutras autarquias das redondezas. Com a entrega desses serviços a privados. Que ninguém pense ser beneficiado. Pelo contrário, iremos pagar muito mais. Qual foi o beneficio que tivemos com a entrega da EDP, aos chineses, nenhum. Portanto, meus amigos, os privados só pensam no seu bem estar, empobrecendo que para eles trabalha! E mais não disse:
Bom fim de semana para ti amigo Virgílio, um abraço.
Eduardo.

António Querido disse...

Li e gostei deles todos, mas tenho que confessar que destaco dois: O de Adolfo Correia da Rocha,(Miguel Torga), também por ser meu conterrâneo e o de António Aleixo, pela mesma razão que já foi mencionada pelo Carlos, quanto ao duche, marujo não tem medo de água, com um sol destes faz bem.