domingo, 23 de março de 2014

"PESCA, E OUTRAS CONVERSAS"


Mais um barrete que me enfiaram, sou um crente, acredito em tudo o que me dizem, que oiço ou leio, desta vez foi a leitura dum jornal daqui da Região de Oeiras que me obrigou a ir «investigar» uma noticia que li antes de ontem, dizia que o Passeio Marítimo em Paço de Arcos estava a ser intervencionado com obras de vulto incluindo máquinas pesadas, e sujeito a interdição de Pessoas, obras essas para reparar os estragos causados pelo mau tempo de há semanas, ora cá o rapaz já não circula nessa zona do Passeio Marítimo há algum tempo, e não gosto de ser apanhado em contrapé, vou já observar o que se passa por lá, e o que se passa? Nada! Então mas estes gajos dão as noticias sem investigar se são verdadeiras? Parece que sim, ainda bem que nada se passa, a única coisa que vi fora do sitio foi já no acesso á Praia, meia dúzia de fitas a interditar a passagem, enfim nada de extraordinário, só não gostei do barrete.





Não perdi nada a não ser o combustível, mas ida e volta são dez quilómetros, o Passos saca-me mais e eu não reclamo, mas claro eu aproveitei para fazer a caminhada, fui até ao final do Passeio junto á Praia da Torre, sete quilómetros no total, e deu para observar bastantes Pescadores, tanto em terra como de barco, e ao ver esta azafama fez-me recuar umas décadas quando, com outros Amigos fazíamos grandes pescarias no Rio Alcabrichel, na altura conhecido simplesmente pelo rio da várzea, isto foi no tempo em que cada qual arreava o calhau no seu quintal, ou na melhor das hipóteses no velho e saudoso penico, porque a partir do momento em que entraram em acção as modernas cagadeiras todas elas a descarregar no rio, acabou a pesca, e a coisa agravou-se ainda mais quando se lembraram de fazer os lavadouros públicos também ele a descarregar carradas de sabão azul e branco e lixivia para lá, com roupas usadas durante uma semana inteira a trabalhar no campo, com suores frios e quentes, muitas alcagoitas agarradas ás ceroulas, e os peixes a comerem toda esta caldeiradas!

Aliás a última pescaria que lá fizemos, e que se preparámos para saborear junto ao Passal (que deitaram abaixo para construir os ditos lavadouros), dizia que os últimos peixes apesar de toda a nossa boa vontade não os conseguimos engolir, aquilo mais parecia uma sabonária, em alternativa foram descobertos uns ovos ali pelas redondezas e assim matámos a galga que já se fazia sentir, após aquela última e saudosa pescaria junto á azenha dos meus Avós. Havia e há ainda hoje uma coisa que me fazia, faz confusão, como é que havia tanto sabão no rio? Naquele tempo a roupa de trabalho incluindo a interior era para uma semana de segunda a sábado, só depois do grande banho tomado dentro dum alguidar aos Domingos antes da Missa é que havia nova roupa, nova é como quem diz, era a roupa Domingueira que era lavada uma vez por ano, para não se estragar, (sim que o lavar também estraga, dizem) e no dia seguinte, (segunda feira) lá se vestia a roupa tirada no sábado já lavadinha e engomada, uma festa!


Mas dizia que uma coisa me intrigava, como morava ali mesmo próximo dos lavadouros assistia ao vai, vem, das Mulheres que lá iam lavar a roupa, e o curioso é que muitas delas passavam muitas vezes com os alguidares cheios de roupa, para cima e para baixo, ora se como disse anteriormente a roupa era tão pouca, com o é que elas lavavam tanta? Pois eu tenho uma explicação, a roupa era sempre a mesma, ia e vinha, elas iam dar á língua, e como naquele tempo tudo ficava mal, especialmente ás Mulheres, estas iam equipadas como se fossem lavar a roupa, não só para os Maridos ciumentos mas também para as vizinhas faladoras, achei esta explicação pela prática que fui adquirindo ao longo de tempo quanto á capacidade faladora das Mulheres, tenho aqui duas que falam por um regimento, porra que é dum gajo fugir, Ó Mulheres da minha Terra, agora com esta conversa devem estar a preparar-se para me darem uma tareia, então preparem-se que amanhã estarei aí, fiquem bem!






4 comentários:

Edum@nes disse...

Amigo Virgílio, me desculpa te dizer mas é verdade, até parece que ainda vivemos no tempo em que Deus andou pelo mundo...As notícias para o bem sempre tem sido forjadas. Querias tu agora que já cheira a eleições que elas fossem verdadeiras! Bem podemos esperar sentados, porque nada de bom vem aí. Pelo contrário, depois das eleições. Há tanto tempo carregado de raiva contra os funcionários públicos, reformados e pensionistas, ele anda a prometer mais cortes nos seus já mais que cortados ordenados e pensões! O homem de Belém disse; que pelo menos mais vinte anos de austeridade iremos ter! Sendo ele um dos muitos culpados, infelizmente, não estará enganado!...
Resto de bom domingo, para ti amigo Virgílio, um abraço.
Eduardo.

Valdemar Alves disse...

Mudarem de ideias por falta de orçamento... hehehe!

Anónimo disse...

Ora cá estou eu, tipo Brise continuo, sou tipo anuncio, que dura, dura como as Pilhas Duracell e quando toca à conversa, imagino-me no anúncio do whiskas saquetas, aquela comida para gato, em que o bixano só ouve Blá, blá, blá Whiskas saquetas, raio do gato que só ouve o que quer.
Concluindo o que seria se eu fizesse greve a este som tridente desta voz meio rouca, pergunto-me se podia viver mais contida nas conversas, poder podia, mas não seria a mesma coisa. Tenho que concordar que as mulheres da tua vida falam pelos cotovelos, mas vê o lado positivo, a facturação das operadoras de comunicação cresce todos os anos e agradece. A animação é constante!
Beijinhos
Margarida

António Querido disse...

Sabias que desafiar as mulheres é um risco enorme, já foste à terra, ainda estás inteiro?
Compra um fato à prova de bala!
Ontem estive durante meia hora a chorar ao telemóvel, eu na loja da MEO na Figueira e a senhora em Lisboa, no final só ganhei a oferta de uma meo-box gratuita durante dois anos, nada mau, limpei as lágrimas e vim todo contente para casa, vou poupar 5,00€ mensais, obrigado minha senhora, valeu a pena ouvi-la durante meia hora.
O meu abraço