sábado, 15 de fevereiro de 2014

"OBSERVANDO E RECORDANDO"



Um belo dia de Verão, estava eu de papo virado para baixo numa Praia daqui da Costa do Sol, após uma noitada mal dormida acabei por me entregar aos braços de Morfeu, estava num daqueles sonhos que até parecem vividos, (ou a viver) quando sinto uns pingos de água a cair-me no lombo, porra! então está a chover? Iço o esqueleto assustado, e vejo uma Cigana com as mãos ainda a pingar, tinha sido uma gracinha da Senhora para me acordar, e ler a sina, olhei para ela com ar de poucos amigos, ela riu-se e disse: quem anda a chuva molha-se meu filho, mas que raio de conversa é esta? A Velha (já era uma Senhora idosa) está maluca, pergunto.lhe, o que quer? Ler-te a Sina meu filho, está bem (eu queria é livrar-me dela e bater outra soneca de seguida),  estendi-lhe a mão direita, ela começa com uma ladainha, de tal maneira rápida que só fixei aquilo que me tinha dito antes, quando me acordou, «quem anda á chuva molha-se». Serve este introito para recordar as molhas que tenho apanhado nos últimos tempos! Hoje finalmente não choveu, portanto pensava eu, que não chovendo não haveria molha, isso era o que eu pensava!


Pois estava redondamente enganado, na minha caminhada matinal entre Caxias e Cruz Quebrada, vou eu muito bem no passeio, passa um sacana qualquer de carro, passa com as rodas numa possa de água e dá-me um banho dos pés á cabeça, porra que isto já é demais, se a água não vem de cima vem de baixo, enfim é a vida, era para passar pela Estação da C.P. de Caxias, e neste estado já não passo!
Ia então no passeio junto ao Mar e reparo que o antigo restaurante Mónaco que há tempos mostrei todo vandalizado, andam agora a colocar tijolos nas portas e janelas, para impedir o acesso ao seu interior, depois da casa roubada! Mas que cambada de jumentos que haviam de brotar neste País, faz-me recuar uns dois anos quando mostrei aquela antiga Unidade da nossa Armada, paredes meias com o Forte do Areeiro em Oeiras, abandonaram-no aos Deus dará, depois de tudo destruído colocaram lá segurança dia e noite até hoje, mas será que estes jericos não sabem usar os miolos?


Falava eu no restaurante Mónaco, pois nunca lá entrei muito menos lá comi ou bebi, aquilo não era para todas as bolsas, se bem entendem, mas deu-me muitas dores de cabeça, ao longo dos anos perdi a conta a quantas chamadas recebi para acudir ao restaurante que estava inundado, e lá ia eu ou o Pessoal que trabalhava comigo direitos á Estação Elevatória de Esgotos que fica próxima a ver se tinha acontecido alguma avaria na mesma, nada, da nossa parte estava tudo bem, então o que acontecia para inundar as caves? Gorduras, na cozinha mandavam tudo o que não podia ser vendido para o esgoto, incluindo óleos azeites e outras gorduras, depois de arrefecerem solidificavam e obstruíam a canalização, as gorduras eram tantas que foi necessário adquirirmos desengordurantes para desobstruir o nosso equipamento, finalmente com a falência do restaurante ouve paz, vamos ver até quando pois constou-me que os Espanhóis o querem comprar, ou já compraram!


5 comentários:

Edum@nes disse...

Imaginação e humor, tens de sobra,
Molha-se quem anda à chuva
Estavas numa praia da Costa
A sonhar com uma aventura.

A cigana te leu a sina,
Ficaste mais aliviado
Com umas gotas de água por cima
Quando estavas na praia deitado.

Tal tá a moenga,
Não deixam um homem sonhar
A cigana com a sua lenga-lenga
Esse dia, hoje, o estás a recordar.

Se não tivesse havido passado,
Não estarias hoje a recordar esse dia
Valeu apena a cigana te ter acordado
A ler o que escreveste, também hoje não estaria!

E o observador, a caminhar,
vai observando, para depois escrever
Com palavras escritas nos contar
O que com imaginação andou a fazer!

Boa noite e bom domingo para ti amigo Virgílio, um abraço.
Eduardo.

Tintinaine disse...

Não sei porquê, mas dá-me a impressão que acabaste a reportagem antes de tempo. Parece que ficou qualquer coisa por dizer.
Ou estarei enganado?

Observador disse...

Tintinaine, tens razão terminei a coisa abruptamente, e a razão foi simples, a minha Maria chamou-me para jantar, e quando sou chamado para comer seja a que horas for os miolos congelam e perco o fio á meada, foi isso que aconteceu, depois com a barriga cheia esqueci onde ia, fica o final para a próxima! Mas como provavelmente seriam desgraças, não se perde nada, pois já tenho aqui mais algumas engatilhadas a jeito de disparar!

António Querido disse...

Então vá lá, dispara sempre que a máquina der fogo, desde que só atinjas os políticos, tudo bem!
Um abraço

Tintinaine disse...

Vamos ficar à espera do próximo capítulo!