sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NÓS POR CÁ, TODOS BEM!

É fartar vilanagem, enquanto puderem vão sacando, porque um dia a vaquinha vai secar, e a partir daí vai ser um problema conseguirem sobreviver, habituados que estão a ter a gamela bem cheia, não vai ser fácil sustentarem-se a pão e laranjas, se ainda os houver, para além do que a  seguir se pode ler, saído da pena do Advogado Saragoça da Matta, nem de propósito é hoje noticia de primeira página do Correio da Manhã, mais uma investida na contratação de Boys para assessorar o Governo, perderam completamente a vergonha, nada os detém na ansia de amparar os amigos, afilhados e afins!


Como disse Júlio de Vilhena em 1907: "Isto termina fatalmente por um crime ou por uma revolução!"

No Orçamento do Estado para 2014 mais uma vez ficou por revogar o estatuto especial dos funcionários parlamentares. Sim! Os funcionários parlamentares têm um estatuto especial, que cria na Assembleia da República uma bolsa de funcionários "especiais", não sujeitos às regras que regem a Função Pública em geral. É que os partidos, de forma unânime, da extrema esquerda à extrema direita, impedem sempre a revogação desse estatuto especial. I.E., impedem que seja aplicado aos "seus funcionários" o princípio da igualdade: tratar igual o que é igual! Em suma, os cortes serão necessários e úteis... mas apenas para os outros.
Claro que se compreende a actuação dos partidos políticos: se para si mesmos não desejam a igualdade perante os demais cidadãos, não poderiam sem hipocrisia e sem terem o "inimigo dentro de casa", aceitar que os seus funcionários fossem "rebaixados" ao nível dos demais servidores do Estado.

É que se é certo que as especiais regras de aposentação e as subvenções mensais vitalícias dos deputados "terminaram", não menos certo é que apenas "terminaram para o futuro": quem já tinha o direito "adquirido" não o perdeu, sendo ainda centenas os deputados que se aposentaram, e aposentarão, com regras especialíssimas, havendo outros tantos que percebem mensalmente essas incompreensíveis subvenções mensais vitalícias. Ou seja, continuam a auferir esses estipêndios injustos e vergonhosos, porque "direitos adquiridos" não se cortam - só se podem cortar aos "outros" os direitos adquiridos às pensões e vencimentos.

Também os funcionários do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Depósitos são desses funcionários especiais - para eles os cortes não são de aplicar. E há sempre uma renda de bilros jurídica para justificar o injustificável. Há sempre um constitucionalista disponível para sustentar o que é totalmente avesso ao princípio da igualdade e da solidariedade nacional.
E se depois de tanta austeridade a despesa da máquina governativa consigo mesma ainda subiu mais de 6%, é óbvio que essa mesma máquina político partidária (de todas as cores, pois são todos os que beneficiam dos estatutos especiais, e não apenas os da maioria), não pode obrigar "os seus" a suportarem o mesmo tipo de dificuldade que sofrem os funcionários públicos comuns.

3 comentários:

Tintinaine disse...

É por estas e por outras que este governo, e todos os partidos também, não consegue convencer ninguém das suas boas intenções.
E como diz o outro, ou há moral ou comem todos. E chegado aqui tenho que dar razão ao Marocas quando os avisa para irem embora enquanto podem, porque depois não adianta queixarem-se.

António Querido disse...

É por todas estas barbaridades de falta de coerência, que me levaram, não só a desacreditar nos políticos como a odiá-los, já nem os posso ouvir, uns deviam estar calados porque têm o rabo preso, outros não sabem o que hão-de dizer para manterem os belos tachos, p... que os p... a todos, sanguessugas.

Edum@nes disse...

Vive melhor quem mais tem!
Rodeados de péssimos garranos
Vamos andando mais ou menos
Nós por cá,quase sem vintém.

Enquanto puderem vão sacando
Habituados à roubalheira
Uns trabalham outros amealhando
De pôr tudo na ordem não há maneira.

Em vez de melhorar, piorar
Cada um fala besteira
Nas ruas e no parlamento a gritar
Fazem tremer o mercado da ribeira.

Não são rosas albardeiras
Roubam tudo, não deixam nada
Metem as mãos nas algibeiras
Esta política desorganazida!

Boa noite e bom fim de semana
para ti amigo Virgílio, um abraço.
Eduardo