sexta-feira, 8 de novembro de 2013

MAIS PLÁSTICOS, NÃO!

Levantei-me há hora do costume, tratei de mim e do cachorro, caía um borriço leve, á cautela vesti calças e blusão impermeável, ás 6h45 saí para caminhar, ainda não tinha andado mil metros e começa a cair uma carga que até fazia fumo, mas que importa, estou protegido, para além dos plásticos que me cobrem, ainda levo um chapéu de chuva que pelo seu tamanho abriga uma casa de Família, comprado nos Chineses aqui em Porto Salvo há duas semanas, portanto estou preparado para o que der e vier.

Mas a pouco e pouco começo a sentir humidade nas pernas, depois mais acima e rapidamente chega á careca, mas afinal que raio de equipamento é este? Fato supostamente impermeável, um chapéu de chuva e estou todo molhado, isto é tudo falsificado, vou chamar a A.S.A.E. quem defendo um pobre caminhante que adquire equipamentos falsos? Bem isto não tem remédio agora até os pés já navegam em vez de caminhar, estou lixado apanho para aqui uma grandessíssima constipação e vou desta para melhor, é bem feito para não andares á chuva, esperavas um bocado que vai estar um dia de Verão, é para aprenderes a ser paciente, para a próxima, tens lá aquela coisa que faz que anda, mas não sai do mesmo sitio e estica as pernas aí!

Mas enquanto andava molhado que nem um pinto, ia pensando na minha Juventude quando ainda não havia plásticos, o trabalho era a quilómetros de casa feitos a penantes, o abrigo possível era uma saca de sarapilheira, que antes tinha sido usada no transporte de adubo ou amónio, e era uma festa quando nos arranjavam uma para reserva, porque a molhada para enxugar demorava uma semana, chapéus era só para rícios ou remediados, o que não era o meu caso, molha em cima do cabedal era coisa normal, muitas vezes quando chegava ao local do trabalho já ia encharcado. Mais tarde com a chegada dos sacos de plástico que vinham no interior das sacas de sarapilheira para melhor proteger os adubos da humidade, a coisa melhorou um pouco, mas os plásticos eram poucos e não chegavam para todos, quem os tinha já se resguardava mais um pouco das intempéries, digamos que era mais ou menos como o meu impermeável de hoje, molhava-se na mesma, mas com mais dignidade! Mais estilo!

E como a conversa veio desaguar nos plásticos, direi que estes estão na actualidade a milhas da muita alegria que deram a muita Gente ao longo das últimas décadas, de facto o plástico nas suas diversas versões e aplicações foi um avanço muito grande em quase tudo o que nos rodeia, para qualquer lado que nos voltemos vemos plásticos, eles estão em casa, no carros, nos cafés e hospitais, oficinas e bibliotecas, estou a dedilhar num teclado que é isso mesmo, á minha frente tenho um monitor em que mais de metade é plástico, no computador idem, na impressora ou no router a mesma coisa tenho á minha frente a televisão, a box, o posicionador de satélite, olho para a direita o estore de plástico, em frente a mesma coisa, gaita que isto já é plástico a mais, vamos pagar caro esta brutalidade que leva mais de 100 anos a desaparecer quando o enviamos para o lixo.
 
As próximas gerações vão ter muito que se entreter na caça ao plástico, os Mares, rios, lixeiras etc. etc. estão completamente atafulhados destes lixos não degradáveis, vamos voltar ás garrafas de vidro, e ás serapilheiras, e vamos acabar com esta poluição? Por mim, amanhã de manhã cedo, vou com o fervedor ao Manuel José de Matos comprar o leite para o pequeno almoço, ao Francês comprar 1/4 l de azeite, na garrafa de vidro que tem anos, ao Félix meio quilo de arroz em pacote de papel pardo e meio litro de tinto, mas em garrafa de vidro também! Ao Zé Lourenço meia dúzia de rebuçados para a tosse, que a molha de hoje atacou-me os brônquios! E quem sabe, os miolos!

4 comentários:

Agostinho Teixeira Verde disse...

As compras que o Virgílio fez
Não atingiram bem o alvo
Pois, são produtos de chinês
De material muito raro,
Que afogam o freguês
À deriva em Porto Salvo!

Tintinaine disse...

Nem o inverno te seguro em casa!
De facto estamos afogados em plástico e maus políticos. Precisamos urgentemente de descobrir um meio de nos livrarmos de um e outros.

Edum@nes disse...

Mais plásticos não...
Não poluam o ambiente
Sejam amigos do vosso coração
Se querem ser filhos de boa gente
Ponham o lixo no lixo
Façam bem a distribuição
Será gente, será bicho
Não destruam mais a Nação.
Pois um dos maiores flagelos
Ser tanta a corrupção
Na televisão engravatados vê-los
Tão bem falantes que eles são!
Falam pelos cotovelos
Dizem besteira a toda a hora
Bem pagos passageiros
No parlamento tanta gente gabarola!
À maneira tiram do tacho
Enchem bem a gamela
Bebem carrascão do Cartaxo
Políticos têm vida bela!

Resto de bom domingo, para ti amigo Virgílio, um abraço
Eduardo.

Valdemar Alves disse...

Há neste momento uma ilha flutuante de plásticos e outros detritos (no Atlântico) que vai em direçcão aos EUA... Quero ver como se irão livrar do iceberg.