terça-feira, 28 de junho de 2011

As razões deste novo blog

Em primeiro lugar, uma explicação para o nome deste novo blog, quase todos os dias, desde á alguns meses, me junto com alguns Amigos para pôr a conversa em dia, o Amigo Hélder tem como resposta para a sua pausa na conversa: estou como observador, achei este um nome apropriado, visto também fazer parte dos meus planos para o blog, ir observando o que se vai passando, para dar aqui conta dessas observações.
Dáda a explicação para o nome do blog, cá estou para recomeçar com as minhas «crónicas» de mal dizer, divorciei-me do blog que mantive durante um ano e meio por razões de que a seguir contarei em pormenor, antes quero dizer que me apliquei ao máximo neste período para não dar a minha visão pessimista de ver o Mundo, antes tentando dar uma imagem mais optimista das coisas, muitas vezes sem o conseguir é certo, mas tentei, é verdade que mostrei muitas coisas erradas que se passam por onde ando, mas esconder o que vou vendo nunca, a Liberdade é para ser vivida e discutida mas nunca amordaçada.

Vamos então ás razões que me levaram a parar com o outro blog, e ao nascimento deste.
Como puderam verificar até pela foto que mostrava no perfil, esse blog foi uma maneira de reconciliação com a Marinha, após quarenta e cinco anos de lá ter saido., empenhei-me na sua divulgação e sempre no trato respeitoso que esta Instituição me merece, como escrevi no outro blog, saí de lá zangado com ela e ela comigo, assim chegou o momento do «divórcio litigioso»  e nos separámos, isto aconteceu há quarenta e cinco anos.

Fiquei sempre com um sentimento de culpa por não ter aguentado a pressão, e não me ter adaptado a alguns ( poucos) Militaristas que faziam gala em desrespeitar os mais novos, e o caldo entornou-se. Levei anos com saudades daquela Casa (Escola de Fuzileiros) mas não me atrevi nunca a lá tentar entrar, não estava preparado para ouvir algum «sermão» sobre o passado longínquo, de 1965/66.
Até que comecei a contactar Antigos Marinheiros através da Internet nos blogs destes, a Filha sabia da minha paixão pela Marinha e de surpresa arranja-me um blog, onde até no nome acertou em cheio, e assim após um momento inicial de algum receio de não dar conta do recado, comecei a escrever o que fiz até Sábado passado, e nesse período fiz finalmente algumas visitas á Escola, umas só, outras acompanhado por Familiares, fui entretanto desafiado pelo Mário Manso a fazer-me sócio da Associação de Fuzileiros, o que para mim foi uma honra e claro que aceitei.
Estava da minha parte reconciliado com a Marinha, e esta estaria reconciliada comigo?
Vão ver que não.

No passado Sábado, como contei na ultima mensagem que lá postei no blog Fuzo de Agua Doce, fui por engano de datas até ao Barreiro na convicção de fazer umas fotografias da inauguração da estátua aos Fuzileiros e mostrá-las aos interessados que não se pudessem deslocar á cerimónia, mas como escrevi antes, troquei as voltas ao calendário e apresentei-me no local uma semana antes.
No regresso do local onde irá ser inaugurada a Estátua, parei junto á Escola de Fuzileiros, dirigi-me aos Militares que estavam junto á Porta de Armas, e perguntei se podia entrar, dar por lá uma volta, ( para quem não conhece, tem muitos hectares de terreno por onde se pode? andar) ir ao Bar beber um café,  comprar alguma recordação como fiz das vezes anteriores, enfim matar saudades! mas recebi um rotundo não! ainda tentei explicar as razões porque estava ali, mas um segundo Sargento que lá estava com meia dúzia de Militares não deu hipótese de qualquer explicação, ainda tentei fazer valer a minha qualidade de sócio da Associação de Fuzileiros, mas o homem não estava ali para me ouvir, cumpria ordens com certeza, e na Tropa as ordens cumprem-se e não se discutem.
No blog da Associação de Fuzileiros, li criticas á maneira como foram preteridos os antigos Combatentes na cerimónia dos 50 anos da Escola, por isso, isto que se passou comigo já não é de admirar.
Mas como escreve hoje nesse  blog o Mário Manso em resposta a um lamento meu aí colocado, se por acaso o que se passou comigo, acontecesse com um Camarada Imigrante que lá se deslocasse propositadamente?


Como quem tem seguido o blog terá reparado porque disso dei conta, há cerca de seis meses fui á unidade da Marinha em Alcântara que tem a seu cargo as documentações dos antigos Marinheiros, pedindo para consultar o meu processo, até hoje não obtive resposta a esse pedido. Porque não creio que a censura tenha regressado ao nosso País, e á Marinha em particular, só posso ver nestas duas atitudes, que não querem nada comigo, ora como diz o ditado: «a casamentos e baptizados não vás sem ser convidado», e assim deixou de fazer sentido aparecer num blog a defender quem me despreza.
Continuarei sempre um apaixonado pela Armada e Fuzileiros em particular, pois não são estas atitudes corporativistas que me vão abater, mas por respeito comigo mesmo, dou por terminadas as mensagens no blog Fuzo de Agua Doce.





7 comentários:

Piko disse...

Ah grande amigão, sabia que irias voltar!... Sabes que quando não entendo da matéria em discussão, acho por bem nem sequer comentar e ficar à escuta, podendo acontecer vir a aprender algumas coisinhas... A minha passagem pelo Exército começou por ser muito rápida e não deixou sequer saudades, porque nunca gostei dos sistemas militares, ainda por cima quando são obrigatórios, como foi o meu caso... Das poucas coisas que recordo com carinho foram os tempos de convívio com rapazes das nossas idades e com quem partilhamos os mesmos problemas e as mesmas alegrias... Essa foi a verdadeira razão porque fui aos cinco primeiros convívios e a razão porque deixei de comparecer aos dois últimos... Nestes dois últimos anos o organizador decidiu convocar o convívio anual para o recinto de Fátima com missa incluída, ou seja, uma cerimónia religiosa completa dos pés à cabeça e para rematar neste ano da graça resolveu levar o pessoal para o quartel de Tancos ou na Eng.1 em Lisboa, já não sei bem... Como não tenho saudades do militarismo e me sinto deslocado nos ambientes religiosos, muito embora respeite quem a tal se dedique, decidi não comparecer (mas tive o cuidado de me explicar por telefone), porque também sinto que tenho os meus direitos... Se no próximo ano decidirem ir à procura do Niassa, que foi o barco que nos levou até Angola voltarei a não comparecer!
Isto para dizer Virgílio, que entendo as tuas razões, porque precisamente há um ano morreu um camarada nosso aqui no vale do Ave, de morte natural e souberam comunicar-me, porque éramos muito amigos, mas não apareceu mais ninguém... Nem tão pouco me disseram para levar uma coroa ou ramo da Companhia, e, assim, fui em meu nome pessoal e não se passou nada... O protagonismo, infelizmente, ainda mobiliza muita gente Virgílio, mas as acções ficam com quem as pratica...
Gostei imenso de te ter por cá de novo e pelo que percebi vieste para ficar! Fazes bem rapaz!
Um grande abraço!

Unknown disse...

“Voltaste para ficar” - como diz o Pikó, e, ainda bem porque os bons são bem precisos nestas andanças do mundo cibernético que mesmo sendo virtual, para mim tem, puro e simplesmente, o mesmo valor.
É de lamentar, claro, o que te aconteceu na recente tentativa de visitares a Escola de Fuzileiros!
Vai-me deixar na retranca quanto a uma possível visita pessoal. Eu, por hábito não gosto de perder, a para que essa hipótese não venha a acontecer, abdico-me dessa tentativa, tanto mais que, como imigrante de visita não posso nem quero desperdiçar o meu precioso tempo de férias com situações “não gratas”. Se ao acaso algo seja preestabelecido por alguém com voz na matéria: então sim, o gosto é todo meu... “haver vamos” como a gíria reza.
Quanto ao teu novo blogue está puro e singelo! Gosto do seu aspecto, limpo e arrumado, muito em especial a prosa tão cativante, que tão bem sabes colocar no papel!
Um grande abraço.
Artur

Tintinaine disse...

Cá estou para te acompanhar nas tuas andanças. Vai observando e conta-nos tudo o que vires, pois desse modo ganhamos nós um par de olhos extra.

António Querido disse...

Eu disse que batia à porta antes de entrar, mas desculpa Amigo, esqueci-me e entrei sem bater, e também não trago os camarões, fica para uma próxima, guarda as cervejas que isso irá acontecer!
Divorcio litigioso com a Escola de Fuzileiros, não acredito, no nosso tempo já existiam sargentecos dessa mesquinhes, se tentares encontrarás outro como eu encontrei quando levei as filhas a visitar a escola, todos os recantos ele nos levou a visitar e ia explicando as diferenças que encontrei, este sim era um camarada Fuzileiro, como essa ovelha que encontraste, felizmente só deve haver uns três em toda a escola, eu também lá encontrei no meu tempo uma ovelha ranhosa que era oficial, a Escola e os Camaradas não têm culpa dessa gente existir, há os Amigos fixes que compensam todos esses!
O título do teu Blog anterior, estava bom, mas a este vou-lhe dar um excelente, vou ser um leitor assíduo, às vezes chato e por isso peço desculpa.
Um Abração

edumanes disse...

Virgílio "O observador",
Fica-te bem este perfil
Teu blog, tem mais valor
Vez o mundo por um funil?

Agora já consigo enviar,
Este meu primeiro comentário
Ao teu novo blog, desejar
A alcançar o primeiro aniversário

Será daqui por um ano,
Faço votos para lá chegar
Na Póvoa um alentejano
O Virgílio está a cumprimentar.

Continuação de uma boa semana,
Continua com as tuas observações
Aqui aonde quase tudo engana
Vamos ficar com menos tostões!...

Uma boa noite para ti,
Um abraço
Eduardo.

Anónimo disse...

Parabéns meu Pai, por te ver animado nesta caminhada como Bloguista, não podia deixar de ser a 6ª figurinha a comentar, afinal até tenho o meu cunho de culpa por te ver nestas andanças!

E o meu lema de vida sempre foi fecha-se uma Porta, abre-se uma Janela!

Fazes um belissimo trabalho como " Observador " tens pano para mangas neste país tão caricato, que por vezes me leva a pensar como tu, está tudo mal? Ou sou eu que estou mal? A verdade é que o Pais padece de um "Mal" crónico, uns fazem os outros desfazem.

Mas é isso que nos move a criticar e a estar presente, para denunciar os factos e relatar as atrocidades que diariamente nos presenteiam se estivermos atentos e soubermos OBSERVAR.

Faço votos de muitas boas reportagens e que este Blog seja um ponto de encontro de boas conversas.

Um Beijinho
Margarida

Anónimo disse...

Não sei muito bem por onde lhe pegar!!!... Se dar-te os parabéns por este execelente trabalho e para não me alongar faço das palavras do Artur do Leiria minhas. Muitos parabéns pela mestria.
Está super-bom.
Quanto ao teu relacionamento e a forma com fos-te tratado, não foi por eles te aceitarem ou não e aquilo que referes respeitante a Alcantara, eu fui recebido pior ía para tratar de assuntos como cabo da Armada.
Filho da Escola: - A nossa Marinha nada tem a ver com essa meia dúzia de pobretanas e incompetentes no relacionamento.
A nossa Marinha é integra e nós Marinheiros também e não nos revemos em pessoas medíocres.
A Marinha estará sempre nos nossos corações.
Não podemos cortar cpom ela, porque ela seguramente não corta com nós.
Lamento e talvez por distração os Camaradas que me antecederam nos comentários não se tenham apercebido disso.
Deves sempre manter vivo dentro do possivel o Blogue anterior ele é parte integrante da nossa Marinha e a ele todos inclusivé tu devemos esta nossa sã amizade.
Em todos os tempo houve gente dessa. Como fala a sabedoria popular: se queres ver um pobre avarento entrega-lhe a chave de um palheiro.
Um abração a todos vocês e Viva a Briosa.
Valdemar Marinheiro