Não sei porque razão, ando a pensar no famoso Zé do Telhado, mas é um facto que cada vez mais me vem á ideia as façanhas que desde sempre ouvi sobre este Personagem, não sei se isto acontece por todos os dias ser bombardeado com assaltos por todo o lado, se pelo que se ouve dos políticos e gestores sobre as grandes quantias que vão amealhando á custa do Zé, seja como for, presto aqui a minha homenagem a este «Amigo dos Pobres», exactamente, ao contrário dos ladrões de hoje que roubam aos Pobres para serem cada vez mais ricos, o nosso Zé do Telhado roubava aos Ricos para ajudar os Pobres., volta Zé que estás perdoado, os gajos da massa só largam alguma, se cá voltares com a tua rapaziada, não precisam trazer armas que o Corpo de Fuzileiros dispensa algumas, pois ainda só roubaram meia dúzia, se por acaso estes não tiverem mais, vão á Carregueira, pois aí também só roubaram dez, devem lá ter mais, e sempre são armas mais modernas que aquelas que vocês usavam nos velhos tempos, que já devem estar com algum reumático, devido á idade, e também do cacimbo que por aí é frequente.
José Teixeira da Silva, o Zé do Telhado, segundo o registo baptismal, terá nascido em 22 de Junho de 1818 e a primeira biografia do romântico bandoleiro saiu da pena do maior romântico da nossa literatura, Camilo Castelo Branco, que conheceu-o na prisão da Relação do Porto, onde ambos comungavam as instalações por diferentes razões.
O escritor ouviu-lhe as confissões e integrou-o nas suas “ Memórias de Cárcere “, publicadas em 1861.
A verdade e a lenda confrontam-se, no entanto á factos históricos inegáveis que José Teixeira da Silva, nasceu no 1818 no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recezinhos, concelho de Penafiel. Com a idade de14 anos, vai residir para casa do tio João Diogo, castrador e tratador de animais, residente no lugar de Sobreira, freguesia de Caíde de Rei, concelho de Lousada, e por lá permaneceu durante 5 anos, até que se apaixona pela sua prima Ana Laurentina, tinha então dezanove anos.
Assentou praça no quartel de Cavalaria 2, os “Lanceiros da Rainha” e
No exílio recebe a notícia de que o tio, finalmente, abençoara o seu casamento com Ana e regressa a Portugal com o perdão oficial e casa com a prima a 3 de Fevereiro de 1845.
Em 23 de Março estala a “Revolução da Maria da Fonte”, liderada por mulheres. Há soldados que desertam para o lado dos revoltosos.
José Teixeira foi o líder militar da insurreição, à qual aderiram pés descalços e o General-Visconde de Sá da Bandeira, os actos de bravura, despojamento, apurado instinto militar, num combate que perdeu, valeram-lhe a mais alta condecoração que ainda hoje vigora em Portugal: a ” Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”.
Derrotada a Patuleia, Zé do Telhado conta que arrancou as divisas e regressou a casa, findando aqui a sua experiência militar, mas é perseguido e está atolado em dívidas não consegue pagar, não há quem lhe dê trabalho.
Nesse tempo, Custódio, o “Boca Negra”, capitaneava a maior quadrilha de bandoleiros que aterrorizou as duas beiras em 1842, ferido num dos assaltos, “Boca Negra” leva Teixeira a um casario meio abandonado e apresenta-o como o novo líder.
Na noite de 16 para 17 de Março de 1857, Zé do Telhado é já alvo de uma caça ao homem sem precedentes, é preso no esconderijo, a 5 de Abril de 1861 e na manhã dia 25 de Abril, começa no tribunal de Marco de Canaveses o julgamento de José Teixeira da Silva, sendo condenado na pena de trabalhos públicos por toda a vida na Costa Ocidental de África e no pagamento de custas”, num julgamento de durou apenas dois dias. Condenado ao degredo, José Teixeira da Silva desembarcou em Luanda, seguindo para Malanje, onde viveu cerca de um ano, por lá fez-se negociante de borracha, cera e marfim, casou-se com uma angolana, Conceição, de quem teve três filhos e deixou crescer as barbas até ao umbigo, sendo por isso conhecido pelos nativos como o “quimuêzo” – homem de barbas grandes, viveu sem problemas financeiros, mas a saudade da mulher e dos cinco filhos levaram-no a morte mais cedo, contava com 57 anos de idade. Foi sepultado na aldeia de Xissa, a cerca de
Mausoléu do Zé do Telhado, em Xissa, Malanje, Angola.
2 comentários:
Tens razão Virgílio, bem precisávamos dum Zé do Telhado para nos dar uma mãozinha nestes tempos de aflição.
Tanta vez tenho desejado que volte o Zé do Telhado, o filho que deixou em Caldas da Rainha nasceu com o genes trocado, porque continua a rechear os bolsos dos Bois e não sabe pegar sequer numa catana, hoje estamos todos num sono profundo, desaparecem as armas, o ouro, os cofres dos bancos e ninguém acorda, nas cidades por onde andei este fim de semana, o trabalho que vi a PSP fazer, foi rebocar carros dos condutores mais descuidados!
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