Seguindo o conselho do Tintinaine, e aproveitando para mostrar o Museu ao meu Neto mais novo (o mais velho já lá tinha ido comigo) fui ontem fazer uma visita ao Museu da Marinha, na esperança de lá ver uma réplica do Navio Escola Sagres II, ou Santo André, achei estranho não a ter encontrado no meio de tantos veleiros que lá estão e perguntei a um Marinheiro que lá presta Serviço onde estaria, fui informado então que já lá estiveram duas réplicas mas são de particulares e neste momento não está lá nenhuma, portanto a primeira parte da visita não foi bem sucedida.
A segunda parte da visita é que levei uma seca daquelas, caí na asneira de dizer ao Marinheiro a quem perguntei pela Santo André que também tinha estado na Marinha, e estraguei tudo, o Homem parecia uma máquina falante, um autêntico «carrapato» não me largou um minuto, isto começou ainda á entrada do Museu, e seguiu-me quase sempre, eu a querer andar e o Homem parecia uma muralha a impedir a minha progressão no «terreno» foi preciso um grande jogo de cintura para ir-mos andando.
Quando me dirigi para o Pavilhão onde estão as Galeotas, Barcos, Carruagens Aviões e Hidroaviões ele não me seguiu e aí respirei de alivio! então não é que ainda não tinha dado meia dúzia de passos e já o tinha novamente á minha beira? tive que acelerar a visita, e quando já vinha próximo da porta de saída, vem o Porteiro de mão estendida para me dar uma bacalhauzada e queria que eu desse mais uma volta e subisse ao piso superior onde tinha um campo visual melhor, lá me desculpei que o meu Neto mais novo já andava cansado e saí, mas que grande seca, mas uma seca simpática tenho que o admitir.
Mas enfim isto mostra o outro lado dos Portugueses, que os Estrangeiros que nos visitam tanto apreciam! simpatia, o problema sou eu que tendo perdido o treino da conversa, quando esta surge sem aviso prévio, fico um bocado á rasca, pois como me considero uma Pessoa educada, é sempre uma lástima ter que arranjar educadamente um pretexto para dar por fim o diálogo o que nem sempre é fácil, neste caso o nosso Amigo não fazia nenhum intervá-lo que eu pudesse meter uma «bucha», e ir andando, não deve ter muitas oportunidades de desenferrujar a língua que a grande maioria das visitas são Estrangeiras como pude ver, e quando apanha um Português e Marinheiro leva com ele com toda a força, espero quando lá voltar já esteja reformado, pois é disso que está á espera.
Quanto á visita em si, para mim já é uma rotina, várias vezes lá fui, para o Neto mais Velho também já não foi surpresa e o mais novo, gostou, já fiquei a saber que este não deve ir para a Marinha pois do-que mais gostou foi dos aviões, onde aliás já andou e gostou, há ali um futuro Aviador em potência.
Um resumo da história do Museu da Marinha:
O Museu remonta a 1863, quando D. Luís decretou a constituição de uma colecção de testemunhos relacionados com a actividade marítima portuguesa.
Depois de passar por vários espaços, nomeadamente o palácio dos Condes de Farrobo nas Laranjeiras, em Lisboa, onde esteve de 1949 até 1962, ano em que se instalou nas alas Norte e Poente do Mosteiro dos Jerónimos. Considerado Organismo Cultural da Marinha de Guerra Portuguesa, a sua missão, mais do que relevar exclusivamente os assuntos militares navais, é salvaguardar e divulgar o passado marítimo português e tudo o que se relaciona com os mais diversos aspectos e actividades humanas no Mar.
4 comentários:
Uma visita guiada, cujo visitante fez da mesma um excelente relato.
Podera com um guia que tudo lhe explicou tim por tim.
Como que para o visitante todas aquelas máquinas fossem estranhas.
Gostarias de quando lá voltares, o homem já esteja reformado.
O pior é se lá encontras outro igual, ou ainda mais falante.
O vídeo também tem boas imagens. Algumas que eu conheço.
Como o porto marítimo da Ilha do Faial, na cidade da Horta, nos Açores. O qual tive o previlégio de ver todos os dias durante 20 meses, o tempo que lá estive.
Belos tempos.
Continuação de boa semana,
Um abraço
Eduardo.
Na minha opinião O MUSEU DA MARINHA não está à altura (por diversas razões incluindo o terramoto de 1755) do que deveria sêr uma referência internacional, do que foi a nossa Gigantesca Epopeia Marítima... Há material náutico português aos pontapés por esse mundo fora (incluindo a Oceânia), uns roubados e vendidos a bom preço e outros ainda levantados do fundo do mar e pertença agora dos donos dessas àguas... Quem visitar a Àsia irá encontrar de certeza vestígios portugueses quanto mais não seja "um molho de moedas" expostas em vitrinas... Em Malaca por exemplo (a 150 Kms. de kuala-Lumpur) existe um Museu que tem lá várias relíquas portuguesas que ficariam muito melhor no MUSEU DA MARINHA.
Valdemar Alves
Iria jurar que na minha única visita ao Museu da Marinha, há já alguns anos, estava lá uma réplica do Navio Escola Sagres e acho muito esquisito que tenha desaparecido de lá. Se calhar não era particular, mas passou a ser, por alguém se ter apossado dela.
Além disto, dois comentários que não posso deixar de fazer:
Em primeiro lugar, o neto mais velho vai sair uma fotocópia do avô Virgílio.
Em segundo lugar, o Valdemar é que ficava bem como Director do Museu da Marinha, pois foi marinheiro, viajou por todo o mundo, viveu e trabalhou nos 5 continentes e tem na sua cabeça mais informação que o computador central da NASA. Qualquer visitante do Museu ficaria deliciado a ouvi-lo desfiar o rosário das suas memórias de viajante (marinheiro).
Amigo Virgílio fico contente pelo que aqui desenvolves... Fiquei muito mais elucidado depois do que aqui nos descreves... Entretanto, o Tintinaine está certo ao querer destacar o meu conterrâneo Valdemar Marinheiro a prestar serviço no Museu da Marinha... E percebe-se porquê... O Valdemar agarra-se com muita gana a tudo que abraça e há muita gente que faz as coisas por fazer, sem raça nem brilho...
Um abraço Virgílio!
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