Finalmente consegui fazer uma visita ao Convento da Visitação na minha Terra, como anteriormente já tinha escrito, fiz uma tentativa aqui á tempos para lá entrar mas disseram-me que as visitas eram só para festas ou casamentos que lá se realizavam, ora como não sou de festas e casamentos já tenho a minha conta, fiz meia volta e não mais lá voltei, até ontem, na companhia do meu Amigo Vicente, que já conhecia o responsável pela Quinta, que verifiquei ser Pessoa de bom trato, Russo de Nacionalidade tal como a Esposa já ali estão á alguns anos, e como tenho podido verificar em conversas com Amigos são bastante considerados pela maneira simpática como têm recebido os meus Conterrâneos, tive azar com a pessoa com quem falei da outra vez, ou então tenho cara de poucos amigos sabe-se lá.
Até a cadela do nosso Anfitrião fez questão de nos acompanhar, não fora o facto de ela estar cheia de reumático e com certeza teria-nos feito companhia em todo o percurso que ainda são uns hectares, assim não aguentou a nossa pedalada e fez meia volta, sem terminar o périplo.
A Quinta está muito bem tratada, tem uma piscina coberta e aquecida, que é coisa recente, os edifícios bem pintados, um Restaurante bem equipado que não vi ao vivo mas conheço em fotografias, alguns como o Mirante a Capela na Mata para restaurar, embora o Mirante por fora já o tenha sido, mas não tem nada a ver com o estado degradado que tinha quando lá fui pela última vez á cerca de trinta anos, nessa altura até um aviário lá tinha, a única coisa que me deixou triste foi a Fonte do Leão estar sem água, talvez seja coisa passageira, é o que se espera pois esta água era de primeira como podem ler mais á frente.
Andámos á vontade por todo lado, sem problemas tirei as fotografias que quis, e só meti água nas Capelas por não ter utilizado o flash, mais uma vez as tecnologias a darem-me cabo da cabeça, tirei as fotos num modo em que não acendia o flash e só á noite em casa é que consegui ver qual era o problema, uma tristeza trabalhar com coisas de tecnologias tão avançadas e não conseguir utilizá-las correctamente, mas isto já é areia a mais para a minha camioneta.
A seguir mostro em resumo a história da Quinta do Convento da Visitação
História do convento
Património Edificado da Quinta do ConventoConvento de Nª Sra da Visitação
A Quinta do Convento da Visitação guarda ainda hoje a memória dos jardins islâmicos da cultura do Al-Garb Andaluz das quintas dos antigos Almoxarifes de Alenquer e Óbidos que a partir dos finais do século X vieram procurar nesta região litoral um local aprazível onde passar o Verão, tendo sido constituido domínio senhorial em 1233, no reinado de D. Sancho I.
Gonçalo de Albuquerque, Senhor de Vila Verde, e pai de Afonso de Albuquerque, (primeiro vice-rei da Índia), terá edificado o primeiro Convento da Visitação que desapareceu. Nos finais do séc.XV iniciou-se a campanha de obras do segundo Convento, onde João de Castilho trabalha: tendo-se conservado a Sala do Capitulo, a Sacristia, a Igreja e a torre sineira.
A pedra tumular de D. Pedro de Noronha (Sexto Senhor de Vila Verde e irmão de Afonso de Albuquerque), datada de 1566, encontra-se no centro na nave central da igreja. Também D. Natércia de Ataíde, a eterna namorada de Luís de Camões e mulher de D. Pedro de Noronha (Sétimo Senhor de Vila Verde), se encontra sepultada na galilé da igreja.
O retábulo de pedra do altar é do final do sec XVII, e está atribuído a João Antunes , arquitecto régio de D. Pedro II,. A nave principal está revestida a azulejos azuis e brancos de albarradas do período Joanino, e os da capela-mor terão possivelmente sido encomendados a Valentim de Almeida pela primeira mulher do 1º Marquês de Pombal, Teresa de Noronha e Bourbon, donatária do Convento.
Capelas e Ermidas do Convento de Nª Sra da Visitação
A quinta tem ainda três capelas ou ermidas, uma dedicada São. Diogo, outra a S. Madalena e a terceira a Santo Onofre.
Em 1834, com a extinção dos conventos em Portugal, a Quinta é adquirida em hasta pública por Sebastião José de Carvalho, Visconde de Chancelleiros que manda edificar uma magnífica vivenda bem como uma adega para apoio à zona vinhanteira que cobre algumas das faldas da serra de Montejunto em finais do século XIX.
Factor prevalecente ao longo dos séculos, a água do convento da Visitação, foi estudada no início do século XX. O Prof. Charles Lepierre classificou a água da nascente da Fonte do Leão como minero-medicinal, bicarbonatada, fluoretada cálcica, principalmente adequada para o tratamento de doenças do foro digestivo. É uma das primeiras águas a ser referenciada na Europa, ao lado da do LUSO, da EVIAN e da VICHY e chegou a ser comercializada em Lisboa.
2 comentários:
só mesmo com a tua mestria fotográfia e capacidade de pesquisa rara é possivel desenvolver esta reportagem maravilhosas e de grande elevação Cultural.
Muitos parabéns e aquele abraço deste amigo a comemorar as bodas de prata que as está a prolongar como os ciganos fazem com o casamento.
Fica a intenção de amanhã te brindar com uma fatia de bolo e no Domingo quando descer o Douro desde a Régua te dedicar algum tempo.
Desculpa não ser tão assédio como devia mas tu sabes as limitações.
Esrou-te imensamente grato por tudo.
Obrigado Filho da Escola.
Valdemar Ferreira Marinheiro
Grande Observador, Grande fotógrafo,Grande Repórter! Contigo nada falha, foi como se eu tivesse visitado o Convento da Visitação, até a sua história foi incluída na reportagem, acho que alguns tempos atrás ouve uma falha na tua área como profissão!
Espero continuar a deliciar-me com tuas fotos e com o que escreves, OBRIGADO!
Um Abraço
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