Hoje fui até Espanha, exactamente a Cartaia, próximo de Huelva, virtualmente bem entendido, mas fui, esta coisa de um gajo com o cu no sofá ir a qualquer lugar, mesmo distante, sem gastar pitrol ou dinheiro nos bilhetes dos transportes foi uma grande invenção, e eu que não queria nada com estas geringonças agora não vivo sem elas, é caso para não dizer, desta água não beberei.
Há dias ao escrever sobre a minha alergia a exames médicos ou de diagnóstico, disse que tinha andado em tratamento nesta Cidade Espanhola, já lá vão quase vinte anos, como o tempo corre, hoje ao dar uma volta nas minhas papeladas encontrei alguns passados pelo Médico de origem Árabe que me tratou, e lembrei-me de escrever sobre esta odisseia que me saiu na rifa.
Sem aviso, começam a aparecer-me manchas no corpo, incomodativas, mas não impeditivas de continuar o meu trabalho, isto dura algum tempo e começo a ver que tenho de procurar ajuda Médica pois as manchas parece que vieram para ficar, consulto um Alergologista em Oeiras que me receita um anti-histamínico e afiança que com aquela droga a coisa passa, não passa, antes começa a agravar, já não são só as manchas com comichão associada, agora não posso fazer pressão em nenhuma parte do corpo que incha, a coisa está a ficar preta, basta pisar uma pedra que me incha o pé, dar um aperto de mão mais forte incha a mão, tudo incha minha gente, estou feito ao bife, tenho que comprar calçado com sola grossa para proteger os pés, procuro novos Alergologistas, e Dermatologistas, cada um receita uma coisa diferente do anterior, e nada.
Ando sete anos a correr seca e Meca, testes e mais testes e não descobrem a causa da urticária que entretanto foram dando nome, colinérgica, de contacto, etc. etc. e melhoras nada, sou entretanto aconselhado a ter sempre á mão um S.O.S. uma ampola de cortisona, para o caso de obstruir a glote, pois era a parte mais preocupante, um gajo ficar com o canal da sopa tapado dever ser complicado, vou várias vezes parar ao hospital, onde fico por norma duas horas a soro misturado com anti-histamínicos, finda a dose fico novo, mas isto não é vida, já ando desesperado com a ciência, não descobrem uma coisa destas como podem ir mais longe? Até que um dia me informam que em Cartaia, Huelva há um Médico muito bom,
Chama-se:
Mohamed Ali al Bahec, é Alergologista e lá vou eu a caminho de Espanha, não uma mas várias vezes, este pelo menos faz aquilo que nenhum Médico Português tinha feito, análises ao sangue, e não só aquelas picadinhas dos braços para ver ao que era alérgico, vem o resultado das análises feitas num Hospital em Sevilha, que dizem que sou alérgico a: Girassol, Carapaus, e alguns corantes usados nos refrigerantes.
A partir deste momento não entra nos alimentos ou bebidas nenhum dos produtos atrás referidos, mas a coisa continua, as visitas frequentes aos Hospitais idem, algumas vezes mesmo sem a patroa saber, lá estava eu de papo para ao a levar a dose, até que um dia desanimei, estava num estado lastimável, olhei para um espelho grande que tenho aqui no hall, e a imagem mais parecida com a minha cara era a de um cão boxer, não sei porquê associei a minha imagem a essa raça de cães, desta vez já não ia a Hospitais nem Médicos, nada, entrego as cartas ao adversário e pronto, a Patroa desesperada, chama a Filha, as duas a insistirem mas não estava virado para aí, até que chamaram uma Médica daqui de Porto Salvo, a Senhora quando me vê diz, tem de ir já para o Hospital, a Patroa e a Filha lá lhe explicam que sou teimoso, ela telefona para o Centro de Saúde de Oeiras, fala com os colegas que estavam de serviço, e diz-me vá lá ao Centro que já estão á sua espera, já não tive coragem para dizer não, e lá fui.
A receita habitual, e algumas horas depois estou em casa, afinal ainda me safei desta, oito anos passaram desde que esta coisa me apareceu, sinto-me um inútil, tenho o meu Pessoal algumas vezes a precisarem duma mão para os ajudar, e tenho de fugir com o «rabo á seringa» pois sei que qualquer esforço pago-o caro nas horas seguintes, sou aconselhado a trazer uma medalha ao pescoço para o caso de ter de ir de urgência para um Hospital, e ter perdido o pio, uma referência á doença que me apoquenta para que eles possam actuar rapidamente, porra que só não me sai a sorte grande, esta de se poder fechar o galgá-lo da sopa preocupa-me sériamente.
O tempo não para, e a urticária, começa a ficar mais mansa, a pouco e pouco desaparece, tal como chegou sem aviso, assim parte, de qualquer modo estou sempre alerta, e acompanhado da «velha ampola S.O.S.» não vá o diabo tece-las.
3 comentários:
Se forem só recordações, mesmo que sejam más, já passaram mais não te afectarão. O melhor é não pensares mais nisso! Continua sim a viajar pelo mundo fora, sem terem de voar no avião ou navegar no barco. Sentado aí na cadeira escrevendo belas histórias para os visitantes do blog, lerem! Assim o tempo vai passando, sem ser preciso te chateares. Penso eu, não sei se assim será! Não desanimes, porque vida é bela, usa-a e abusa, mas não dês cabo dela!...
Boa noite para ti amigo Virgílio, um abraço.
Eduardo.
Essa doença do coça-coça faz-me lembrar do feijão macaco que encontrámos em Moçambique e que era pior do que o Deus me livre. Até suo só de pensar nisso.
Graças a Deus que te viste livre dessa praga.
Olá amigo Virgílio!
Não tens aparecido por aqui, será que está tudo bem contigo?
O canal da sopa não voltou a entupir? O que foi feito do teu Facebook, nem lá apareces!
Espero que esteja tudo bem, daqui segue o meu abraço.
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