sábado, 29 de março de 2014

"HISTÓRIAS VIVIDAS"


A minha volta apeada de hoje, (1ª fase, a segunda foi em Oeiras) desenrolou-se entre Vila Fria e Leceia, chegado aqui a esta Localidade sobranceira a Barcarena, e observando esta cá do alto junto á entrada para o Povoado Pré-histórico de Leceia e olhando todo aquele vale, e o monte que se avista ali para os lados de Queluz de Baixo, não pude deixar de recordar duas situações vividas lá bem no alto onde se encontram os Reservatórios chamados de Barcarena, embora se encontrem situados em Queluz de Baixo, coisas que nem o Google Earth consegue explicar!
Antes, e como tenho aqui a vigilância apertada de vários Amigos que comigo trabalharam, tenho de dar a mão á palmatória e reconhecer que, para Chefes e Subordinados fui um osso duro de roer, e uma das histórias que vou contar é disso prova.


Por falar em osso, (com carne) até costumo dizer que no almoço que fizeram o favor de me oferecer quando vim embora e que normalmente se designa como “almoço de homenagem”, foi para os presentes (e ausentes) um almoço de alivio por se verem livres de mim, não tenho dúvidas que fiz o melhor que podia e sabia para fazer da minha secção um modelo de como se deve tratar a coisa Publica, mas não tenho também dúvidas que isso causou alguns engulhos a muitos a quem não agradava as altas rotações como se trabalhava na secção ao contrário da pasmaceira a que muitos estavam habituados, e acima de tudo pelo meu mau feitio, (se fosse outro até diria, uma besta, mas como sou eu, digo apenas mau feitio), é certo que para que isto fosse assim, alguns hábitos arreigados no tempo, tiveram de mudar, alguns não da melhor maneira confesso, mas diplomacia nunca foi o meu forte!

Logo no inicio da oficina que criámos com sangue suor e algumas lágrimas, deixei a trabalhar nos depósitos de Barcarena alguns Homens, desloquei-me para outro trabalho noutro local e quando regresso aqui não encontro nenhum dos Homens que cá tinha deixado! Mas que raio se passa aqui? Terão sido raptados por algum OVNI? Aqui a esta altitude (o ponto mais alto do Concelho) pode muito bem ter acontecido! Procurei nas redondezas e nem sinal deles, bem não me digam que os gajos foram para Barcarena á procura de alguma cerveja que se encontrasse por lá perdida, já em brasa, (como era, é habitual) vou na mecha direito ao único ( na altura) café da Terra e não é que estavam todos em amena cavaqueira sentadinhos numa mesa a saborear a nobre cervejinha entretanto reencontrada? Fiz um pé de vento do caraças, ainda hoje não sei se saíram sem pagar, sem beber, o que sei é que a distância ao local de trabalho era cerca de dois quilómetros, ida e volta o dobro, só para o caminha mais de uma hora, sacanas isto não volta a acontecer, o caso tirou-me do sério, mas terá servido de lição, para eles que não repetiram a odisseia nos mais de vinte anos seguintes, e para mim, que não devia ter rebentado a bomba dentro do café.


A segunda historia tem a ver com os bichos que mais mexem comigo, só escrever o nome me dá tremeliques, os ratos, podem colocar-me um leão, cobra tigre ou leoa (de preferência esta) á minha frente que abano mas não caio, agora ratos, é pior que levar um tiro de zagalotes na rectaguarda!
Um dia tinha combinado estar nestes depósitos que referi atrás, com uma firma que tratava de nos pôr a falar uns com os outros via rádio, para ser montada uma antena em cima do depósito para melhorar a cobertura desse meio de comunicação (o único móvel na altura), como isto de andar cedo já não é de agora cheguei antes da hora marcada, dei uma volta pelas instalações, e subo a escada de ferro afixada na ilharga do depósito, ao tempo o mais alto de todos, um pouco mais de sete metros, quando chego ao último degrau da escada, e entre esta e a placa de cobertura do depósito vejo um ninho, sacanas dos pássaros onde vieram fazer o ninho, e enfio a mão para ver se tinha ovos ou pássaros, salta de lá uma ratazana, bate-me na cara e estatela-se cá em baixo no chão, só aí dei conta que bicho era, caso contrário, se me apercebo no momento em que ela me bate na cara, tinha caído com ela cá em baixo, ainda hoje me intriga como é que o bicho conseguiu subir tão alto numa escada de ferro, será que as gajas também voam?



4 comentários:

António Querido disse...

Belas histórias sim senhor, mas olha a tua sorte não ter ido parar ao teu serviço um fuzo treinado pelo prof. Ferraz!-:))
Aquela de quereres encontrar a passarinha no ninho, também me fez rir!
Manda sempre e tenta arranjar um chefe como tu para 1º Ministro.
Cá vai o meu abraço

Observador disse...

Ó Amigo Páscoa, o «Cabo» Ferraz, como era designado, (não faço ideia se era esse o seu posto) ainda me deu uns tabefes, tenho lido elogios á sua Pessoa que não dúvido serem justos e merecidos, mas no que me diz respeito, e talvez porque o boxe nunca foi o meu desporto favorito, não me deixou saudades, ele e um tal Carlos Anjos se a memoria não me falha era esse o apelido.
Um abraço

Edum@nes disse...

Histórias vividas,
Do passado recordações
Paisagens coloridas
Alegrias aos milhões
Muitas vidas destruídas
Fazem sofrer corações
Noites mal dormidas
Nos catres sem colchões
Tantas batalhas perdidos
Há no mundo aldrabões
Lindas plantas floridas
Há pedras e torrões
Há redondas e compridas
Também foguetes e balões
Há desastrosas medidas
Que nos roubam os tostões!

Boa noite para ti amigo Virgílio, um abraço.
Eduardo.

Tintinaine disse...

Também fui chefe e também fiquei com a sensação que houve muita gente a respirar de alívio quando me viu pelas costas.
Ser chefe nem sempre é fácil e desde que a gente tenha a consciência tranquila o resto pouco importa.