Em mais uma caminhada observadora pela Cidade, fixei-me especialmente em alguns locais antigos e com História, mas primeiro o itinerário.
Cais do Sodré 6h40, subo a rua do Alecrim, faço uma primeira e ligeira pausa para fotografar a bonita estátua de Eça de Queirós, que fica no Largo Barão de Quintela junto aos Bombeiros Voluntários Lisbonenses, era noite e apenas apanhei a silhueta, um destes dias já é dia a esta hora e repito a coisa, fui subindo e mais uma pausa desta feita um pouco maior no Jardim São Pedro de Alcântara ao Bairro Alto, para também aí tirar algumas fotos da zona dos Restauradores, como no caso anterior fica para mais tarde quando o Sol se resolver a aparecer mais cedo, umas fotos melhores, agora é o que se arranja.
Mais uns passos a caminho do Rato, mas faça agulha e desço junto ao chafariz do Vinho, Praça da Alegria, Av. da Liberdade, Portas de Santo Antão (o emblema do Glorioso não podia falhar) e estou na paragem habitual do café matinal, entro só lá vejo um cliente, chamo o Paulo e nada, esperar não é comigo e dou a volta para ir pregar a outra freguesia, já na rua ouço o Paulo a perguntar ao cliente se o tinha chamado, voltei atrás e disse-lhe que esperar não é comigo, justificou-se que estava na cozinha, e eu expliquei que esperar não é comigo, isto não é pressa, é defeito de fabrico, não aguento filas nem esperas, mesmo que breves, e a coisa já não tem remédio, (um dia conto algumas peripécias por causa das esperas e filas)!
A seguir passo pelo Rossio, e aqui um pouco de História, primeiro o "Arco Bandeira" que fica na Rua dos Sapateiros, embora muitos a tenham baptizado com o nome do arco, então a Historia é a seguinte:
A
rua dos Sapateiros surgiu na sequência da reconstrução da baixa de Lisboa após
o terramoto de 1755.
O seu nome surgiu pela mão da Portaria pombalina de 5 de Novembro de 1760, que atribuiu ás ruas da Baixa lisboeta designações ligadas ás artes e ofícios .Mais tarde a rua recebeu a designação popular de rua do Arco do Bandeira, na sequência da construção de um arco em finais do século XVIII, custeado por Pires da Bandeira, e segundo projecto de Manuel Reinaldo dos Santos.
O seu nome surgiu pela mão da Portaria pombalina de 5 de Novembro de 1760, que atribuiu ás ruas da Baixa lisboeta designações ligadas ás artes e ofícios .Mais tarde a rua recebeu a designação popular de rua do Arco do Bandeira, na sequência da construção de um arco em finais do século XVIII, custeado por Pires da Bandeira, e segundo projecto de Manuel Reinaldo dos Santos.
No primeiro andar do prédio do Arco funciona o Grémio Lisbonense fundado em 26-10-1842, e a varanda que se vê, era designada como da "Santa Inquisição" sabemos porquê, pois era no Rossio que a fogueira funcionava!
Mesmo ao lado do Arco temos a célebre "Tendinha" popularizada pela Grande Hermínia Silva e cantada por muitos Fadistas, este estabelecimento, agora modernizado foi fundado em 1840, frequentado por muitos artistas no passado, é hoje o último "Botequim do Rossio".
A minha caminhada prosseguiu, e darei conta do restante noutro local pois este texto já vai longo, e não quero maçar mais quem ainda tiver paciência para o ler.
4 comentários:
Gostei da Lisboa antiga, as fotos estão espetaculares, não podias deixar de fotografar o teu glorioso, enquanto fui ouvindo a saudosa Hermínia Silva e a Tendinha reparei que o homem da tasca tem o balcão cheio de sandes e bolos, será que ainda se cumpre a tradição e o homem vende aquilo tudo?
Tem cuidado, porque acho que te levantas muito cedo e um dia destes ainda te confundem com alguém que vem da noitada do Bairro Alto e zás, lá se vai a máquina, a carteira e os anéis!
Da Figueira até Porto Salvo, o meu abraço.
Nunca tinha reparado na Tendinha.
Do Arco Bandeira lembro-me do cinema e dos paneleiros que não largavam os marujos de mão. Mal um gajo se sentava, com tudo às escuras, lá vinha uma mão tentar abrir a braguilha.
Também me lembro do cinema sim senhor... Creio que o cinema transformou-se depois num sex shop.
Lisboa antiga,
Lisboa moderna
Eras tão bonita
Foi aquele palerma
Que nos tirou a guita.
Por meter onde não deve a mão,
Tem causado descontentamentos
Não se farta de gritar aos sete ventos
Que encontrou um buracão
Aldrabão isso sim,
Não tem nada que se aproveite
A tudo pretende por fim
Consideração alguma não merece.
Vão ser sorteados, atenção Sr. ouvinte
Veículo de gama, anunciou o vendedor de farturas
Para todos os que apresentarem nas faturas
O número de contribuinte!
Para pescar votos mais um engodo.
Das muitas mais uma falsa manobra
O homem até tem jeito e gosto,
Para a anunciar a banha da cobra!
Onde não deves, não toques,
Bebe só mais uma pinguinha
As imagens estão nos conformes
Hermínia Silva-Velha Tendinha.
Fabuloso ou espantoso,
Qual das duas melhor soa
O sofrimento é doloroso
Não façam mais sofrer Lisboa!
Um bom dia para ti amigo Virgílio, um abraço
Eduardo.
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