Os Frades Franciscanos sempre me fascinaram, tudo terá tido origem na minha meninice, quando estes passavam á minha Terra calçados com sandálias coisa nunca vista em Homens, cordas a cair da cintura e aquelas roupas castanhas que chegavam ao chão, que faziam da pobreza o seu modo de vida, anos mais tarde vou durante alguns meses viver junto deles embora de outra Ordem Religiosa, aí fiquei marcado, pela bondade de alguns, e pela maldade de outros, esta ultima marcou-me mais, mas como em tudo na vida, existe bom e menos bom em todo o lado, e a vida continuou sem mais contacto com estes Religiosos, até que á meia dúzia de anos leio uma noticia num jornal indicando que uns Frades Franciscanos Brasileiros estavam em Portugal para explicar aos seus Irmãos Portugueses as propriedades preventivas e curativas do Aloé Vera, e ensinar a estes como fazer o xarope deste cacto.
Um dos locais onde começaram a partir daí a fazer estes xaropes foi no Convento de Santo António de Varatojo, junto a Torres Vedras, e comecei então a deslocar-me lá com alguma frequência, porque me diziam que este produto era bom para prevenir doênças, tais como da próstata, uma das que mais assustam os Homens a partir dos cinquenta anos, mas como por norma vou lá qunando vou para a Terra, e levo a Patroa comigo, vai lá ela comprar, porque dou-lhe a desculpa que fico a guardar o carro visto o local ser um pouco despovoado, (tretas, não quero é ficar a tocar a sineta até que um Frade já duro de ouvido me venha abrir o portão), mas desta vez fui com ela, tocámos o sino colocado na entrada e momentos depois lá nos apareceu um Frade com bastante idade, com uma simpatia bastante acima da média, que nos forneceu o xarope, e de seguida ao ver-me a apreciar o jardim interior, nos perguntou se não queríamos visitar a Igreja, claro que sim, indicou-nos o percurso, pois tem alguma dificuldade de locomoção, e lá fizemos a visita que aqui mostro, com um agradecimento especial a este bom Homem, pela sua amabilidade, e acompanhada da História do Convento.
CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DE VARATOJO
De finais do século XV é monumento nacional e sofreu acrescentos ao longo dos séculos. Fundado em 1470, por voto e devoção do rei D. Afonso V, a Ordem de S. Francisco, sofreu beneficiações com D. João III. Novas ampliações se verificaram nos séculos XVII, XVIII e no século XX.
Da primitiva traça conserva a fachada e a porta. A porta apresenta arquivolta ogival, de capiteis com máscaras, hera, cachos de uvas, vinhas, folhas de carvalho e glande, base com moldurado característico do reinado de D. Afonso V.
A Igreja do Convento é de uma só nave, sem transepto e as suas paredes são revestidas por azulejos do século XVIII e vários nichos para confessionários, cujos azulejos se compõem de motivos alusivos á confissão.
Os altares laterais são revestidos por talha barroca e possuem uma banqueta de mármores embutidos.
A capela-mor é o espaço mais rico da Igreja quer pela sua abobada de berço com caixotões, como pelo forro de azulejos do século XVIII com cenas da vida de Sto. António, emoldurados por largas cercaduras.
Dispõe ainda de outras riquezas que justificam uma visita demorada ao local.
Na sacristia, realce para duas tábuas do século XVII, (representando o Milagre da Mula e o Pentecostes), para os silhares de azulejos do século XVIII, vários armários de parede e um grande arcaz setecentista.
O claustro, de tipo gótico, apresenta dois andares, com arcada ogival assente sobre colunas chanfradas.
No andar térreo, o tecto é decorado com o emblema de D. João V, acompanhado pela corda franciscana. Na ala norte, uma porta manuelina, decorada com largos florões, dá acesso à capela do Senhor Jesus, que é forrada de azulejos de ponta de diamante.
No andar térreo, o tecto é decorado com o emblema de D. João V, acompanhado pela corda franciscana. Na ala norte, uma porta manuelina, decorada com largos florões, dá acesso à capela do Senhor Jesus, que é forrada de azulejos de ponta de diamante.
Ainda no claustro, o nicho de Sto. António com azulejos policromados representando o Santo.
A sala do capítulo é também de grande interesse pelos seus azulejos de albarradas, do século XVIII, e pelas várias telas entre as quais se destaca a de (Frei António das Chagas).
No Convento, há ainda a realçar a Capela de N.ª Senhora do Sobreiro, em frente à entrada da Igreja, construída em 1777. No seu interior apresenta talha dourada, mármores e colunas, cujos fustes possuem placas imitando lapis-lazúli. No coro alto, azulejos com molduras roxas e amarelas, com cenas da vida da Virgem até ao nascimento de Cristo.
2 comentários:
Agora viraste rumo ao convento
Lá para os lados de Torres Vedras
No alto do monte com muito vento
Fica situado Varatojo, junto delas
Não fazia ideia da existência de um convento
Daquela localidade, quando por lá passava
Lembrava-me sempre do inspector Varatojo.
Belo trabalho o teu. As imagens estou óptimas.
E tudo muito bem explicado. Com a tua habilidade do bem saber, escrever e maneira inteligente como indicar os acontecimentos do passado e do presente. No caso deste convento com muitos anos de portas abertas à população, continuará no futuro.
Um abraço
Eduardo.
E eu que julgava que o xarope de Aloé Vera era para curar feridas e doenças de pele, como a psoríase e coisas dessas!
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