sábado, 22 de outubro de 2011

Caminhada, e Castelo de Vila Verde

Hoje foi mais uma caminhada ao redor de Vila Verde, com o meu Companheiro dos últimos tempos, aproveitando os últimos cartuchos antes que ele regresse ás Terras do Tio Sam, pois sozinho não ando metade , e com conversa torna-se mais fácil a caminhada, ainda melhor quando o Companheiro tem boa memória, e bem recheada de anedotas,  hoje foram 10.000 passos, e quando lhe mostrei este resultado, disse-me que era pouco, se eu estivesse na Terra todos os dias, ou já tinha dado o badagaio, ou o colesterol já tinha ido pregar para outra freguesia.
A volta de hoje foi pelos Casais da Almónia, Portela, Ruínas do Castelo, e mais um pequeno circuito á volta da Terra.
Como estivemos no que resta do Castelo, ( onde recentemente ouve corte do mato que impedia chegar próximo das muralhas,  um aplauso para quem o fez, e também para quem o mandou fazer ) a seguir mostro o pouco que se sabe sobre a sua origem.


CASTELO DE VILA VERDE DOS FRANCOS

Como o nome da localidade indica, Vila Verde dos Francos tem origem no estabelecimento de uma comunidade estrangeira, concretamente de franceses que, após as conquistas de Lisboa, Sintra, Almada, Palmela e Alenquer, foram agraciados por D. Afonso Henriques com terras e benefícios. Ao que tudo indica, a carta de doação passada pelo nosso primeiro monarca data de 1160 e teve como interlocutor D. Alardo, um dos capitães francos que participou no assalto à futura capital do reino.

Infelizmente, pouco sabemos acerca do castelo então erguido, que deve ter sido um monumento de relativo impacto no panorama da arquitectura militar nacional. De acordo com uma interpretação tradicional, atribui-se o comando dos trabalhos de edificação da fortaleza ao próprio D. Alardo, informação que, a confirmar-se, abre um leque de perspectivas interpretativas que poderão vir a reforçar a importância deste local, assim exista um coerente plano arqueológico de investigação do castelo. O facto de o seu arquitecto poder ser estrangeiro, com as consequentes "novidades" planimétricas e volumétricas ditadas por um homem de distinta formação que os arquitectos portugueses da altura, é um dado acrescido que reforça a necessidade de um plano de investigação no local.

As escassas aproximações a este monumento deixam antever uma planta irregular, adaptada às condicionantes topográficas, embora esta análise careça de fundamento. O que resta da torre de menagem (de secção quadrangular) localiza-se num dos extremos da muralha, um indicador que aponta para uma cronologia mais avançada que a tradicionalmente apontada, já em pleno período gótico, uma vez que os castelos românicos optaram por situar a torre de menagem isolada no pátio central, sem contacto com as muralhas. A entrada situava-se lateralmente à torre, o que sugere igualmente uma cronologia gótica, desempenhando a torre as funções de defesa activa do acesso.

Sem obras aparentes no final da Idade Média e durante a época moderna, as informações que nos chegaram do século XVIII referem que o castelo já se encontrava bastante arruinado. No século XX, Vila Verde dos Francos escapou à vaga restauradora estado-novista, não integrando a lista de monumentos simbolicamente relevantes para a ideia de "portugalidade" veiculada por aquele regime. Os poucos trabalhos de restauro aqui desenvolvidos datam da década de 80 do século XX e limitaram-se à desobstrução de arbustos das muralhas e à consolidação elementar dos muros.

3 comentários:

Edum@nes disse...

Numa caminhada para a volta à terra dar
Está o amigo Virgílio a fazer a preparação
Anda por aí as ruínas a fotografar
Ainda dos tempos da da outra civilização
Como Observador vai investigando
Será que vai encontrar a razão
Encontras muralhas e outras tralhas
Esconderijos que utilizavam para se protegerem
Do inimigo quando eram atacados
Será que nesse tempo haviam escumalhas?
fizeste 10.000 passadas eu, hoje, fiz 12.000 passadas a correr.
Bom fim de semana
Um braço
Eduardo.

Tintinaine disse...

Ninguém te pode acusar de não dares o litro pela promoção da tua terra. Qualquer dia és convocado pela Câmara e condecorado com uma daquelas medalhas que eles têm lá guardadas para estas ocasiões.
É assim mesmo, devemos ter orgulho das nossas origens e procurar conhecê-las em pormenor.
Um abraço e boas caminhadas!

Anónimo disse...

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