quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

"FALEMOS DE CAÇADORES"



Já todos perceberam que não sou de me gabar, aliás falo muito dos meus defeitos que são muitos, e pouco ou nada das qualidades se é que tenho alguma, mas desta que vou falar tenho um certo orgulho, de facto fui um caçador de mão cheia, começou assim: Corria o ano de 1972, estava com a minha prole a trabalhar para um Casal de Suecos (como aliás já contei) a casa era isolada no meio de nada, ali para os lados da quinta do Antenor Patino e Campo de Golfe do Estoril, havia por lá melros (de penas) aos montes, o lugar metia um certo respeito de noite, pensei e assim fiz, tirar o porte de arma de caça e a respectiva carta de caçador, dei á Policia a profissão de caseiro, eles andaram na minha morada anterior a saber da vizinhança se eu tinha por acaso ameaçado alguém, e como era negativo passaram-me a documentação.



Munido dos papeis que a partir dai me autorizavam a adquirir uma caçadeira, dirigi-me a uma armeiro em Sintra, e vim de lá equipado como se fosse para a guerra, o problema foi depois., os melros lá continuavam a cantar (de galo) a saltar de árvore em árvore, cá o caçador colocava a arma em posição, e Pum! Nada, tiro atrás de tiro e nem uma única vez acertei num pássaro, até que um dia vim até Paço de Arcos onde tinha ainda casa e vim equipado para ir caçar, desloquei-me até á Ribeira da Laje, e fui andando junto á Ribeira para norte, avisto um grande bando de pardais pousados, vou-me aproximando, e já fazia a contagem de quantos pardais ia eu comer fritinhos ao fim da tarde, apontei para o meio do bando, e, Pum! Pum! dois tiros e corro ao local, nada, nem penas lá ficaram, fiquei para morrer, falei com um cunhado meu, caçador e entreguei-lhe a arma com todos os acessórios, fiquei com a certeza que não nasci para caçador!



Até que, corria o ano de 1995, muitas noites tinha de me deslocar ás Centrais e Depósitos de Águas estes últimos são por norma nos locais mais altos da zona, e também em locais isolados, uma noite recebo um alarme de avaria numa válvula motorizada no Depósito de Barcarena, desloco-me lá, eram para aí três da madrugada aquilo é um caminho sem saída, e quando vou a chegar ao portão, está um carro parado em frente deste, inviabilizando a minha entrada, faço sinais de luzes ao gajo, e nada, olhava para mim mas não saía dali, eu não andava propriamente descalço, quando saía de noite para estes locais a minha Beretta 6.35 acompanhava-me, mas aquilo é pouco mais que um traque, um estalido que a 200 metros já não se ouve, e Barcarena fica a mais de um quilómetro, nem de alerta servia, (pensei logo ali ter de arranjar ferramenta mais apropriada para estas ocasiões) o gajo lá saiu, eu entrei fiz o que tinha a fazer.



Saio, fecho o portão e começo a descer o caminho, mas o sacana tinha escondido o carro nos terrenos á volta, e com a escuridão não vi, o gajo sai das terras dentro do carro, para se atravessar á minha frente, mas deve ter pensado (e bem) que eu não parava, e o jeep que eu conduzia era mais forte que a lata dele, e ficou-se.
Segui, sem olhar para trás, e no dia seguinte tratei dos papeis para comprar um bacamarte calibre 12, não quero voltar a ser apanhado em falso, e se não for suficiente a caçadeira compro uma bazuca, ou quem sabe um moderno míssil, não me apanham é desprevenido.


Com os papéis na mão, passei pelo Sobral de Monte Agraço e na espingardaria local comprei uma caçadeira usada, para aquilo que era o seu destino servia bem, e aqui a tenho, nunca foi usada até hoje, só que há sempre um dia, e esse dia chegou, cheguei a casa da minha caminhada e ouvi um som estranho saído dumas «piteiras de aviário» que tenho aqui á porta, ainda pensei que fosse o gato que tem andado a namorar, e há dias que não lhe vejo a cor, mas não, era uma coisa acastanhada, fui buscar o Fuzil, aproximei-me e Pum! Finalmente cacei, e que caça, vejam a foto, duas valentes Lebres, já estão em "vinha de alhos" para amanhã, vamos ver como ficam de sabor, se algum Amigo/A passar por aqui, o almoço é ao meio dia, estão convidados!

3 comentários:

Tintinaine disse...

Coelho à caçador é um dos meus pratos preferidos.
Que pena eu não morar mais perto!!!

António Querido disse...

Coitadinhas, não passou de um momento amoroso, porque não lhe deste tempo para o casamento? Era para ir almoçar contigo, mas já não vou, acho que fizeste isso a pensar no outro.
Bom apetite

Edum@nes disse...

Devagar vou andando.
Os gajos continuam a chatear
O povo está lutando
Até a vitória alcançar!

Menos está ganhando,
Quem mais trabalhar
Nem batendo nem levando
O domingo é para descansar!

De assunto vou mudar.
Falemos de caçadores
Uma caçadeira vou comprar
Para caçar os roedores!

Essa raça infestada,
De contagiosa doença
Está mal a costumada
É perigosa a sua presença.

Dizimá-la não faz mal,
Para o país beneficio
Porque aqui em Portugal
Opera a lei do sacrifício!

Sempre para os mesmos,
São aqueles que trabalham
Comem pão sem torresmos
Levam porrada não ralham!

Bom domingo para ti amigo Virgílio, um abraço,
Eduardo.