sexta-feira, 26 de julho de 2013

«A HERANÇA DE GASPAR»


No último dia como ministro das Finanças, Vítor Gaspar assinou um decreto que pode liquidar a vida de, pelo menos, 3 milhões de portugueses. Esse decreto determina que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (que geria uma carteira de 10 mil milhões de euros) "terá de adquirir 4,5 mil milhões de euros de dívida soberana".
Sabendo-se que o referido fundo foi criado como reserva para assegurar, em caso de colapso do Estado, os direitos dos reformados, pensionistas, desempregados e afins durante dois anos (segundo o articulado de lei de bases), o golpe em perspectiva representa o risco de uma descomunal tragédia entre nós.

Lembremos que dos rendimentos dos seniores vivem hoje gerações de filhos e netos seus, sem emprego, sem recursos, sem amparo, sem futuro. Lembremos ainda que os últimos governos têm sido useiros no desvio de verbas da Segurança Social para pagamentos de despesas correntes - "o que qualquer medíocre gestor de fundos sabe que não se deve fazer", comenta, a propósito, Nicolau Santos no "Expresso".
Em 2010, dos 223,4 milhões de euros que deviam ser transferidos para o fundo em causa, o executivo apenas entregou 1,3 milhões.

Após ter semidestruído Portugal economicamente, socialmente, familiarmente, psicologicamente, com total impunidade e arrogância, Vítor Gaspar deixa, ao escapar-se, apontado um tiro de misericórdia aos idosos (e não só), depois de os ter desgraçado com o seu implacável autismo governamental. Sindicatos, partidos, oposições, igrejas, comentadores, economistas, intelectuais meteram, por sua vez, a viola no saco ante mais esta infâmia - entretanto, os papagaios de serviço aterrorizam as populações com a insustentabilidade da Segurança Social.

O titulo e as fotos são minhas, o texto é de Fernando Dacosta, publicado no jornal i de ontem.

4 comentários:

Edum@nes disse...

Não deu conta do recado. Anbandonou o barco, mas deixou-o com um grande rombo. Para que não se aguente por muito tempo a navegar. Como se a percebeu que o não conseguia levar a bom porto. Causou a tempestade e pirou-se. Tanta fama, dizem alguns intelectuais ser uma pessoa muito inteligente. Para o mal, não para o bem. Para governar como ele governou as finanças, ficou lá outra para seguir as suas pegadas, e continuas com as mesmas borradas.

Bom fim de semana para ti amigo Virgílio. Um abraço.
Eduardo.

Tintinaine disse...

Os dois últimos ministros das finanças foram de facto do piorzinho que já se viu. Um enterrou-nos em dívidas e o outro deu cabo da economia que sustentava o país.
Diz-se que dos fracos não reza a História, mas eu espero que neste caso isso não aconteça, pois estes dois melros, Teixeira dos Santos e Vitor Gaspar merecem um lugar de destaque na nossa História ... pela negativa!

António Querido disse...

Pois pois, são essas heranças que mais me assustam, enfiamos para lá economias uma vida inteira e agora vêem os larápios quebrar o mealheiro para pagar as dívidas que fizeram com a corrupção e má gestão dos dinheiros públicos.

Edum@nes disse...

No comboio não podem viajar
Apeados em Alfarelos
Esses dois melros
No céu já deveriam estar!