quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Otelo, Tal e Qual

Estou a prever que amanhã seja noticia a entrevista que o Otelo deu hoje, e que vem publicada no SAPO, assim para que cada um que lê este blog e não tenha o SAPO,  possa ajuizar das palavras supostamente ditas por ele nessa entrevista, e não tenham acesso ao órgão de informação que a publica, (Agência Lusa)  então aqui  fica.
Faço-o porque apesar dos erros que posteriormente terá eventualmente cometido, lhe estou grato por ter sido um dos que pôs fim á lei da rolha neste País, que acabou com a ditadura de 48 anos, e com as guerras Coloniais que tantas Famílias destruiram, que apesar dos cofres a abarrotar de ouro, tinha um País analfabeto e de miséria.
É certo que esse nobre gesto abriu as portas ao maior número de ladrões, corruptos e malfeitores da nossa história, por metro quadrado, mas nesse campo já não lhe posso assacar culpas.



Otelo Saraiva de Carvalho defende que se os militares perderem mais direitos, a resposta pode ser um golpe militar, mais fácil que em 1974.

"Para mim, a manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o Governo", defendeu Otelo, em entrevista à Agência Lusa, num comentário à "manifestação da família militar", no sábado, em Lisboa.
Não gosto de militares fardados a manifestarem-se na rua. Os militares têm um poder e uma força e não é em manifestações colectivas que devem pedir e exigir coisas", disse.
Mas diz compreender as suas razões e considera que as mesmas podem conduzir a "um novo 25 de Abril".
"Os militares têm a tendência para estabelecer um determinado limite à actuação da classe política". Esse limite, considerou, foi ultrapassado em 1974 e culminou com a "revolução dos cravos".
Hoje, Portugal está "a atingir o limite", disse, corroborando o que há seis meses dissera à Lusa: "Se soubesse o que sei hoje não teria possivelmente feito o 25 de Abril".
O coronel na reserva acredita que há condições para os militares tomarem o poder e vai mais longe: "bastam 800 homens".
Em comparação com o golpe de 1974 -- do qual afirma ser um "orgulhoso protagonista" --, Otelo considera que um próximo seria até mais fácil, pois "há menos quartéis, logo menos hipóteses de existirem inimigos" da revolução.
Questionado sobre a real possibilidade dos militares tomarem o poder, como há 37 anos, Otelo responde perentório: "Não tenho dúvida nenhuma que sim".
"Os militares têm sempre essa capacidade, porque têm armas. É o último bastião do poder instituído", afirmou.
Estou convicto que, em qualquer altura, se os militares estiverem dispostos a isso, podem avançar sempre para uma tomada de poder", adiantou.
O estratega do golpe do 25 de Abril faz uma análise crítica dos últimos 37 anos: "Se eu adivinhasse que o país ia gerar uma classe política igual à que está no poder, e que está a passar a certidão de óbito ao 25 de Abril, eu não teria assumido a responsabilidade de dar essa alvorada de esperança ao povo".
Estabelecemos com o povo português um compromisso muito forte que era o de criar condições para um acesso a nível cultural, social e económico de um povo que tinha vivido 48 anos debaixo de ditadura", acrescentou.

Assumimos esse compromisso, não o cumprimos e não o estamos a cumprir porque entregámos o poder a uma classe política que, desde o 25 de Abril, tem vindo a piorar", afirmou. Otelo considera mesmo que, à medida que o tempo corre, tem-se registado "um retrocesso enorme".
Gozamos da liberdade de reunião, de manifestação e de expressão, mas começa a haver um caminho para trás", frisou.
Para Otelo Saraiva de Carvalho, a revolução "está agonizante" e há quem disso beneficie.
A classe política - sobretudo o que podemos abstractamente chamar de direita - está a retomar subtilmente tudo aquilo que eram as suas prerrogativas antes do 25 de Abril e a passar a certidão de óbito" à revolução.
A minha mágoa é essa", adiantou, sem esconder o pessimismo em relação ao futuro: "Perdemos o compasso da história".
As associações sócio-profissionais de militares têm marcada para sábado uma concentração nacional em protesto contra as "medidas duríssimas" apresentadas pelo Governo na proposta do Orçamento para 2012, nomeadamente a redução de remunerações e pensões, cortes nos subsídios de férias e de Natal e o aumento generalizado dos impostos.


6 comentários:

Edum@nes disse...

O Otelo Saraiva de Carvalho, ele teve o cavalo, mas, não foi capaz ou não o soube montar.
Se ele o tivesse montado, não sei se estaria-mos melhor ou pior do que estamos?
Para nós os pobres, nada temos a perder, a não ser a própria vida. Constava-se que se o Otelo tivesse tomado conta das rédeas do poder teria sido pior. Talvez, agora não houvessem tanta gatunagem.
Pelos menos ricos não haveriam tantos.
Ele tem razão em dizer que os militares tem poder para fazer entrar o país nos eixos. Melhor dizendo os políticos.
Não se perdia nada, se eles dessem um abanão no Passos, que era para ele aprender a respeitar os direitos das pessoas.
E como diz Otelo, só eles o podem fazer, sem qualquer resistência!

Uma boa noite para ti amigo Virgílio,
Um abraço
Eduardo.

Tintinaine disse...

Já vi um bocadinho da entrevista num dos canais de notícias da Zon e ele não diz nada que seja novidade. Mas por vezes é preciso que alguém diga as coisas claramente para fazer mexer aqueles que o podem fazer.
Na situação em que estamos não iria ajudar muito, mas podia resolver o problema dos politicos corruptos que não conseguimos afastar da gamela.
Infelizmente surgiriam outros, mais á esquerda ou mais á direita, para ocupar o lugar deixado vago. Sem um grande líder, capaz de assumir o papel de chefe, mudar as leis, proibir os partidos políticos e meter isto na ordem, de nada serviria uma revolução. E onde está esse homem?

Piko disse...

Bem, eu percebo que o Otelo se sinta orgulhoso de ter comandado o golpe miltar que derrubou a ditadura... Agora, sabemos também que os militares nunca foram bons a governar e continuo convicto de que andaram bem ao entregar o poder aos civis... Se não temos uma classe política em condições de dirigir o país, isso já serão contas de outro rosário... Nisto não há milagres, aliás, como em tudo na vida... Todas as ditaduras - militares ou civis - cortam com as mais elementares regras, a começar pela LIBERDADE... Essa experiência tão negativa porque passei até 1974 não quereria voltar a conhecer... Devido à nossa experiência, nem precisamos de ir perguntar aos povos daqueles países do norte de África, porque preferiram morrer em vez de suportar as ditaduras que duravam há trinta, quarenta anos e até mais... O Otelo e os militares não dizem, nem saberão, que estamos num tempo que nada tem a ver com 1974... Os pressupostos mudaram radicalmente... Estamos ligados politicamente à Europa, que tem problemas sérios, assim com os States... Devido à nossa formação, que vem dum passado marcante, continuamos a raciocinar muito individualmente e sente-se que estivemos ligados à Europa apenas por conveniência e temporal...
Uma coisa parece certa:- Estamos a passar uma fase muito difícil, sobretudo muito confusa... Pegar nos militares, para tentar resolver coisas complicadas, parece-me ser o maior erro do nosso tempo, sobretudo para o mundo do trabalho...
Enfim, vamos ver como as coisas se conjugam!

Edum@nes disse...

Claro que os militares não iriam resolver os problemas do país, respeitantes à crise.
Hoje e já há muito tempo a esta data estão a ser afastados do poder político. Já não têm valor algum. Não nos devemos esquecer se, hoje, temos liberdade, por exemplo para estarmos aqui a escrever palavras contra as medidas do governo, aos militares o devemos.
Esta é a minha opinião!

Caso contrários estaria-mos de boca calada, ou então a apodrecer dentro de uma cela.
Só os militares têm a força necessária para. Não digo derrubar o governo, mas saírem dos quartéis não trajando à civil, mas sim fardados, e mostrando-se que, ainda, existem e se necessário for, tomarão as medidas adequada para evitarem que o governo ponha em prática medidas que sejam consideradas injustas contra os mais desfavorecidos como se está verificando com o actual executivo de Passos Coelho.

Piko disse...

Caro amigo Eduardo:
Percebo perfeitamente o anseio e a necessidade de fazer uma viragem política a favor de quem trabalha e de quem nem sequer o arranja (trabalho)... Mas uma coisa é o querer, que é legítimo, outra coisa são as condições objectivas, as condições reais... Não vivemos uma ditadura formal, como em 1974, nem tínhamos eleições livres de quatro em quatro anos... Ou seja, não é uma situação como a que se verificava no Egipto, nem na Líbia... As diferenças são enormes, muito embora se perceba à distância que o Capital está no comando a partir da mesma Alemanha, agora debaixo da faceta de Merkell, amanhã, possivelmente com outro rosto e a mesma política...
Por outro lado, ainda não se vê em Portugal um avanço popular nas ruas, por exemplo, como na Grécia, embora tudo indique, que se caminha para lá...
A meu ver, não se vê, sequer, em qualquer parte do mundo, um verdadeiro líder, com um país a liderar justamente contra este desaforo, que mais parece um capitalismo selvagem, onde vale tudo, num salve-se quem puder, que parece longe de chegar ao fim...
Também sinto a mesma preocupação, mas, infelizmente, sinto que o "fruto" ainda não está maduro...

Fernando Reigosa Jorge disse...

Meus amigos, não queria de forma alguma desapontar-vos, mas como dizia a minha avózinha já em 1944, nas bichas para o pão, o leite, o arroz, as minhas farinhas, etc., não há volta dar-lhes. Houve mais tarde quando homens de tomates, e com o povo 'encostado ás cordas', morria de fome.
Hoje o cenáario não é muito diferente, mnão há as homens de tomates, aburguesaram-se ou foram comprados.
Nem nós no nosso País mandamos no que quer que seja, nem os mais elaborados o fazem:
Espanha? mentira;
França? mentira;
Itália? mentira;
Inglaterra? mentira;
Holanda? mentira;
Dinamarca? mentira;
Suécia? mentira;
Suiça? mentira;
Irlanda? mentira;
Croácia? mentira;
etc.,rtc.,etc.

Deixo-vos aqui dois endereços elucidativos de quem e como mandam no mundo, sem apelo nem agravo. façam-me o favor de serem felizes
Mas. ainda assim, façam-me o favor de serem felizes, porque é possível-


http://www2.goldmansachs.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Goldman_Sachs