Entretanto, alguns proprietários desses moinhos receberam incentivos Estatais para a sua recuperação para que não os deixassem cair aos poucos, alguns aceitaram talvez na prespectiva da sua valorização e posterior venda para turismo, ou até quem sabe habitação permanente de alguém mais afoito ás ventanias constantes, pois não esquecer que estes foram sempres instalados nos altos das colinas ou mesmo serras para melhor captarem os ventos que os haviam de mover, mas a verdade é que a coisa não deve ter corrido como era esperado, e alguns desses moinhos recuperados estão hoje de novo a ameaçar ruina, eu que sou um assíduo visitante dos montes onde estes foram erguidos, não posso deixar de lamentar que estes pedaços da nossa história caiam sem que se vislumbre uma solução para o evitar, recordo que ainda no ano de 1968 havia 3.000 moinhos de vento a funcionar em Portugal, e ainda mais 7.000 moinhos movidos a água, as chamadas Azenhas.
E apesar de tudo a solução para dar vida a estes símbolos do passado já distante, (pois a sua implementação em Portugal remonta ao século XIII) (não teria sido impossível de realizar, se o Poder instituído tanto a nível Nacional como Autárquico tivessem gasto uns tostões dos rios de dinheiro que entraram no Pais, seriam migalhas no meio dos gastos faustosos em tudo e mais alguma coisa, muitas deles só para encher o olho ao freguês), bastava que os acessos aos Moinhos, bem como implementar redes de água, esgotos e electricidade, para que eles servissem como segunda ou até primeira habitação. Não se gastaram e bem, muitos milhões nessas infraestruturas nos bairros clandestinos?) Então! Muita gente gostava de ter um moinho para esses fins, mas serem os possíveis compradores a colocar esses bens que atrás mencionei, torna a sua aquisição proibitiva, assim, quem por cá andar mais uns tempos vai assistir ao definhar destas verdadeiras orquestras, quando moíam todos ao mesmo tempo e todos com os seus búzios afinados, dava gosto ouvir estes sons, pelo menos mim dava, pois era a única «música» existente ao tempo!
Lembrei-me de escrever sobre os Moinhos não só porque sou seu visitante assíduo, mas também porque ainda esta semana quando fui acompanhar a minha vizinha á Granja, fiz uma subida até ao monte onde estão alguns desses resistentes, e observei que uma parte do caminho que leva aos moinhos está intransitável até para andar a pé, e na zona mais íngreme só uma viatura com tracção ás quatro rodas lá consegue ir, e com alguma habilidade da parte do condutor, sei também que um Amigo que adquiriu um, e tem andado a proceder a obras de melhoramento na estrutura, necessitou de adquirir algumas madeiras, pois a viatura que as transportava não conseguiu subir e teve ou de fazer transbordo, ou ser rebocada, pormenores não sei, sei que são gastos extras que nem todos se disponibilizam a fazer, por indisponibilidade financeira, ou simplesmente não estão para chatices, e as viaturas de tração ás quatro não são propriamente dadas!
Foto com as peças mais importantes num moinho de vento. Fonte: Tese da Drª Sílvia Lampreia Pinheiro.
3 comentários:
Pois é meu amigo, nesses tempos idos, havia quem cultivasse todos os bocadinhos de terreno, para levarem o milho ao moinho para depois fazerem as broas e o trigo para depois fazerem o pão, agora é tarefa dos padeiros e esses moinhos com variadíssimas histórias para contar, só fazem parte do museu dos pontos altos do país, alguns só se movem para turista ver e são raros!
Parabéns por continuares a postar as tuas belas fotos, há blogrs sem fotos, que mais parecem frangos depenados!
Cá vai o meu abraço
Desde que os moinhos não servem para aquilo que justificou a sua construção não há salvação possível. É uma questão de tempo para que todos desapareçam.
Para que serve a ventania!
Se já não há moinhos de vento
Também há menos alegria
A culpa é de Belém e de S. Bento?
Só causam a desgraça
Porque são velhacos
Faziam rir a rapaziada
Se eles fossem verdadeiros palhaços.
Boa noite para ti amigo Virgílio, um abraço.
Eduardo.
Enviar um comentário