segunda-feira, 14 de outubro de 2013

"DIVAGANDO, OU TALVEZ NÃO"

Não faço ideia porque me surgiu a ideia de falar sobre assuntos de trabalho, de facto a minha onda na actualidade é mais virada para o descanso, mas há coisas que deixam marcas, saudades, más e boas recordações, enfim um rol para todos os gostos, e quando esse trabalho se prolongou no tempo, e lá se deixou o couro e o cabelo, se deixou muitas vezes a Família para acudir a este, quando isso implicava permanência de noite e de dia, Sábados, Domingos e Feriados, Natal, Ano Novo, ou Páscoa, aí todos compreenderão que aquilo de que falo, ou era prisão, ou pura paixão, e no meu caso foi mesmo a segunda hipótese, embora esteja quase arrepender-me de ter trocado a Família pelo trabalho, tal tem sido o ataque descarado àqueles que estão ou estiveram ao serviço do bem Público, quando tinham a obrigação no mínimo, de separar o trigo do joio, aqueles e são muitos, que cumpriram a sua obrigação como julgo ter sido o meu caso, sentem-se não só injustiçados, como vilipendiados, por gente sem princípios, e que não faz a mais pequena ideia do que se faz na Administração Publica em geral, e na Local em particular.

Esta minha entrega ao trabalho que me confiaram, aconteceu em primeiro lugar porque quando faço algo é a sério, não gosto do estilo engonhar a perna á rã, em segundo lugar porque começar do zero, e ajudar a criar uma Secção de primeiro plano a nível Nacional, orgulha quem meteu mãos á obra! O Pessoal escolhido por mim, comigo deram os primeiros passos numa arte para eles e para mim em certa medida desconhecida, e mostrando-se sempre prontos a adquirir mais conhecimentos para as tecnologias que íamos implementando, não fazendo cara feia quando era necessário trabalhar para além da hora regulamentar, nem quando eram chamados a qualquer hora, fosse dia ou noite, chovesse ou fizesse Sol, fosse Domingo ou Feriado, porque as avarias no equipamento não tinham  hora nem dia marcado, mas também porque tinha Chefes que sempre me apoiaram, apesar de nem sempre ser fácil, pois reconheço que sou um «osso duro de roer» enfim um rol de condições que ajudaram a que me dedicasse praticamente a tempo inteiro á causa Pública.

Continuo a não perceber por que é que estou a escrever sobre este assunto, mas continuando, como todos sabemos há algumas datas em que todos os Portugueses gostam de estar rodeados de Familiares, e Amigos; O Natal, a Páscoa e o Ano Novo são três exemplos do que atrás disse, pois bem, o trabalho que eu dirigia fazia-se nos 365/6 dias do Ano, em turnos que abraçavam as 24 horas de cada dia, acontece que durante muitos anos, e até ao fim da minha presença no serviço, nestas datas festivas havia sempre Homens de serviço como é normal, mas então estes não tinham direito a almoçar ou jantar com os seus Familiares como todos os Portugueses? Não, não tinham,  porque os outros Portugueses precisavam de ter água em casa, e que os esgotos não corressem rua abaixo em vez de irem sair na Estação Elevatória da sua zona., as avarias não esperavam por amanhã etc. etc.

Ainda não percebi porque me veio a ideia de escrever sobre este assunto, mas pode ser que até ao fim do escrito ainda me recorde, mas dizia que aqui trabalhava-se 365/6 dias no ano, 24 sobre 24 horas, e que nas datas festivas havia Homens que não podiam estar com a Família, mas não eramos só nós, há milhares dos actuais proscritos pelo actual Governo a quem isso acontece, os proscritos são como se compreende os Funcionários Públicos e Reformados que é o meu caso, mas em frente dizia que muitos não passam essas datas na companhia dos Familiares, os Hospitais, Prisões, Transportes Públicos, Águas, Gás ou Electricidade são alguns exemplos, só que no meu serviço havia algo especial que acontecia naqueles dias que referi trás, de facto havia alguém que se prontificava (gratuitamente sublinhe-se) a fazer todos esses dias ou noites Festivas dispensando o Funcionário para este estar com a Família, não houve em muitos anos nenhum Funcionário que não fosse jantar com a Família no Natal ou ano Novo, ou almoçar na Páscoa, e sabem porquê? Porque eu lhes fazia o serviço, e os mandava para casa.
Agora me lembrei porque estou a recordar e escrever sobre um assunto sem interesse, a razão desta escrita-desabafo, é que um  destes mal-agradecidos, se lembrou de me dar uma patada, melhor dito um coice, e eu não gosto de coices! Como esperei desculpas e estas não chegaram em tempo útil, aqui fica o meu desabafo/desagrado! Para que conste, quanto mais conheço os Homens mais gosto de animais!





3 comentários:

António Querido disse...

Indo direitinho ao final do teu desabafo, devo dizer-te que todos nós durante a nossa vivência, encontrámos cães que não conhecem o dono, ou seja: (que pagaram com dentadas raivosas) o bem que lhes fizemos, é a vida meu amigo, mas saber perdoar é uma grande virtude!

Edum@nes disse...

Há coisas que deixam saudades
A juventude é uma dela
As que partem verdadeiras amizades
E muitas outras coisas da vida bela.

Te direi que muitos podem partir
Saudades não deixam nenhumas
Quais são não vale a pena dizer
Com eu também contras eles resmungas!

Todos os dias sem parar
Não nos saem da carola
Por que só nos querem dar
Pequeníssima mísera esmola!

Dizes tu amigo António
Grande virtude é saber perdoar
Também grande são o pandemónio
Que eles fazem para nos roubar!

Boa noite para ti amigo Virgílio,
um abraço,
Eduardo.

Tintinaine disse...

Bem vindo ao «Clube dos Escoiceados»!
Este ano de 2013 foi também especial para mim nesse aspecto. Levei uns quantos coices que me doeram bastante e fizeram abrir os olhos.