terça-feira, 23 de abril de 2013

VER, E MOSTRAR LISBOA

Mais uma caminhada pela Capital, com partida de Santos, passei pela Rua da Boavista onde outrora estava sediado o maior armazém de retalho do País, o célebre Armazém do Conde Barão, cujo edifício está agora ao abandono e em ruinas como se pode ver numa foto, a seguir fui subindo até ao Miradouro do Adamastor, que tal como grande parte de Lisboa continua em obras, (e estamos em crise, olhem se a vaquinha continuasse a dar leite como outrora), apesar da dificuldade do acesso, fotografei um Navio de Cruzeiro que vinha a entrar em Lisboa.
Mais uma subida até ao Bairro Alto, aqui nada de novo  não ser os restos da noite, com lixo garrafas e copos espalhados pelo chão, daí aproveitei duas varandas engalanadas para tirar uma foto.

A seguir uma passagem pelo Jardim São Pedro de Alcântara, observei o Elevador da Gloria, todo borrado dos pintores nocturnos, uma vergonha sem fim á vista, um pouco mais abaixo seguindo pela Rua do Alecrim, mais uma foto do da Estátua do Cauteleiro no Largo da Trindade, e depois fui descer as escadinhas do Duque, aquilo nunca mais acaba, e desta vez deu-me para contar os degraus, que somam o bonito número de 273 da Trindade ao Rossio, depois aqui mesmo ao lado, no Poço do Borratém, fui abastecer com a dose do costume, um pastel de bacalhau frito na hora e um café, e regresso para junto ao Tejo.

 
Este percurso que faço habitualmente entre o Rossio e o Rio Tejo, tem uma explicação, é certo que vou por norma para o Cais do Sodré, e o melhor caminho será este junto ao Rio, mas há alternativas, como o Chiado e Rua do Alecrim e outros percursos, mas para mim ir a Lisboa e não passar junto ao Terreiro do Paço, é como ir a Roma e não ver o Papa, e a razão só pode ser uma, o  que me «chama» ali, é a nostalgia do meu tempo de Marinheiro, é verdade, embora a minha estadia nos Fuzileiros tivesse sido breve e cheia de espinhos, ficou-me o bichinho deste nobre Ramo das nossas Forças Armadas, tanto é assim que tenho visitado várias vezes a minha antiga Unidade, a Escola de Fuzileiros em Vale do Zebro, no Barreiro.

E Ontem mais uma vez lá fui dar uma olhada á Doca da Marinha, para quem não conhece fica em frente ao Campo das Cebolas, observar a Vedeta que faz o Transporte de Militares e Civis que labutam na outra banda, no perímetro do Alfeite. No momento em que por ali passei estavam a embarcar os Passageiros para mais um dia de trabalho, esperei um pouco para ver o Navio partir e tirei algumas fotos já com ele em andamento, e curiosamente, (só vi depois de passar as fotos para o computador) a Vedeta passou rés vés com um Cacilheiro que tem o nome duma grande figura de Alenquer, o meu Concelho de naturalidade, trata-se de Damião de Góis, que terá sido morto pela, ou a mando, da Inquisição, se hoje andasse por cá, não tenho grandes dúvidas que também andava por aí a cantar Grândola Vila Morena, ai cantava, cantava.
 

4 comentários:

Tintinaine disse...

Muitas vezes subi as Escadinhas do Duque!
Não por qualquer razão especial, mas simplesmente porque lá morava a tia de um camarada que nos guardava a roupa civil e nos dava dormida de vez em quando.
Mas nunca me dei ao trabalho de contar os degraus, nem fazia ideia que eram tantos!

Valdemar Alves disse...

Boa passeata... Mas o pastél de bacalhau merecia mais uma imperial ou um copinho de verde, que era o que eu fazia se passasse agora no Poço Borratém... Infelizmente no meu tempo, trocados no bolso era coisa rara e contentei-me muitas vezes só com "o visual" na montra.

Edum@nes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edum@nes disse...

Mais uma caminhada realizada. Mais um dia se passou. A vida continua, para outros já terminou. Assim se vai andando, pelas ruas a vaguear. Olhando para a beleza. O que é bom é para se ver. A pesar da crise ainda por cá temos muita.
E alguma riqueza também. Na capital temos uma rua de ouro, temos um braço de prata e no Porto um rio de ouro. Enquanto o Gaspar não os pensar em vender, continuarão a ser património nacional. Depois de tantos buracos, só de água poderão ser cheios com tanta que este ano tem caído na terra!
Quanto a Isaltino Morais, não aposto, mas tenho duvidas, se irá permanecer mais de vinte quatro horas na grelha?

Boa quarta-feira para ti amigo Virgílio e um abraço.
Eduardo.