Mais uma dia que vai passando, uma caminhada, mais umas fotos com história, outras para encher, umas palavras mais sobre tudo ou coisa nenhuma, em suma para ir passando algum do tempo que é coisa que por enquanto vou tendo de sobra, e sempre é melhor ir gastando algum fazendo alguma ginástica aos miolos para ver se não enferrujam, do que andar por aí ao sabor das ondas, gastando o meu Latim com miudezas que não levam a nada, enfim cada qual come do que gosta (se tiver possibilidade de escolha) que eu por aqui vou andando, de teclado numa mão e comando da TV na outra.
Assim, e começando pelo inicio deste meu passeio matinal pelo Estádio Nacional, onde deixei o «burro a pastar» pretendia tirar uma foto do Estádio em boas condições, mas agora está tudo vedado e a que mostro foi a possível, observei a ponte da Cruz Quebrada, que já soma a bonita idade de 407 anos e mantém-se ali firme e hirta aguentado todos os popós que ás centenas a pisam sem dó nem piedade, sabendo ela que foi feita quando muito para suportar umas carroças puxadas por bestas, bem, destas ainda lá passam algumas! Junto desta, lá está a Cruz que é o símbolo da Terra.
Daqui caminhei até Algés (ó Mana desculpa não te ter ido fazer uma visita mas eram horas impróprias para isso) aqui observei na rua Major Afonso Palla ou rua das Estátuas como será mais conhecida, que quase todas as Estátuas (e são muitas que lá existem) tinham pendurados cartazes com dizeres alusivos á crise por que estamos a passar, melhor que as minhas palavras leiam o que lá está nas quatro que aqui deixo.
Depois caminhei junto á linha férrea mas do lado do Tejo, fotografei o Rio e numa das fotos o aglomerado que se vê ao longe é Paço de Arcos.
Nesta caminhada que veio terminar no local onde iniciou como não podia deixar de acontecer, passei junto ao pontão da Cruz Quebrada, e aqui parei um pouco falando comigo mesmo, (meu companheiro inseparável), e ao olhar para ele cortado ao meio, fico a ver todo o percurso de governação que nos tem encaminhado para o buraco desde o dia 18 de Novembro de 1983, dia ou melhor noite em que este pontão de suporte do Rio Jamor ficou partido ao meio, aliás acompanhado nesta tragédia pelos outros dois que suportam as Ribeiras que vêm desaguar no Tejo dentro do Concelho de Oeiras, as outras são em Caxias e Santo Amaro de Oeiras que também ficaram destruídas nessa noite de grande cheia que aconteceu aqui na Região, e que matou uma dezena de Pessoas e desalojou cerca de 2000.
Perguntarão o que tem a ver a governação dos últimos trinta anos com o pontão partido? Tem tudo a ver, daí para cá já ouve 7 governos, que por sua vez nomearam pelo menos 7 ministros das obras públicas, vieram toneladas de dinheiro da moribunda C.E.E. que foi gasto á tripa forra nisto, naquilo e naquele outro, e nenhum ministro secretário de estado ou equiparado colocou mãos á obra e repôs no seu lugar aquilo que a água destruiu, é desleixo a mais, aquilo foi feito para proteger as margens das Ribeiras, evitar a poluição das Praias e o assoreamento dessas mesmas Ribeiras, ou então quem projectou estas obras era ignorante, o que eu não acredito, uma vergonha, agora que aquilo com que se compram os amendoins acabou, já não vou ver as muralhas como as vi antes desta fatídica data, uma vergonha, (para quem sabe o que isso é).
Soubesse eu que isto era assim (naquele tempo era um sonhador) e não teria dado tanto ao canastro no salvamento dos bens Públicos (bem como os meus Homens) foram dias semanas e alguns Meses para colocar-mos as centrais destruídas pela mesma intempérie operacionais novamente, uma delas reconstruímos de raiz, e após a conclusão da obra, ensaiado o equipamento, que estava destinado ao ferro velho, e sem gastos para o erário, a não ser o nosso vencimento, (que estava garantido, com ou sem estes trabalhos) nunca chegou a funcionar, depois da obra pronta, as cabeças pensantes há época (das vacas gordas) decidiram construir uma central de raiz, com equipamento novo, há mágoas que nem o tempo consegue fazer desaparecer.
Como dizem alguns dos cartazes que aqui mostro, "um dia revolto-me".
3 comentários:
Fizeste-me romper as pestanas para perceber como conseguiste fotografar a frente ribeirinha de Paço D'Arcos sem ires para a Trafaria.
A gente assume que a margem do Tejo é uma linha recta de Lisboa até Cascais, mas pela foto se percebe que há muitas curvas pelo caminho.
O amigo Tintinaine acompanhou-te pelo Tejo, a minha opção foi pelos parques, não quero dizer que as pessoas que fizeram os cartazes não tenham as suas razões, mas caramba, castigar as pobres das estátuas, pendurando-lhes aquilo ao pescoço! Não seria mais razoável pendurá-los ao pescoço de quem nos atirou para este lamaçal? E não é difícil encontrá-los, porque alguns arranjaram emprego nos canais de televisão, outros aparecem nos almoços todos sorridentes a comer à nossa custa, porca miséria, que volte a pena de morte para essa gente!
Aqui estou eu, sem trocdilhos
Com trocados também não
Só o xaile tem cadilhos
Os governante má intenção.
Nas tuas caminhadas
Continuas fotografando
Por veredas e estradas
Vales e montes vais andando.
Também pelas ruas de Lisboa
À beira do Rio Tejo
No Castelo se São Jorge, coisa boa
Do outro lado fica o Alentejo.
Boa tarde de segunda-feira para ti amigo Virgílio, um abraço.
Eduardodo
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