segunda-feira, 18 de julho de 2011

Irresponsabilidade, e Fogo de Vista

Dois assuntos dos últimos dias que me deixaram com um nó na garganta, o primeiro a que chamaria irresponsabilidade, para não arranjar algum nome mais apropriado, e o segundo chamarei «fogo de vista» que como todos sabem são aqueles foguetes que não fazem «pum» são só para abrilhantar uma qualquer data festiva mas sem o perigo dos foguetes a sério, que para além de fazerem «pum» rebenta com as mãos dos fogueteiro se estes se descuidam.

Vamos ao primeiro, e o de maior gravidade, por mexer com a segurança dos Cidadãos, numa Esquadra da Policia situada no Bairro Alto em Lisboa, parece ser norma quando os Policias levam ou levavam  um Cidadão para a esquadra para identificação, esta ser acompanhada, por aquilo que vulgarmente se chama «chegar a roupa ao pêlo», ou para se entender melhor, «dar-lhe porrada de criar bicho», isto que parecia ser a maneira mais simples de identificar os Cidadãos, passou-se também com um Estudante  Alemão que estudava no nosso País nos idos de 2008, este Cidadão apresentou queixa pelos danos sofridos, e a Justiça Civil condenou dois Policia agressores a prisão efectiva, ora a seguir a esta condenação o que é que os seus Camaradas fizerem? meteram «baixa psicológica», e deixaram a Esquadra entregue ás moscas lá do sitio, com Policias destes podemos estar descansados que nada de mal nos vai acontecer, ora o que eu esperava destes dignissimos Agentes da Autoridade era que se solidarizassem com os agredidos, e não com os agressores, mas mais uma vez devo estar a sonhar que vivo nalgum Pais onde se respeitam as Leis e os Cidadãos.
E que dizer dos «médicos» que assinaram estes atestados de incapacidade para o serviço? foi um diagnóstico colectivo? parece que sim.

O que atrás fica dito, não implica que não defenda os Policias. Todos os dias á noticias que são agredidos, por marginais, com processos esfarrapados e condenados por terem atirado num qualquer bandido em legitima defesa, sei que as condições que têm tanto de instalações como para deslocações não são aceitáveis, sei tudo isso e apoio sempre que lhes sejam imputadas responsabilidades na luta contra os criminosos, o que aqui refiro não tem nada a ver com a luta contra o crime, é o aproveitarem o silêncio dos seus locais de trabalho para agredirem Cidadãos indefesos, aqui têm sempre o meu veemente protesto, «quem vai á guerra dá e leva» deverá ser sempre o lema, mas dentro de quatro paredes, faz-me lembrar tempos que já lá vão.
Esta forma de luta já não é nova, recordo que já aconteceu em Braga e Faro, que me lembre, há um ditado que diz: se queres ser respeitado, dá-te ao respeito, com estas situações não creio que a Policia esteja a dar-se ao respeito, deve haver alguma maneira para se indignarem sem pôr em causa a segurança de quem lhes paga o vencimento, vejam lá se todos nós que andamos há tempo indignados se fossemos todos para a «baixa psicológica» ía o País, que já está tão mal também ele de baixa, e depois não pagava os vencimentos e reformas ao Pessoal, pensem nisso.

A outra questão que me apetece falar, é aquela que diz respeito á nova Ministra da Agricultura, que ainda não se lhe conhece nenhuma medida relacionada com a pasta que dirige, mas que já tomou uma medida que vai poupar muitos milhões de Euros ao Erário Publico, a medida com longo alcance é «permitir que os Funcionários do Ministério possam ir trabalhar sem gravata» isto é o que chama uma medida de grande utilidade, em primeiro lugar que eu saiba não há nada que obrigue um Funcionário a usar gravata, e em segundo esta medida ao aplicar-se aos Homens, qual a peça de roupa que tirará ás Mulheres? é que estas não andam de gravata, mas como diz que é para poupar no ar condicionado, as Mulheres também têm que dar o seu contributo á poupança, não vá é mandar tirar alguma «peça de roupa mais intima» pois isso ainda irá provocar mais calores no sexo oposto, o que iria agravar ainda mais o consumo de energia (eléctrica).

4 comentários:

Tintinaine disse...

Sou obrigado a concordar contigo. Tanto a cena com os polícias como a desobrigação da gravata parecem coisas de um país de faz-de-conta.
Quanto mais grave é a situação do país, mais maluquices se vêem por aí, dando ideia de que o pessoal está a ficar de miolo mole.
A Assunção Cristas ficou com o maior de todos os Ministérios e onde é preciso começar a mostrar serviço. Espero que em breve se comece a ver qualquer coisa.

António Querido disse...

Parabéns pelo tema que nos trazes!
Quem não ficou indignado com esta notícia, da atitude de quem diz,força de segurança dos cidadãos! Talvez aqueles que como estes, estão sentados em casa a sacar à Segurança Social o dinheiro dos impostos de quem trabalha, para mim, mais grave ainda foi a decisão desse médico que deveria ser chamado à responsabilidade, pobre País, com pessoas destas tarde ou nunca te endireitas, nem que a Assunção Cristas mande pôr as funcionárias em biquíni!

edumanes disse...

Boa tarde amigo Virgílio, este texto é fantástico, para o qual me sinto á vontade para o poder comentar.
Sou reformado da Polícia de Segurança Pública, cuja profissão me prezo de ter sido a minha durante muitos anos.
Sempre em defesa da justiça, e nunca praticando as injustiças, como, infelizmente, muitas vezes tive a ocasião de observar.
Para ser o bom profissional não basta dizer. É preciso fazer, algo que para aqueles que com os seus impostos comtribuem para os ordenados dos funcionários público, ao fim de cada mês.
Neste caso os elementos da PSP.
Concorri, ao posto de subchefe, tendo chegado a 1º. subchefe.
Com alguns conhecimentos, fui muitas vez confrontado, por inferiores e superiores, por defender justas causas.
Tendo até sido acusado de comunista. Coisa que muitas policias odiavam, porque se esqueceram das suas, próprias, raízes.
Nunca tive medo, porque a verdade, pode ser tardia, mas vence.
Lá, infelizmente, mais uma vez o digo, com alguma mágoa.
Conheci alguns elementos que só sabiam bater e passar multas, muitas das vezes sem justa causa.
Sendo este um dos maiores problemas de alguns policias.
As que eram autuadas e não pagavam, voluntariamente, os processos eram enviados para tribubal. Cujos Juízes acabavam por absolver os considerados arguidos.
Os policias ficavam muito melindrados com estas decisões.
Mas não pensavam que eles próprios é que contribuiram para que isso acontecesse.
Mais haveria para dizer, mas, por hoje, fico por aqui.
Um abraço
Eduardo.

Anónimo disse...

Não esperava outras palavras do meu Amigo, embora compreendesse se não comentasse a mensagem, é sempre algo doloroso falar de algo que nos é querido, quando as razões não são as melhores, como é o caso em apreço, na parte da mensagem que se refere a Policias, e não
á Policia como Instituição, nem aos milhares de Homens e Mulheres que lá prestam serviço e que não podem ser confundidos/as com atitudes reprováveis de alguns poucos; mas já que o fez, o meu reconhecimento e a minha estima.
Um abraço
Virgílio