terça-feira, 11 de setembro de 2012

AINDA O FOGO EM MONTEJUNTO

A semana passada dei aqui conta dum incêndio na Serra de Montejunto, já perdi a conta as vezes que a Serra ardeu, ainda me recordo de grandes manchas de pinheiro manso, agora reduzidos a uma insignificância, tenho o maior apreço pelos nossos Bombeiros, mas isso não me impede de avaliar aquilo que penso correr menos bem no combate aos incêndios florestais, e concretamente este fogo ocorrido a semana passada nesta Serra.
É também, e em primeiro lugar de chamar a atenção dos Serviços Florestais para a maneira descuidada como trata as nossas Florestas, se por acaso junto aos caminhos e estradas as árvores dum e doutro lado das mesmas não estivessem tão próximas, os fogos atingiriam estas proporções? é certo que não, pois as copas das árvores quase se tocam, apesar de estarem em lados diferentes das estradas.

Todos temos ouvido criticas ao mau desempenho no combate a incêndios florestais, alguns como no caso recente do Algarve com acusações entre diversos intervenientes nesse combate, não tenho competência na matéria para acusar quem quer que seja, tenho é olhos para ver, e o que viram é demais, de facto a área queimada é brutal, e pergunto-me como é que o fogo andou quilómetros sem ser detido, normalmente ouvimos falar na falta de acessos para as dimensões que determinados fogos atingem, mas aqui há acessos, o fogo atravessou diversas estradas ou caminhos sem ser detido, será o material que não serve para o efeito? serão mal comandados? não sei, como disse sou leigo na matéria, mas não podemos ver as nossas paisagens protegidas a ferro e fogo permanentemente, algo tem de ser feito, para impedir que o que sobrou este ano desapareça no próximo.

Sou até tentado a dar uma sugestão para o caso concreto da Serra de Montejunto: a Serra de Montejunto é suponho a única área protegida dos Concelhos de Alenquer e Cadaval, ora como área protegida não devia ter cuidados especiais de protecção? e que protecção é que lhe tem sido dada? os dois Concelhos em questão têm Bombeiros Voluntários do lado Sul os mais próximos são na Merceana a mais de dez quilómetros, de estrada com curvas e rampas, do lado norte os Bombeiros do Cadaval a  mais ou menos á mesma distância, mas com piores acessos, em especial se o incêndio deflagrar na zona de Pragança, eu sei que vivemos em época de vacas magras, mas se olharmos para as nomeações que o Governo tem feito e respectivas mordomias, não diria isso, então se há dinheiro para mordomias não há para pagar a Bombeiros? porque não instalar na própria Serra nos meses de Verão, um posto avançado de Bombeiros com o respectivo equipamento em permanência?  instalações há lá com fartura, em falta de melhor temos o Quartel da Tropa semi-abandonado com um lago á porta onde os Bombeiros nas horas vagas podem pescar para não morrer de tédio.

6 comentários:

Edum@nes disse...

Havia fogo na serra
Montejunto a arder
Ficou a cinza na terra
Tristes olhos ficam a ver!

Tanta floresta queimada
Tanta gente por aí a falar
Por causa da verba cortada
Os meios começam a escassear!

Não gastam de uma maneira
Vão gastá-los de outra
Por causa da bandalheira
De leis e de política louca!

Boa quarta-feira para ti,
amigo Virgílio,
um abraço
Eduardo.

Tintinaine disse...

Ainda estou à espera de ver quando é que alguém é responsabilizado por esta desgraça.

Edum@nes disse...

Tintinaine continua a esperar
Cada vez há mais desgraças
Por elas ninguém se responsabilizar
O que eles querem é arrecadá-las!

As moedas que pertencem à gente
Eles viram Portugal a arder
Tudo isso para eles é indiferente
Só a austeridade o governo ver!

Piko disse...

Amigo Virgílio:
Então a serra de Montejunto ia ficar sem arder?!...
Se o país já arde há tanto tempo é mais serra menos serra... Algum desses que ocupam as pastas se incomoda?! PORTUGAL VAI MESMO ARDER pelo andar da carruagem...
O nosso querido amigo Valdemar já não vai ver todas estas catástrofes, mas pareceu-me que já não tinha ilusões, porque as teve e chegou a expressá-lo... É assim, morrem os honestos e ficam ainda uns tantos, que desistiram de dar combate a tanta desonestidade!...
Até pelos incêndios se vê que este país deixou de acreditar em si próprio e é uma pena... Estamos a passar o pior período depois de Abril e as medidas disparatadas já nem sequer Têm o aval daqueles que tanto gostam do dinheiro... Lá está, o Belmiro já diz que lhe poupam uns milhões na taxa social única, mas perde, talvez o dobro, porque as pessoas deixam de comprar; e diz ainda que se vende menos vai reduzir o pessoal... São muitos incêndios juntos Virgílio a juntar a esse na tua querida serra de Montejunto, que acompanhava a antiga Nacional 1, no tempo em que éramos uns bons rapazes e andávamos no serviço militar! Não era assim Virgílio?!
Um abraço muito forte e vou confessar-te que já sinto a falta do Valdemar... Parece que este acontecimento trágico me abalou!...

Observador disse...

Amigo Piko
Foi uma lástima esta partida do nosso Amigo Valdemar, mexeu com o Amigo, mexeu comigo e estou convencido que para além da sua Familia a mais afectada, os seus Amigos (que eram muitos) estão todos a sentir sua falta como nós, mas a vida prega-nos estas partidas, agora resta-nos honrar a a sua memória.
Um abraço
Virgilio

Piko disse...

Olá Virgílio!
Concordo que ficamos mais pobres com o desaparecimento do nosso Valdemar! Tenho plena consciência que nós é que ficamos a perder... Nenhum de nós será capaz de chegar aonde ele chegava... Até nos superava por saber que não tinha os dotes de escrita de que tanto gostaria, mas era autêntico na conversação e tinha uma MEMÓRIA como ninguém tinha... Nunca mo disse, mas vivo com a ideia de que gostaria de ser um bom escritor... Só que não tinha tempo para tanta coisa ao mesmo tempo... Aprendi duas coisas importantes e que procuro pôr em prática que passo a citar: a) Não autorizava que alguém criticasse qualquer amigo seu nas costas do amigo... Isso ele não consentia... O que tivesse que dizer ao amigo fazia-o cara a cara e nunca por trás...
b) Procurava separar os laços familiares de tudo o resto! Não confundia família com ideários, coisa que muito boa gente não consegue fazer... Um exemplo: Chegou a dizer-me que um seu familiar que chegou ao cargo de Governador Civil de Aveiro tinha tido um comportamento irrepreensível no apoio à família, fazendo tudo que fora determinado... Isto diz bem da formação deste homem!... Nunca lhe disse, acho até que o devia ter feito: Admirava muito o Valdemar, porque pude ver na prática que teve uma evolução positiva como não conheci a mais ninguém naquela zona do Douro... Digo-o do coração e tenho uma réstea de esperança de que seria excelente se nos voltássemos a encontrar, fosse onde fosse, porque ficaram muitas coisas por dizer...
Um abraço Virgílio!